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Pastores destacam a importância da amizade na evangelização e no crescimento da fé

Three happy friends hugging smiling.Funny women together celebrating sitting on the living room sofa. High quality photo

Foto: CarlosBarquero / Adobe Stock

Por Lilia Barros

A Bíblia revela que o Senhor criou o homem como um ser sociável para que desenvolvesse conexões saudáveis e, assim, construísse amizades e laços de afeto. As Escrituras motivam não apenas a fazer amigos, mas também a cuidar deles, conforme registra Provérbios 27.10: Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai. Um exemplo marcante de amizade relatado no Livro Sagrado é entre Rute e Noemi. Ambas haviam sofrido grandes perdas. Viúva e sem filhos, Noemi decidiu voltar para Belém, onde já não havia fome. Ela aconselhou suas noras a permanecerem em Moabe, junto às famílias e aos deuses delas, mas Rute optou por ficar ao lado da sogra, como aponta o Texto Sagrado: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada (Rt 1.16,17). Ao chegar a Belém, a jovem se dedicou ao trabalho para sustentar Noemi, que já era idosa, demonstrando um amor altruísta e leal.

O Pr. Lacir Pereira da Silva afirma que a amizade verdadeira é algo raro, mas perene, pois resiste à passagem dos anos e às adversidades: “Em todo o tempo ama o amigo, e, nas horas de angústia, ele se torna um irmão. Mesmo não sendo um irmão de sangue, acaba sendo uma pessoa mais próxima que um familiar”
Foto: Arquivo pessoal

Outro exemplo de lealdade e companheirismo é entre Davi e Jônatas. Este arriscou a vida ao defender Davi, desafiando o próprio pai, Saul. Os dois jovens nutriram uma amizade tão profunda que Davi cuidou de Mefibosete, filho de Jônatas (2 Sm 9.6,7), após a morte do amigo. “A amizade deles foi descrita como mais intensa do que o amor das mulheres, sendo desprovida de interesses pessoais”, observa o Pr. Lacir Pereira da Silva, líder estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Teresina (PI). “Essa ligação era fundamentada no respeito e na admiração, com uma reciprocidade verdadeira, algo essencial em uma amizade genuína”, assinala o ministro. Ele cita a passagem de 2 Samuel 1.5-12, na qual Davi ficou profundamente abalado quando soube que Jônatas e Saul morreram em uma batalha e lamentou a perda de seu grande amigo.

O Pr. Nelson Moura reflete: “Amigos são irmãos que a vida nos dá para caminhar conosco ao longo da nossa jornada”
Foto: Arquivo pessoal

Na opinião de Lacir, a amizade verdadeira é algo raro, mas perene, pois resiste à passagem dos anos e às adversidades. “Em todo o tempo ama o amigo, e, nas horas de angústia, ele se torna um irmão. Mesmo não sendo um irmão de sangue, acaba sendo uma pessoa mais próxima que um familiar”, explica o pastor, parafraseando Provérbios 17.17. “Temos muitos parceiros, admiradores e colegas, mas amigos de fato são poucos. Os demais são temporários e passageiros”, destaca o líder, acrescentando que os verdadeiros sempre passarão por provas e se mostrarão leais. Na perspectiva bíblica e da Igreja, ressalta ele, a amizade sincera e recíproca pode ser uma poderosa ferramenta de evangelização, porque reflete o caráter do indivíduo, e não apenas a sua comunhão com Deus. Contudo, o ministro faz uma importante ressalva: “Não é possível para o cristão desenvolver uma amizade próxima com alguém que rejeita o Evangelho. Pode haver resistência por parte dessa pessoa em apoiar questões relacionadas à vida com o Altíssimo, uma vez que ela não aceitou Jesus, e seu coração está tomado pelo mal”.

Foto: Look! / Adobe Stock

Para o Pr. Nelson Moura, da IIGD em Cidade Nova, Manaus (AM), os exemplos bíblicos revelam que uma relação amigável tem o poder de transformar os envolvidos em membros da família. “Amigos são irmãos que a vida nos dá para caminhar conosco ao longo da nossa jornada”, reflete. Para ele, quem tem um amigo acaba adquirindo um novo familiar, não por mérito, mas por afinidade de espírito. “O homem que tem muitos amigos deve ser amigável, mas há amigos mais chegados do que um irmão”, afirma, mencionando Provérbios 18.24. O pastor salienta que Jesus também ensinou sobre a amizade, associando-a ao amor e à obediência: O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando (Jo 15.12-14).  De acordo com Moura, aqueles que estiverem em obediência às Escrituras colocarão em prática toda boa Palavra. O pregador sublinha que, quando Jesus chamou Judas de amigo, Cristo manteve a essência de Seu caráter imutável, lembrou-lhe de Seus ensinamentos, demonstrou o Seu amor e ensinou o que é uma amizade real.

O Pr. Ivanilto Evangelista Macedo afirma, ao falar de Jônatas, que “um amigo de verdade faz qualquer sacrifício para que o outro alcance o maior potencial em todas as áreas da vida”
Foto: Arquivo pessoal

Relação virtual – Referindo-se ao exemplo de Jônatas e Davi, o Pr. Ivanilto Evangelista Macedo, da IIGD em Jaraguá do Sul (SC), declara que o filho de Saul abriu mão de uma posição de destaque, já que era o primogênito do monarca e estava destinado a suceder seu pai, porque sabia que seu amigo era o escolhido por Deus. “Quando Jônatas entregou seus pertences reais a Davi, estava confirmando que o amigo seria o próximo rei de Israel e que o apoiaria (1 Sm 23.16,17).” Para o ministro, a atitude de Jônatas demonstrou que “um amigo de verdade faz qualquer sacrifício para que o outro alcance o maior potencial em todas as áreas da vida”.

Ao avaliar o que ocorre nestes tempos de redes sociais, Ivanilto observa que o ambiente digital tem prejudicado as conexões no mundo real, impactando a construção de amizades genuínas. Ele salienta que o número de amigos virtuais cresce a cada ano, proporcionando o contato entre pessoas de diferentes países e culturas. Entretanto, não há como solucionar a limitação de algo essencial para o ser humano: a convivência presencial. O pregador reconhece que, independentemente da geração, as pessoas não conseguem mais viver sem a tecnologia, por isso faz um alerta: “Devemos ter muito cuidado, especialmente com nossas crianças e nossos jovens, pois existe muita gente que se apresenta como amigo, mas, na verdade, é lobo disfarçado”, diz, referindo-se à passagem de Mateus 7.15, conforme ensina o Senhor Jesus.

O Pr. Israel Fabrício Bomerich lamenta: “A correria da vida, o desejo de enriquecer e o egoísmo nos corações são fatores que contribuem para o distanciamento entre as pessoas”
Foto: Arquivo pessoal

O Pr. Israel Fabrício Bomerich, líder estadual da IIGD em Santa Catarina, compartilha a preocupação de seu colega de ministério e lamenta que muitos indivíduos optem por passar mais tempo no ambiente digital do que em uma boa conversa frente a frente. Além disso, observa que, como reflexo desse comportamento, o amor de muitos tem esfriado. “A correria da vida, o desejo de enriquecer e o egoísmo nos corações são fatores que contribuem para o distanciamento entre as pessoas.”

Propósito de Deus – Entretanto, há quem siga os exemplos bíblicos e lute para construir amizades autênticas. É o caso da aposentada Rita de Cássia Moura Brasil Moulin, 62 anos, membro da Primeira Igreja Batista de Vila Velha (ES), e da vendedora Sandra Linhares de Lima, 56, da Igreja Pentecostal A Fonte do que Clama, em Belo Horizonte (MG). O vínculo afetivo entre as duas começou quando Sandra se mudou para o Espírito Santo e passou a morar no mesmo prédio que Rita. “Rita foi a pessoa que me mostrou os caminhos de Jesus. Já sou convertida há 21 anos”, compartilha a vendedora, emocionada.

Sandra revela que a sua vida foi transformada por causa dessa amizade, que só fez crescer com o tempo. “Somos primas de alma e de coração. Amigas mais próximas do que irmãs. Eu choro só de me lembrar de toda a minha jornada até encontrar Jesus, por meio do testemunho e da amizade de Rita.”

A conexão existente entre as amigas se fortaleceu ainda mais durante um momento difícil, quando a filha recém-nascida de Sandra enfrentou sérios problemas de saúde. Rita de Cássia ofereceu apoio, fortalecendo e acalmando a amiga com muito amor. “Oramos juntas muitas vezes, e Rita me incentiva a seguir em frente, escalar a montanha da fé, porque minha filha estava no topo, e eu a pegaria nos braços se cresse. E Deus fez o milagre”, recorda-se Sandra. Rita se emociona ao falar da amiga, destacando que essa amizade é preciosa, porque tem sido usada pelo Senhor para salvar vidas. “Eu a amo profundamente”, frisa a aposentada.

O Pr. Márcio Gonçalves assegura: “Deus pode ter grandes propósitos em uma amizade. No entanto, para ser validada pelo Altíssimo, ela precisa ter como foco cumprir o objetivo dEle”
Foto: Arquivo pessoal

O Pr. Márcio Gonçalves, líder estadual da IIGD no Espírito Santo, acredita que a amizade pode ter um impacto extremamente positivo nas pessoas ao redor. Para ele, investir tempo em relacionamentos significativos é uma forma eficaz de anunciar o amor de Cristo. “Deus pode ter grandes propósitos em uma amizade. No entanto, para ser validada pelo Altíssimo, ela precisa ter como foco cumprir o objetivo dEle”, assegura ele, relembrando o exemplo de Rute e Noemi, cuja amizade foi além dos laços familiares.

Mútuo interesse – O Pr. Sadam Carpegianne Figueira Lima, mais conhecido como Sadam do Bem, líder estadual da IIGD no Amazonas, lamenta que, com o advento da internet e das redes sociais, tenha surgido uma nova forma de fazer amigos, limitada à apenas dois sentidos: visão e audição. Ele observa que esse modo de se relacionar permite conversas, negociações, aulas, trocas de ideias e criação de vínculos. Todavia, tais conexões carecem de tato e olfato, os quais proporcionam o contato direto e até a percepção do cheiro do outro. “Nada se compara à amizade construída pessoalmente, com a proximidade, para solidificar um sentimento genuíno.”

O Pr. Sadam Carpegianne Figueira Lima, mais conhecido como Sadam do Bem, destaca: “Nada se compara à amizade construída pessoalmente, com a proximidade, para solidificar um sentimento genuíno”
Foto: Arquivo pessoal

Na opinião do ministro, até mesmo as conexões motivadas por determinados interesses podem ser saudáveis e, para estas, há fundamento bíblico. Para ilustrar seu argumento, Lima relata o exemplo do Senhor Jesus e Seus discípulos em João 15.15: Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. “É uma troca: fazemos o que agrada ao Senhor, e Ele nos retribui do mesmo modo. Essa é a visão de uma amizade que surge por interesse mútuo, criando um laço entre as partes,” finaliza.

Foto: Davide Angelini / Adobe Stock

O Missionário R. R. Soares, em sua mensagem Como devem ser nossas amizades, com base no Salmo 119.63 (Sou amigo de todos os que te temem e obedecem aos teus preceitos –NVI), ensina que o cristão nunca deve ser adversário daqueles que são de Deus, guardam os Seus mandamentos e temem ao Senhor. Caso contrário, afirma Soares, será arruinado e estará se unindo ao inimigo. Essa Palavra, transmitida no programa Semeando a Fé, no canal do Missionário no YouTube, traz outra orientação fundamental: Seja companheiro de todos que precisam da sua oração, e Deus lhe recompensará.


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