Heróis da Fé | David Brainerd
05/12/2022Palavra dos Patrocinadores – 281
30/12/2022Expressão de amor
Pesquisa aponta: jovens cristãos são três vezes mais propensos a doar recursos para instituições filantrópicas
Por Patrícia Scott
A passagem bíblica de Provérbios 11.25 diz: A alma generosa engordará, e o que regar também será regado. Em sua mensagem Alma generosa, publicada no portal Ongrace, o Missionário R. R. Soares cita esse trecho para destacar a importância dos atos de bondade na vida dos cristãos. No texto, o autor destaca as recompensas de fazer o bem ao próximo sem esperar retorno. O servo do Todo-Poderoso, além de ter vitória em seus feitos, sempre terá a assistência do Alto para protegê-lo ou lhe abrir as portas de que precisar. No entanto, deixar de fazer o bem é prática constante de uma parcela do povo de Deus. Poucos se sensibilizam com o sofrimento alheio. A verdade é que quem não é generoso deixa de “engordar” – as bênçãos ficam retidas. Misericórdia! […] A recompensa celeste que recebemos diariamente é gratificante, mas a que obtivermos no Grande Dia será gloriosa demais e durará para sempre. Os que nada receberem no último dia já se sentirão bem em ter entrado para o Reino de Deus, porém verão o quanto foram carnais, por não terem estendido a mão ao necessitado nem feito algo a fim de que encontrassem a salvação e aproveitassem as bênçãos destinadas a eles.
Em diversas passagens, a Bíblia exorta os leitores a estarem atentos às necessidades dos outros. Porém, como o Missionário lembra no fragmento citado, nem todas as pessoas estão dispostas ao desprendimento, especialmente nas sociedades modernas, em que impera o individualismo. [Leia o quadro Frutos bíblicos da generosidade]
Contudo, uma pesquisa recente, realizada nos Estados Unidos, demonstrou que, contrariando essa tendência egoísta, a generosidade está em alta entre os jovens cristãos. O levantamento feito pelo instituto de pesquisas Lifeway Research mostrou que os cristãos são três vezes mais propensos a contribuir financeiramente para instituições filantrópicas do que seus pares não religiosos. Divulgada no primeiro semestre deste ano, a pesquisa ouviu 905 pessoas com idades de 25 a 40 anos sobre seus hábitos de gerenciamento das finanças pessoais.
O resultado não surpreendeu a assistente social Lúcia Nogueira Viana Mota. “O cristão socialmente consciente e fiel à Palavra possui um coração doador, pois sabe que a fé sem obras é morta [Tg 2.26]”, destaca a especialista. Ela afirma que outro fator capaz de incentivar os jovens cristãos a serem doadores é o exemplo afetuoso de Jesus. “Nossa missão é servir e propagar esse amor.”
Há anos, Lúcia realiza o Mutirão da Cidadania nos bairros de Manaus – projeto que mobiliza membros de várias igrejas da cidade, prestando assistência jurídica, contábil e social. “Também recebemos currículo de irmãos da congregação para auxiliá-los na recolocação no mercado de trabalho. Conseguimos oportunidades de emprego e de estágio”, revela Lúcia, membro da sede estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Manaus (AM). “Além disso, apoiamos o Junho Vermelho, a campanha de doação de sangue para o HEMOAM [Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas].”
“Aprendida e praticada” – Na percepção de José Carlos Paixão, líder do ministério Homens de Valor, da Primeira Igreja Batista em Vila Velha (ES), os jovens cristãos são motivados a doar por fazerem parte de um grupo que os encoraja a servir ao próximo. “Desenvolvem a obra em equipe”, afirma ele, destacando que o amor deve impulsionar o cristão ao serviço, e não sua capacidade ou disponibilidade de recursos. “Precisamos aprender com a Igreja da Macedônia, que, apesar das limitações, ajudou os crentes mais necessitados da Judeia”, lembra Paixão, referindo-se a 2 Coríntios 8.1-5. Quinzenalmente, José Carlos participa do Sopão Missionário, iniciativa solidária destinada às pessoas em situação de rua. Além de distribuirem esse alimento, ele e os voluntários prestam assistência espiritual. “Recebemos pedidos de oração e ministramos louvores. Mais do que aprendida, a generosidade precisa ser praticada.”
A universitária Nathalie Jardim, 23 anos, líder dos Jovens Que Vencem (JQV) na IIGD em Lindoia, Pelotas (RS), aprendeu com a mãe e a avó que deveria disponibilizar seus bens e seu tempo para a obra de Deus. “Desde a infância, vi as duas sendo doadoras”, testemunha a estudante, lembrando que a fé é o gatilho para o cristão se tornar doador: “Colhemos o que plantamos”, explica.
O auxiliar administrativo Artur Junio, 20 anos, concorda com Nathalie. “Jesus doou Seu tempo, Sua força e Sua vida servindo a todos”, atesta o secretário do ministério JQV na sede estadual da Igreja da Graça em Belo Horizonte (MG). Às quartas-feiras, Artur participa de um programa voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade social. “É um momento precioso. Os jovens são intensos e acreditam no que fazem. Por isso, os resultados são extraordinários. A obra do Senhor precisa da mocidade”, ressalta.
Propósito de Deus – O Pr. Otacílio Rodrigues salienta que um coração generoso se dá gratuitamente. Ele cita o exemplo de Abel, que oferecia ao Senhor suas melhores ovelhas como forma de gratidão e amor ao Criador (Gn 4.4). “Em um ato de fé, ele ofertou sem esperar nada em troca”, analisa o líder da IIGD no bairro Zona I, em Umuarama (PR).
A Pra. Paula Moreira Cardoso, da Comunidade Cristã Aviva de Santa Isabel, em Viamão (RS), frisa que o tema deve ser sempre ensinado nos púlpitos. “Ajudar o próximo é um propósito divino”, enfatiza a ministra, destacando que o ensino da Palavra e o estímulo à realização de projetos sociais – mediante as necessidades da comunidade em que está inserida – devem ser enfatizados pela igreja local.
Para Paula Cardoso, é fundamental que os atendidos por tais iniciativas possam testemunhar nos cultos, relatando de que maneira foram impactados pela ajuda recebida. Tal como pensa o Missionário R. R. Soares, a pastora sublinha que o cristão solidário será abençoado em tudo, segundo as Sagradas Escrituras. “Quando fazemos algo para um necessitado, fazemos para o Senhor”, conclui, em referência ao texto de Mateus 25.40.
Frutos bíblicos da generosidade
Trabalho abençoado – Pois nunca cessará o pobre do meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na tua terra (Dt 15.11).
Provisão diária – O que dá ao pobre não terá necessidade, mas o que esconde os olhos terá muitas maldições (Pv 28.27).
Descendência abençoada – Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão. Compadece-se sempre, e empresta, e a sua descendência é abençoada
(Sl 37.25,26).
Prosperidade e segurança – Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza (Pv 11.24 – NVI).
Maior felicidade – Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber (At 20.35).
Alegria completa – E o povo se alegrou do que deram voluntariamente; porque, com coração perfeito, voluntariamente deram ao Senhor; e também o rei Davi se alegrou com grande alegria (1 Cr 29.9).
Misericórdia divina – Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mt 5.7).
Graça abundante – O que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra (2 Co 9.6-8).
Recompensa eterna – Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus (Lc 6.35).
Tesouro no Céu – Vendei o que tendes, e dai esmolas, e fazei para vós bolsas que não se envelheçam, tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não rói (Lc 12.33).
(Fonte: Bíblia Sagrada)