Do início ao fim
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03/09/2024Resposta do Senhor
Após três abortos espontâneos, Cristiane Ramos finalmente realizou o sonho de ser mãe
Por Evandro Teixeira
Logo que se casaram, em 2015, a recepcionista Cristiane Cássia Silva Ramos, 39 anos, e o comerciante Marcelo Correia Ramos, 52 anos, sonhavam com a chegada do primeiro filho. Entretanto, de 2015 a 2020, Cristiane sofreu três abortos espontâneos, o que causou grande tristeza para o casal. A princípio, os médicos não sabiam o porquê de as gestações não seguirem além do terceiro mês, quando o bebê perdia os batimentos cardíacos e morria ainda no ventre. Nas três vezes, Cristiane precisou ser internada para retirar o feto por meio de curetagem, procedimento de raspagem do útero.
A recepcionista tinha histórico de diabetes tipo 1 e hipertireoidismo [produção excessiva do hormônio tiroxina, que aumenta o metabolismo, provocando perda inesperada de peso, batimentos cardíacos rápidos ou irregulares e outros sintomas]. Inicialmente, ela pensou que esses problemas poderiam ter prejudicado as gestações, mas nenhuma dessas condições estava por trás dos abortos. Após a última perda gestacional, em 2020, exames revelaram que ela sofria de trombofilia, uma predisposição genética ao desenvolvimento de trombose – condição que decorre da formação de coágulos nos vasos sanguíneos. Na gravidez, a doença pode levar ao aparecimento de coágulos na placenta, que impedem a nutrição e a oxigenação adequadas do embrião, levando-o à morte. Em alguns casos, a mulher não consegue nem sequer engravidar.
Na época dos abortos, Cristiane frequentava uma igreja evangélica, mas, devido à sucessão de experiências dolorosas, afastou-se da fé. No entanto, tempos depois, em um momento de reflexão, percebeu que deixar Deus de lado não era o melhor caminho. Assim, já conhecendo o ministério do Missionário R. R. Soares por meio do programa Show da Fé, a recepcionista se lembrou de que havia uma Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) no bairro Céu Azul, em Belo Horizonte (MG), próxima à casa dela. No primeiro culto de que participou, em 2020, ela teve um reencontro com o Senhor. “Chorei a reunião inteira, principalmente durante a pregação”, recorda-se.
Carta para Deus – O retorno à Igreja foi o pontapé inicial para o casal retomar a luta pela chegada do tão aguardado filho. Ciente da necessidade de se fortalecer espiritualmente, Cristiane decidiu fazer o Curso Fé, que a incentivou a continuar batalhando para conquistar sua vitória. A liderança da IIGD, com algumas irmãs, passou a ajudá-la por meio de oração e aconselhamentos. Assim, orientada pela líder do Mulheres que Vencem (MQV), Cristiane decidiu, em um ato de fé, escrever uma carta para Deus relatando toda a sua luta. “Expus ao Senhor que precisava da ajuda dEle para superar o problema que estava enfrentando, pois não aguentava mais sofrer tantas perdas e desejava realizar o sonho da maternidade.” Além disso, ela iniciou um propósito de oração: em todas as vezes que clamava, apresentava aquela carta ao Altíssimo, cujo conteúdo apenas ela e Deus conheciam.
Tomando como exemplo mulheres da Bíblia que enfrentaram dificuldades para engravidar, Cristiane se manteve firme, crendo na resposta do Pai celestial. A história de Ana, mãe de Samuel, era uma de suas principais referências. “Da mesma maneira que ela, coloquei em meu coração que também orientaria meu filho para que ele se tornasse um homem dedicado à obra divina”, lembra-se, fazendo menção ao texto de 1 Samuel 1.11: E votou um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.
Em novembro de 2021, Cristiane recebeu a notícia de que estava grávida. No entanto, devido ao problema de saúde, ela sabia que se tratava de uma gestação de risco. Por isso, durante todo o desenvolvimento do bebê, a recepcionista tomou uma medicação injetável anticoagulante, tendo em mente que, mesmo cumprindo essa rotina, a gestação poderia não vingar. “Ficava apreensiva, pois tinha medo de sofrer mais uma perda”, admite.
Naquele período, a oração de Cristiane era uma só: “Meu Pai, se o Senhor deixou que eu engravidasse, permita-me levar essa gravidez até o final”. Ela se propôs a seguir todas as orientações médicas, crendo que o Altíssimo estaria à frente de tudo. “A oração era meu momento de fortalecimento”, afirma Cristiane, observando que sentia a mão do Senhor conduzindo cada etapa. “Ele mandou os médicos certos para estarem comigo nesse processo”, celebra ela, relembrando que o mesmo clínico que identificou o problema genético a encaminhou para um especialista em gravidez de risco, com quem estabeleceu uma parceria para acompanhá-la. “Eles eram sempre muito cuidadosos comigo. Parecia que Deus havia mandado anjos para cuidarem de mim.”
Ao completar 37 semanas de gestação, os médicos acharam mais prudente realizar o parto devido a um sangramento, evitando, assim, riscos para a saúde da mãe e da criança. De acordo com os especialistas, havia a possibilidade de ela sofrer uma forte hemorragia durante o parto. No entanto, isso não aconteceu: o bebê nasceu bem e conseguiu se alimentar sem problemas. Hoje, com dois anos de idade, o pequeno Moisés José Neto Ramos desfruta de plena saúde. “Do início ao fim, Deus esteve com tudo sob controle. Meu filho só me dá alegrias”, conclui a mãe, grata e feliz pela resposta do Senhor.