
Ex-participante de reality culinário leva o Evangelho aos lugares mais esquecidos de São Paulo
31/07/2025
Qual é a definição de graça?
U. R. E., sem identificação da cidade
R.: Quem acompanha minhas pregações orais ou escritas sabe que não gosto de definições teológicas, pois penso que não passam de meras conjecturas humanas sobre Deus e Seus feitos. O Livro Santo, a verdade absoluta segundo o Senhor Jesus (Jo 17.17), não se preocupa em definir graça, antes a descreve: Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (Jo 1.17). Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras (Tt 2.11-14). A Lei de Moisés revelou a vontade do Todo-Poderoso e demonstrou de modo cabal o fracasso do homem em cumpri-la. Isso trouxe condenação eterna ao ser humano (Rm 3.23; 6.23). Contudo, a graça divina trouxe a salvação por intermédio do Senhor Jesus, propiciando libertação não apenas da condenação eterna, mas também dos vícios, enganos e desvios desta vida. Portanto, graça é a ação divina em nosso favor, resgatando-nos da maldição e tornando-nos semelhantes a Seu Filho, inclusive em Seus atos de poder (Gl 3.10-13; Jo 14.12). Tudo isso, mediante a fé em Cristo Jesus (Ef 2.8).
Missionário, qual é a melhor versão da Bíblia para leitura: Almeida ou Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)?
R. L., Campo Grande (MS)
R.: Minha versão predileta é a Almeida Revista e Corrigida; inclusive, é a que uso desde a minha juventude. Não tenho nada contra as demais, é uma facilidade que não existia em português há poucos anos. Para quem está se familiarizando agora com a Palavra de Deus, o uso de versões mais atuais, como a NTLH, pode ser mais vantajoso. Porém, para quem, como eu, já está acostumado com a linguagem bíblica tradicional, as mais recentes soam um tanto inapropriadas como “voz de Deus”. Entretanto, o que realmente importa é que a Bíblia Sagrada seja lida, compreendida, estudada e obedecida, pois é isso que fará toda a diferença na vida do cristão (Sl 1.1-3; 2 Tm 3.14-17).

O que é a Aliança Adâmica?
O. E. S., sem identificação da cidade
R.: Esse é o nome que os estudiosos dão ao pacto que o Criador estabeleceu com nossos primeiros pais. Por meio dessa aliança, o ser humano encheria e dominaria a Terra, governando todas as criaturas com autoridade dada pelo próprio Deus (Gn 1.26-28). Além disso, a humanidade viveria para sempre em um lugar perfeitamente harmonioso chamado Éden, cujo significado é deleite, zelando pela criação divina sem sofrer qualquer revés ou desgaste. A condição para que tudo continuasse assim era manter-se obediente ao Senhor, que estabeleceu apenas uma pequena restrição à total liberdade do homem (Gn 2.7-17). Enquanto Adão e Eva se mantiveram leais ao Pai celestial, desfrutaram não apenas de felicidade e paz perfeitas, mas também da comunhão pessoal com Ele, de modo tão intenso e direto que nós só experimentaremos no Céu. Ao desobedecer ao Altíssimo, o ser humano perdeu toda a perfeição que caracterizava a criação e cedeu a autoridade que possuía para o diabo, tornando maldita a Terra e a existência humana (Gn 3). Pois bem, quando o Senhor Jesus, o segundo Adão, morreu no Calvário, foi ao Inferno e derrotou Satanás, esmagando a cabeça da serpente, como profetizado, e retomou a autoridade extorquida de Adão (Gn 3.15; Rm 5.12-21; 1 Co 15.21,22; Ef 4.7-9; Cl 2.15). Por isso, quem crê no Salvador pode fazer a obra divina neste mundo, e é isso que o Todo-Poderoso espera de nós (Mt 10.1; Jo 14.12).
O corpo do cristão pode ser cremado após o falecimento?
M. G., Rio de Janeiro (RJ)
R.: A Escritura é nossa Regra única e infalível de fé e prática; portanto, é a ela que devemos recorrer diante de dúvidas como essa. A preocupação central, nesse caso, é com o corpo após a morte, visto que a Palavra ensina enfaticamente a ressurreição dos mortos como um dos acontecimentos que marcarão o fim da presente era (Is 26.19; Dn 12.2; Mt 22.29-32; Jo 11.23-26; 1 Co 15; Ap 20.11-15). A questão, portanto, é: como seria possível a ressurreição daqueles cujos corpos foram destruídos por meio da cremação? O mesmo poderia ser indagado sobre os que tiveram morte decorrente de incêndio ou que foram devorados por feras. Entretanto, pensar desse modo revela um entendimento muito tacanho acerca do poder de Deus, como se o Senhor precisasse de um corpo, ainda que reduzido a meros ossos, para dar-lhe novamente a vida. Ora, a Palavra ensina que a morte é a separação entre a matéria, que é pó, e o espírito, o qual é eterno por ter vindo diretamente do Criador (Ec 12.7; Gn 2.7; 3.19). A cremação nada mais é do que acelerar o processo natural de decomposição do corpo, reduzindo-o a pó quase instantaneamente. Deus é suficientemente poderoso para recriar o corpo de todos os seres humanos e devolver-lhes o espírito e a alma, independentemente do modo como cada um morreu ou foi sepultado. Entretanto, o Texto Sagrado ensina também que tudo o que não provém da fé é pecado (Rm 14.23). Assim, quem não tiver paz com essa questão pode e deve dizer aos parentes, deixando determinado, que não deseja ser cremado, e a sua vontade será respeitada.
O que é o pré-milenismo dispensacionalista ou dispensacionalismo pré-milenista?
J. O., sem identificação da cidade
R.: Na edição passada, descrevi o sistema dispensacionalista de interpretação da Bíblia. Nele, o Altíssimo interagiu com o homem de maneiras diferentes, conforme a dispensação do momento. Segundo essa forma de entender as Escrituras Sagradas, a próxima dispensação será o Milênio, o governo pessoal e direto de Jesus, fisicamente presente no mundo, a partir de Jerusalém, e que durará mil anos (Lc 1.31-33; Mt 25.31-34ss; Ap 20.1-6). O pré-milenismo tem esse nome, porque entende como literal o futuro governo do Rei dos reis na Terra, o que implica necessariamente que a volta de Cristo ocorra antes da instauração do Reino milenar. Portanto, diferentemente de outras formas de interpretar as profecias sobre o fim do mundo, o pré-milenismo entende que haverá um tempo longo entre a segunda vinda de Jesus e o Dia do Senhor, a destruição de todas as coisas descrita pelos apóstolos Pedro e João (2 Pe 3.10; Ap 20.7—21.1). Como sempre digo, não é ruim estudar e procurar entender as questões ligadas ao fim dos tempos, desde que sem pavor ou radicalismo, pois todos os sistemas de interpretação têm pontos fortes e fracos. O melhor é fazer o que o Mestre ordenou: manter-se vigilante, sendo fiel a Ele até a morte, fazendo a obra do Evangelho como Seus imitadores e usando a autoridade que o Pai nos deu para tanto (Mt 24.13;Lc 10.19; Jo 13.15; 14.12). Assim, sejam como forem os últimos dias deste mundo, estaremos eternamente seguros nas mãos dAquele que rege o Universo.