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Educar adolescentes exige estratégia e prática da Palavra

Portrait of a happy black family mother father and kids at home on couch

Foto: Lumos sp / Adobe Stock

Por Lilia Barros

Educar os filhos de acordo com os princípios éticos cristãos é um privilégio e um desafio para os pais, especialmente na adolescência – fase marcada por muitas transformações. O adolescente passa por mudanças corporais, mentais, emocionais e espirituais, e tem, diante de si, os atrativos do mundo moderno. Os genitores, por sua vez, precisam lidar com uma situação totalmente nova e inquietante para a família: a alteração do processo de tomada de decisão. Antes, essa ação era exercida exclusivamente pelos pais; agora, em muitos casos, é dividida com o jovem, chamado a fazer suas próprias escolhas.

O Pr. Joary Jossué Carlesso assevera: “Os pais devem ser exemplos”
Foto: Arquivo pessoal

Na opinião do Pr. Joary Jossué Carlesso, auxiliar na Assembleia de Deus de Joinville (SC), essa etapa da vida é marcada por transições intensas que formam a identidade do indivíduo a partir do enfrentamento das pressões da sociedade, das interações nas redes sociais e do convívio com grupos na rua, na escola e na igreja. “Eles estão abertos ao novo, o que os torna mais vulneráveis às influências externas”, salienta o pastor, destacando que cabe aos pais a construção de um relacionamento firmado na confiança e no diálogo, mostrando aos filhos como a fé cristã pode ser vivenciada. “Os pais devem ser exemplos”, assevera o pastor, alertando que “os adolescentes buscam autenticidade”. Esse tema e outros relacionados a essa faixa etária são encontrados em literaturas como: Pai inteligente influencia o filho adolescente, de Jaime Kemp, e Pais modernos, valores eternos, de Melissa Trevathan e Sissy Goff, ambos publicados pela Graça Editorial.

O Dr. Ricardo Bitun prega: “Os pais devem agir não somente na correção e na resolução dos problemas, mas também na prevenção, aplicando os valores ensinados nas Escrituras”
Foto: Arquivo pessoal

Carlesso pontua também que a maioria dos cristãos ativos se converte durante a pré-adolescência ou na adolescência, período em que “muitos se desviam da igreja devido às pressões e influências externas e dúvidas internas”.

Orientação aos pais – Indagado pela reportagem de Graça/Show da Fé sobre a tarefa da formação dos filhos, o Dr. Ricardo Bitun, pastor da Igreja Maanaim no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo (SP), frisa ser necessário prestar bastante atenção às postagens nas redes sociais, especialmente as mensagens de ódio e ideias contrárias aos ensinamentos cristãos. “Os pais devem agir não somente na correção e na resolução dos problemas, mas também na prevenção, aplicando os valores das Escrituras”, prega Bitun, lembrando que os filhos são herança do Senhor, e os frutos do ventre, uma recompensa (Sl 127.3 – NVI). “Herança é algo que recebemos de alguém. Nesse caso, de Deus”, explica o ministro, citando o versículo seguinte do mesmo capítulo: Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. “As flechas foram feitas para irem longe, rumo ao alvo para o qual estão destinadas. Os filhos não são nossos, mas de Deus e devem ser educados para que sejam luzeiros neste mundo.”

A Pra. Rozimar Jesus dos Santos instrui: “Os adolescentes necessitam de cuidado e proteção. Desse modo, utilizar situações cotidianas para abordar questões bíblicas é uma forma de ensinar sobre as Escrituras Sagradas”
Foto: Arquivo Graça / Solmar Garcia

A Pra. Rozimar Jesus dos Santos, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) na comunidade César Maia, em Vargem Pequena, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), faz coro com Bitun. Ela enfatiza que os pais precisam buscar informações para manter um bom diálogo com os filhos, usando uma linguagem que estes compreendam e colocando em prática estratégias para ganhar o coração deles. “Os adolescentes necessitam de cuidado e proteção. Desse modo, utilizar situações cotidianas para abordar questões bíblicas é uma forma de ensinar sobre as Escrituras Sagradas”, instrui a ministra, indicando que, assim, um precioso canal de comunicação é aberto.

Segundo a pastora, embora seja obrigação dos adolescentes respeitar os pais e lhes obedecer, cabe a estes observar o conselho do apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios: E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4). “A dinâmica familiar pode ter se alterado ao longo do tempo, mas a Palavra permanece imutável. Portanto, os valores a serem ensinados devem estar fundamentados nela”, enfatiza. Rozimar lembra ainda que os filhos são discípulos dos pais, cabendo a estes orientá-los sobre os direitos e os deveres como cidadãos à luz da visão de mundo cristã. “Isso tem de ser feito com sabedoria e discernimento, plantando a semente da fé de maneira firme, para que, ao atingirem a fase adulta, tornem-se pessoas tementes a Deus e com o coração voltado para o Reino.”

Foto: motortion / Adobe Stock

Fase de transformação – Questionado sobre o que fazer quando o adolescente se recusa a ir à igreja, o Pr. Sergio Leoto, da Igreja Batista Memorial de Alphaville, no bairro Alto da Lapa, zona oeste de São Paulo (SP), sublinha que é necessário identificar a causa dessa rebeldia. “Pais comprometidos com Deus têm mais possibilidades de ver os filhos fiéis ao Senhor, e aqueles com atitudes religiosas e formais, provavelmente, gerarão jovens com esse mesmo tipo de postura”, declara o ministro batista. Para ele, a forma como os pais se relacionam entre si ou agem com os outros servirá de exemplo para os filhos – no trato com irmãos e amigos e na comunhão com Deus.

Leoto ressalta que esse período da vida é um processo de grandes e rápidas mudanças que serve como ponte para o futuro. “Por isso, diante de algumas situações, eles gritam, batem a porta e, logo a seguir, agem como crianças, pedindo à mãe que lhes faça um chocolate”, exemplifica o pastor. Ele reforça que, nessa fase, os pais precisam reconhecer quando os filhos estão totalmente fechados a sugestões ou se sentem vulneráveis e agem de modo dependente. “Essas duas respostas podem ocorrer quase que simultaneamente. A forma como os pais lidam com as situações pode resultar em adultos equilibrados e maduros ou mal resolvidos”, alerta ele.

O Pr. Sergio Leoto (com sua esposa, Magali Leoto) assevera: “Pais comprometidos com Deus têm mais possibilidades de ver os filhos fiéis ao Senhor, e aqueles com atitudes religiosas e formais, provavelmente, gerarão jovens com esse mesmo tipo de postura”
Foto: Arquivo pessoal

Ao reforçar esse entendimento, a esposa do pastor, Magali Leoto, à frente do Ministério Fortalecendo a Família, salienta que o comportamento dos adolescentes é afetado por seu desenvolvimento, que não é uniforme. “Os braços e as pernas, por exemplo, crescem mais rápido que a coluna vertebral, levando a um desequilíbrio corporal. Sua mente tem certa dificuldade em adaptar-se aos movimentos do crescimento”, destaca ela, assinalando que, como se isso não fosse o bastante, há também a sensação de cansaço, a mudança na voz, o aparecimento de cravos e espinhas e a crescente atividade das glândulas sudoríparas, que causam muito suor. “O adolescente, ao observar as mudanças em seu próprio corpo, sente algo semelhante ao espanto”, esclarece. Magali acrescenta que essa ebulição de eventos acontece quando a hipófise, uma pequena glândula localizada no cérebro, começa a enviar substâncias químicas – denominadas hormônios – para outras partes do corpo por meio da corrente sanguínea. “Então, é iniciado o processo de modificações e de crescimento do adolescente, preparando-o para a função de ser pai ou mãe, no futuro.”

A educadora Luciley Aguilar da Rocha Santos aconselha: “Ouça o que os seus filhos têm a dizer. O diálogo aberto entre pais e filhos é essencial”
Foto: Arquivo pessoal

Ensino e exemplo – A educadora Luciley Aguilar da Rocha Santos, membro da Primeira Igreja Batista da Praia da Costa, em Vila Velha (ES), reconhece que os múltiplos apelos mundanos têm como foco os adolescentes, mas pensa que esses atrativos não são suficientes para apagar do coração dos filhos todo o ensinamento dos pais, se transmitidos com amor e por meio do testemunho, conforme Deuteronômio 6.6,7: E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Segundo a especialista, o caráter de um filho é forjado pelo exemplo dos pais, os quais precisam criar hábitos que lhes passem segurança, valor e competência. Quando isso não acontece, explica Luciley Santos, os conflitos na adolescência tendem a aumentar. “Ouça o que os seus filhos têm a dizer. O diálogo aberto entre pais e filhos é essencial. Peça a eles sugestões sobre o melhor dia e hora para conversar a respeito dos temas da Bíblia. Negocie de modo que fique bom para todos”, aconselha.

Por sua vez, a psicopedagoga Rosilane Moreira Rocha, obreira na Igreja da Graça em Galo Branco, na cidade de São José dos Campos (SP), acredita que a educação deve ser firmada no respeito ao próximo e no estabelecimento de limites, desde a infância, para que, na adolescência, os pais não sofram com possíveis rebeldias. Porém, ela avalia que, de modo geral, os adultos têm dificuldades em acolher as demandas das crianças. “É essencial que os pais diferenciem necessidade do desejo antes de tomar uma decisão como resposta a uma petição, seja da criança, seja do adolescente”, pondera a especialista.

A psicopedagoga Rosilane Moreira Rocha pondera: “É essencial que os pais diferenciem necessidade do desejo antes de tomar uma decisão como resposta a uma petição, seja da criança, seja do adolescente”
Foto: Arquivo pessoal

Rosilane e os demais personagens ouvidos por Graça/Show da Fé nesta reportagem sabem que as Escrituras chamam a atenção dos pais acerca do cuidado que devem ter na educação dos filhos, destacando o papel deles na formação moral, espiritual e emocional, firmada em ensinamentos contínuos, passados dia após dia como expressão de amor. É uma tarefa delicada, segundo nossos entrevistados, mas fundamental para que os adolescentes sejam encaminhados à pre­sença de Deus, de modo a, não importando a situação, seguirem no Caminho, cheios de fé, sem se desviarem para a direita ou para a esquerda, mantendo os olhos fixos em Cristo até o Dia Final.


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