Clamor atendido
14/05/2025
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John Nelson Hyde conduziu mais de cem mil a Cristo na Índia

O missionário norte-americano John Nelson Hyde (1865-1912)
Foto: Reprodução / Christian Hall of Fame com IA de AI EASE

Por Patrícia Scott*

Em um período no qual o Evangelho estava dando os primeiros passos na Índia, o missionário norte-americano John Nelson Hyde (1865-1912) impactou profundamente aquele país asiático ao pregar a Palavra entre as comunidades hindus e muçulmanas. De 1892 a 1911, estima-se que, por meio do seu ministério, mais de cem mil indianos tenham se convertido ao cristianismo, e, em razão disso, a igreja local vivenciou um significativo avivamento espiritual. Conhecido por orar incessantemente, muitas vezes em jejum, Hyde passou a ser chamado de “o homem que orava”. Nascido em 9 de novembro de 1865, em Carthage, no estado norte-americano de Illinois, dedicou-se completamente à obra missionária, entregando sua vida a Deus com intensidade.

Seu pai, o Rev. Smith Harris Hyde, pastoreou a Igreja Presbiteriana de Carthage por duas décadas, e sua mãe, Lucinda Taylor Hyde, era dona de casa. Diariamente, o casal realizava cultos domésticos nos quais orava com seus seis filhos – três homens e três mulheres – pela conversão dos não salvos. Assim, desde cedo, John foi profundamente tocado pelo chamado para as missões. O amor dos pais pela evangelização do mundo influenciou tanto os filhos que três deles dedicaram a vida à pregação do Evangelho. O primeiro a sentir o chamado missionário foi Edmund, um jovem pregador leigo que ingressou no seminário para se preparar para o ministério e atuava como voluntário em missões no exterior. Entretanto, em 1891, quando liderava o trabalho da Escola Dominical em Montana, adoeceu e morreu precocemente.

A tragédia familiar motivou John a voluntariar-se para a obra missionária. Após orar intensamente, receber a confirmação divina e concluir o curso de Teologia no Seminário McCormick, em Chicago (EUA), Hyde, então com 27 anos, partiu para a Índia, em 1892, como membro da Missão Presbiteriana Americana. Cinco anos antes, havia se formado com honras no Carthage College, sendo até escolhido para ocupar o cargo de professor.

Antes de partir para Mumbai, mas já dentro do navio, John recebeu uma carta de um amigo de seu pai, insistindo que buscasse o batismo no Espírito Santo como habilitação essencial para a missão. Inicialmente, ele ficou irritado com a sugestão, mas reconheceu que precisava dessa experiência. Durante a viagem, dedicou-se à oração, buscando ser cheio do Espírito Santo e compreender, por experiência pessoal, o significado de Atos 1.8. Naquela época, ganhava força nos EUA o entendimento de que o batismo com o Espírito Santo não era sinônimo de conversão, mas um revestimento de poder para o serviço missionário.

Registro fotográfico de uma convenção em Sialkot
Foto: Reprodução / Beautiful Feet com uso de AI EASE

Desafios superados – Ao chegar à Índia, por ser parcialmente surdo, John teve algumas dificuldades para aprender as línguas locais. No entanto, após muito esforço, dominou os idiomas urdu e punjabi. Além disso, estudou intensamente as Escrituras, acreditando que todo pregador e missionário deveria conhecer e manejar bem a Palavra de Deus.

Convencido de seu chamado como evangelista de aldeias, John Hyde viajou, a partir de 1894, sem descanso, por Ludhiana e Lahore, com uma preocupação especial pela casta mais baixa, que somava cerca de 200 mil pessoas. No início de 1899, decepcionado com o resultado do trabalho, o qual contava com algumas poucas conversões, Hyde intensificou suas orações, passando noites inteiras clamando a Deus pelo derramamento de Sua graça sobre os indianos.

Em 1902, o missionário regressou aos Estados Unidos para cuidar da saúde. Ao voltar para Índia, em 1904, começou um avivamento espiritual na escola para meninas, localizada na sede da Missão Presbiteriana Unida, em Sialkot (cidade hoje pertencente ao Paquistão), no Punjab, e o movimento se expandiu para um seminário próximo. Assim, no mesmo ano, ocorreu a primeira convenção em Sialkot e um despertar espiritual irrompeu – estendendo-se até 1911.

Em 1904, John Hyde fundou a Punjab Prayer Union (União de Oração do Punjab, em tradução livre) para apoiar as convenções anuais de Sialkot, que reuniam pastores nativos, cristãos indianos e missionários ocidentais, todos comprometidos a orar meia hora por dia pelo mover espiritual. Quatro anos depois, Hyde fez um clamor ousado por uma alma a cada dia, e mais de 400 pessoas aceitaram Jesus naquele ano. Em 1909, ele passou a interceder por duas almas diariamente, resultando em 800 conversões registradas. No ano seguinte, fez uma oração fervorosa: Dá-me almas, ó Deus, ou eu morro!, elevando sua meta para quatro vidas por dia. Durante 30 dias e 30 noites, Hyde intercedeu por Calcutá. Como resposta às orações, milhares de indianos aceitaram Cristo como Senhor e Salvador, e centenas de obreiros foram reavivados.

Em 11 de março de 1911, aos 46 anos, ele viajou para o Reino Unido para uma série de pregações, mas adoeceu no País de Gales. Sua condição de saúde era crítica e exigia repouso. Então, voltou para os EUA, desembarcando em Nova Iorque em 8 de agosto de 1911. O missionário tinha um tumor maligno no cérebro e precisou operar, no entanto o câncer retornou. John Hyde faleceu no dia 7 de fevereiro de 1912, sete meses antes de completar 47 anos de vida. Em seu leito de morte, deixou uma mensagem evangelística, ao proferir esta frase derradeira: Grite a vitória de Jesus Cristo! (*Com informações de Wikipedia, Dictionary of Christian Biography in Asia, Nova Vida em Amor e Mensagem de Paz e Vida).


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