
Ato de fé
04/09/2025
Como podemos saber se uma doutrina é verdadeira ou falsa?
I. T. R., sem identificação da cidade
R.: É simples. Ninguém precisa ser erudito em Teologia para ser capaz de identificar uma falsa doutrina, uma vez que o discernimento da vontade de Deus foi disponibilizado para aqueles que o desejem de modo sincero e humilde, como declarou Jesus (Mt 11.25). Tudo aquilo que necessitamos saber acerca do Senhor, da salvação, da eternidade, da vida neste mundo e das questões correlatas está nas Escrituras Sagradas, de sorte que, conhecendo-as, não seremos enganados pelas falsas doutrinas (2 Tm 3.14-17). Lembre-se: a primeira distorção da Palavra de Deus foi feita pelo diabo, e essa é sempre a característica principal de todo falso ensino (Gn 3.1-5). Satanás, o pai da mentira, está por trás de todo engano, com o fim de destruir a principal obra do Altíssimo, o ser humano (Jo 8.44; 10.10). O Santo Espírito alerta de modo veemente para a multiplicação das distorções bíblicas em nossos dias, as quais visam desviar os salvos e fazer prosperar a iniquidade e a injustiça (Mt 24.11,12; 2 Tm 3.1-5; 4.1-5). Permanecer atento ao que ensina a Santa Palavra é crucial e suficiente para identificar e evitar toda falsa doutrina.
Jesus morreu por todos? Se sim, por que muitos não vão para o Céu?
S. X., sem identificação da cidade
R.: A mensagem maravilhosa do Evangelho é enfática ao anunciar a salvação a toda gente. Deus enviou Seu Filho ao mundo para salvar a humanidade (Jo 3.14-21). Por tal razão, não procede a ideia de o Pai celeste querer a perdição de alguém! (Ez 18.23; 33.11; 2 Pe 3.9). Ele não faz acepção de pessoas (Dt 10.17; At 10.34,35; Rm 2.11). Por Ele, todos os seres humanos seriam resgatados de sua vã maneira de viver, a fim de participarem da vida eterna no Céu (1 Tm 2.3-6). Ocorre que nem todos querem ser salvos, e Deus respeita a liberdade de escolha que Ele mesmo concedeu a nós. A primeira referência bíblica citada nesta resposta diz que há aqueles que escolhem não crer no Senhor Jesus, porque desejam continuar a praticar o mal e, consequentemente, amar as trevas em vez da luz. Lembre-se do caso do jovem religioso e de boa índole que procurou Jesus querendo a salvação. Apesar de Cristo querer salvá-lo, não pôde fazer isso, pois o jovem preferiu as riquezas terrenas que possuía aos tesouros eternos no Céu (Mc 10.17-25). Em outra ocasião, o Mestre chorou ao contemplar Jerusalém, demonstrando Sua profunda dor por não poder salvar Seu povo, simplesmente porque os judeus recusaram reiteradamente o amor divino (Lc 13.34). Em suma, Deus sempre quis resgatar todos indistintamente com a salvação provida em Cristo Jesus, mas cabe a cada um decidir se quer ou não o maior presente da graça divina.

Quais são as alianças na Bíblia e o que vem a ser a abraâmica?
W.X.A. e B. H., via internet
R.: Deus Se revela em Sua Palavra por meio de alianças firmadas com o ser humano, feito à Sua imagem e semelhança. Com Adão, fez a aliança do Éden, quebrada pela desobediência (Gn 3). Depois, estabeleceu com Noé o pacto de não mais destruir a Terra com o Dilúvio, após a purificação do mundo com aquele juízo terrível (Gn 9). Ambas abrangiam toda a humanidade, bastando que os homens temessem o Senhor, vivendo segundo Seus princípios expressos na multiplicação do homem e no domínio da Terra, exaltando o dom da vida como o mais valioso, uma vez que só Deus pode concedê-lo. É digno de nota que, até o advento da torre de Babel, a humanidade se dividia entre os que escolhiam temer o Senhor e os que não O temiam, mas não havia outra divindade. Entretanto, a partir de Babel, os povos se dividiram, constituindo divindades próprias que os protegessem das outras nações e, em última análise, do Senhor, a quem tentaram afrontar com a torre (Gn 11). Então, Deus chamou Abrão, um dos que O temiam, e fez com ele um pacto pelo qual o Senhor teria um povo Seu, a fim de representá-Lo diante das nações. Essa aliança foi progressiva e tinha como objetivo não apenas mostrar como o Todo-Poderoso era o único e verdadeiro Deus, mas também separar um povo santo de onde viria o Salvador. A circuncisão era a maior marca dessa aliança, apontando para a semente diferenciada e santa na qual consistiria o povo de Deus (Gn 12.1-3; 13.14-17; 15.1-21; 17.1-22). Mais tarde, nos dias de Moisés, o Senhor fez o pacto do Sinai, a aliança da Lei, justamente com o povo descendente de Abraão por Isaque, o filho da promessa, de quem Jesus haveria de vir (Êx 24). Por fim, o Altíssimo fez a Nova Aliança no sangue do Seu Filho, por meio da qual é salvo quem se arrepende dos pecados e crê no sacrifício de Jesus feito em favor do homem (Lc 22.20; Hb 12.24).
Quem são os descendentes de Abraão?
C. Z., sem identificação da cidade
R.: O denominado pai de todos os que creem (Rm 4.11) deu origem a diferentes povos e não apenas aos judeus e árabes, como muitos pensam. Os judeus são o povo originado em Isaque por intermédio de Jacó, cujo nome foi mudado para Israel (Rm 9.6-9; Gn 32.22-29). Seu irmão gêmeo, Esaú, deu origem aos edomitas, perpétuos inimigos do povo de Deus. Com a serva de Sara, Agar, Abraão gerou Ismael, cujos descendentes formaram os povos árabes (Gn 25.12-18). Com Quetura, esposa de Abraão após a morte de Sara, o patriarca deu origem a outros povos, dentre os quais destacam-se os midianitas, de onde procedia Zípora, esposa de Moisés (Gn 25.1-4; Êx 2.15-22).
Depravação total tem base bíblica?
Y. C. S., sem identificação da cidade
R.: Essa frase horrível é o nome dado pelos eruditos a uma doutrina teológica que descreve a corrupção moral e espiritual decorrente da rebelião de Adão e Eva no Éden e caracteriza todos os seres humanos (Gn 3). Naquele triste episódio, o homem se rebelou contra a Palavra de Deus e, como consequência, passou a fugir da presença divina. Embora a expressão seja forte, especialmente com o adjetivo total, isso não significa que o ser humano não possua nenhuma virtude em si mesmo, e sim que a sua inclinação para o erro é tão profunda e maligna que o impede de se salvar. Entre outros textos das Escrituras Sagradas, a epístola aos Romanos explora bastante essa verdade, especialmente nos sete primeiros capítulos, o que torna a doutrina genuinamente bíblica. Pelo fato de nenhum ser humano, exceto Cristo, estar isento de pecado, todos nós precisamos do Salvador, alguém que pagou pelas nossas iniquidades: o Senhor Jesus (Is 53.4-6; 2 Co 5.18-21). Assim, quem crê no sacrifício vicário do Filho de Deus se torna também filho do Altíssimo (Jo 1.12). Não há mais condenação contra tal pessoa, desde que ela se mantenha na fé em Cristo e na obediência à Palavra (Rm 5.1; 8.1-4; Cl 2.13,14). Por isso, ser salvo implica imitar Jesus, fazendo as mesmas obras que Ele realizou quando esteve no mundo, usando a autoridade que Ele mesmo nos deu (Lc 10.19; Jo 13.15; 14.12; 1 Co 11.1; Ef 5.1). Ao compreender essa doutrina, percebemos o grande engodo de querer obter a salvação pela prática de boas obras, o que é impossível (Ef 2.8,9). Não se trata de compensar os erros com acertos, pois Deus é santíssimo e não pode suportar qualquer resquício de iniquidade por mínima que seja (Hc 1.13). É, portanto, absolutamente necessário que todo mal e pecado sejam extirpados pela fé no sacrifício de Jesus, para que a salvação seja possível. Ao deixarmos a natureza do diabo, a morte, e assumirmos a do Senhor, viveremos para realizar as boas obras que Deus nos preparou (Ef 2.10).