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25/10/2023
Jornal das Boas-Novas – 293
22/12/2023
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Foto: Divulgação

A partir do exemplo

Especialista defende que o modelo de liderança bíblico deve ser seguido nas igrejas e corporações

Por Patrícia Scott

As Sagradas Escrituras apresentam a biografia de grandes líderes: José, Moisés, Davi e o próprio Jesus Cristo. As histórias desses homens passam ensinamentos preciosos acerca da complexa tarefa de conduzir um grupo de pessoas ao cumprimento de um objetivo. É a partir desses princípios que o especialista em Treinamento de Vendas e Liderança, Max Pires, 56 anos, pauta as suas palestras.

Criador de cursos, como Garçom Vendedor e Liderança 01, ele acredita que a Bíblia é a base para uma liderança bem-sucedida na igreja e para as conquistas no campo profissional. “Deus é o Dono, o Alfa, o Ômega, o Princípio e o Fim. Tudo começa nEle. Todas as coisas foram feitas para Ele e são dEle”, ressalta Pires, destacando que o bom líder precisa ter a essência do amor. “O mandamento do Senhor é claro: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo [Mt 22.37-39]”.

Segundo o especialista, quem almeja uma liderança eficaz deve ser humilde, submisso à autoridade, acolhedor e discipulador, como era Jesus. “O Senhor seguiu esses princípios quando disse que veio para servir, e não para ser servido [Mt 20.28]. Ele ensinava a partir do exemplo. Não mandou fazer, fez. O Messias sabia para o que tinha vindo”, pontua.

Nesta entrevista à Graça/Show da Fé, Max Pires, que congrega na igreja A Casa da Cidade, em Lisboa, Portugal, fala sobre esses e outros aspectos do modelo de liderança pautado na Bíblia.

Falando sobre o universo eclesiástico, qual é a principal característica para um pastor se tornar um líder eficaz?

Ter visão. Assim, ele poderá conduzir o rebanho para uma missão, um projeto. Quando não há visão, não existe ponte para o futuro, o que leva a pessoa a qualquer caminho e lugar. Mas a Palavra é clara: Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai, a não ser por Ele [Jo 14.6]. Isso precisa ser ensinado e orientado pelo líder, que também deverá liderar com a essência da paixão, pois ela é o combustível. Estar motivado impulsiona o homem a viver. Além disso, a paixão é contagiante, conquista o outro. É quase impossível não seguir alguém apaixonado.

Como o amor entra nessa equação, uma vez que o líder, muitas vezes, precisa corrigir os liderados?

É necessário agir com firmeza sem comprometer o amor. É necessário corrigir o comportamento, blindando a identidade do liderado. O líder tem a obrigação de entender que está tratando com um filho ou uma filha do Rei, feitos à imagem e semelhança do Pai. Ciente desse projeto original, ele deve proteger essa essência. As palavras são poderosas. Em suma, o que a pessoa fez precisa ser corrigido, não quem ela é.

Por que o local mais importante de uma igreja é a recepção, e não necessariamente o púlpito?

A recepção é a porta. Nesse espaço, há o primeiro contato das pessoas com a igreja e a primeira imagem que elas têm daquela congregação. Na porta, também existe o contato com todos, por isso esse é o lugar essencial da casa de Deus para quem quer tocar em todas as ovelhas e conhecer o rebanho. A entrada e a saída são os lugares de toque e conexão.

Como saber se um pastor tem uma liderança eficaz?

Quando os liderados querem fazer o que o líder faz e sabem como proceder, ainda que ele não esteja por perto. A verdadeira liderança é encontrada quando o líder não está, por isso Jesus partiu para o Céu e deixou Seus liderados representando-O e realizando coisas ainda maiores [Jo 14.12]. O bom líder forma líderes ainda maiores.

Líderes devem gerar outros líderes?

Líder tem de gerar a própria espécie. Manga gera manga, e morango gera morango. Se sou líder, devo originar outros líderes.

Por que devem existir encontros individuais entre líder e liderado?

Um vínculo de amor carrega profundidade e lealdade. Jesus separou um grupo de pessoas para estar próximo dEle. Fazer isso gera confiança e multiplicação.

Qual deve ser a expectativa dos liderados em relação ao líder, e vice-versa?

De amor, companheirismo e acolhimento. O líder, dependendo da situação, tem uma palavra que conforta ou exorta com a essência do amor.

Você criou um treinamento inspirado em José do Egito. Por quê?

Sim, é o Garçom Vendedor. As Escrituras relatam que José fazia tudo como se fosse para o Senhor; não se preocupava com reconhecimento terreno. Ele realizava além de sua obrigação. Tal postura o fez se destacar por onde passava. José expressava adoração ao Senhor enquanto trabalhava e, mesmo injustiçado, continuou adorando a Deus. Na prisão, seguiu trabalhando com amor e carinho. Assim, conquistou o coração de todos, até que foi promovido ao cargo mais alto: o de governador do Egito. Ele também perdoou os irmãos, pois não havia ressentimento em seu coração. A partir de sua vida, milhares de pessoas foram abençoadas. José viveu a Palavra de Deus. No curso, ensino a conquista da ascensão profissional por meio da entrega. Tudo deve ser feito por e com amor. Não devemos fazer para o homem, o patrão, e sim para o Senhor, que tudo vê e tudo pode. Esse é o contexto do curso: ser reconhecido por Deus, em primeiro lugar, e, depois, pelo homem.

Fábio Bentes
Pastor e autor

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