Nesta edição, continuaremos falando de alguns números que aparecem na Bíblia Sagrada com clara significação, especialmente nos campos da Tipologia e da Escatologia. Dessa vez, abordaremos o primeiro número a indicar a perfeição divina: o três.

Há quatro números perfeitos nas Escrituras, e o três é o primeiro deles. Os outros são: 7 (perfeição espiritual), 10 (perfeição ordinal) e 12 (perfeição governamental).

Um número associado à divindade – Os serafins clamam: Santo, Santo, Santo (três vezes) em Isaías 6.3, adorando a Trindade. Assim também fizeram os seres viventes em Apocalipse 4.8. A bênção em Números 6.23-26 é tríplice, indicando a Trindade (ver também 1 Jo 5.7,8).

Em Gênesis 18, o Criador aparece a Abraão como um Deus uno e trino. Em um sentido singular, o Senhor aparece nos versículos 1, 3, 8, 20, 21, 33. No plural, nos versículos 2, 4, 5, 6, 8 e 22.

Nos holocaustos, eram oferecidas três décimas de flor de farinha (Nm 15.9), indicando que a oferta era destinada ao Deus trino. Seguindo o mesmo critério, Jesus menciona três medidas de farinha na parábola do fermento (Mt 13.31-35). Há três plenitudes divinas: a plenitude de Deus (Ef 3.19), a plenitude de Cristo (Ef 4.13) e a plenitude da divindade em Cristo (Cl 2.9).  O Altíssimo apresenta três predicados: amor, espírito e luz. Em 1 João 4.8, Deus é amor, portanto devemos andar em amor (1 Jo 5.2). Em João 4.24, Deus é Espírito; por isso devemos andar em Espírito (Gl 5.16). Em 1 João 1.5, Deus é luz; então devemos andar como filhos da Luz (Ef 5.8).

Há três níveis no relacionamento de Deus Pai com o crente: Sobre todos, e por todos, e em todos (Ef 4.6). Sobre todos, como no Salmo 91, significa à sombra do Onipotente. Por todos indica tê-Lo ao nosso lado: Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8.31). A expressão em todos quer dizer o Pai habitando em nós, como o Emanuel (Is 7.14). Deus desce ao monte Sinai no terceiro dia (Êx 19.11). No terceiro dia, Ele restaura o Seu povo (Os 6.2). Também no terceiro dia, o Todo-Poderoso salva Jonas (Mt 12.40) e, no terceiro dia, Ele ressuscita Jesus (1 Co 15.4).

Um número presente nos tipos da Bíblia – Havia três divisões no tabernáculo e no templo: o pátio, o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, ou Santo dos Santos. Esse local tinha a forma tridimensional de um cubo: 5mx5mx5m. Era um tipo de Céu.

A obra de Deus pode ser vista nos três primeiros livros da Bíblia. Em Gênesis, o Pai dá a vida. Em Êxodo, Jesus liberta. Em Levítico, o Espírito Santo ensina a adorar.

A separação de Israel está indicada nos três dias de caminhada de Moisés e Arão (Êx 5.3). Os espias levaram três frutos demonstrando a riqueza da terra: uvas, romãs e figos (Nm 13.23).

Havia três grandes festas: a Páscoa, o Pentecostes e os Tabernáculos. A Páscoa representava a redenção. O Pentecostes (ou primícias), o nascimento da Igreja. Já a festa dos Tabernáculos tipificava o governo de Cristo no milênio.

Um número presente nos inimigos do crente – A plenitude da apostasia é composta por: caminho de Caim, o erro de Balaão e a rebelião de Corá. O caminho de Caim pretendia obter uma justificação sem derramamento de sangue. O erro de Balaão foi servir por dinheiro. A rebelião de Corá buscava um acesso a Deus sem Cristo, representado por Arão (Jd 1.11).

A tríplice natureza da tentação (1 Jo 2.16; Gn 3.6). A cobiça da carne: para Eva, o fruto proibido era bom ao paladar. A cobiça dos olhos: para Eva, o fruto proibido era atraente aos olhos. A ostentação dos bens: para Eva, o fruto proibido era desejável para obter discernimento.

A tríplice corrupção da Palavra de Deus: tirando, acrescentando, alterando. Muitos cristãos negam que milagres possam acontecer e não creem no pleno ministério do Espírito Santo.

Os três grandes inimigos do homem são: o mundo, a carne e o diabo. O mundo (mundanismo) opõe-se a Deus Pai (Tg 4.4), a carne (carnalidade) opõe-se ao Espírito Santo (Gl 5.16), e o diabo, que vem senão a roubar, a matar e a destruir (Jo 10.10), opõe-se a Deus Filho (Mt 4.1-11).

Um número relacionado à Palavra – A expressão está escrito aparece três vezes em Mateus 4, mostrando a perfeição da Palavra de Deus. O Antigo Testamento está dividido em três partes: Lei, Profetas e Salmos (Lc 24.44). No terceiro dia da criação, a terra foi tirada das águas, indicando ressurreição: E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi (Gn 1.9). Jesus ressuscitou no terceiro dia, como antítipo de Jonas (Mt 20.19). Enquanto Cristo esteve na cruz, houve três horas de trevas (Mt 27.45).

O tríplice testemunho do Pai acerca do Filho (Mt 3.17; 17.5; Jo 12.28). O tríplice testemunho das pessoas em relação à voz do Pai em João 12.28 – para os íntimos, o Pai celestial havia falado. Para os circunstantes, um anjo havia falado. Para a multidão, apenas havia ocorrido um trovão.

A plenitude do pastoreio de Jesus é vista em João 10.14, Hebreus 13.20 e 1 Pedro 4.5. O grande Pastor, do Salmo 22, aponta para a cruz. O Salvador dá a Sua vida em um perfeito sacrifício. O bom Pastor, do Salmo 23, aponta para o cajado. O Salvador apascenta e guia a Igreja como o bom Pastor. O sumo Pastor, do Salmo 24, aponta para a coroa. O Salvador é o Rei dos reis e Senhor dos senhores e apascenta a Terra no Milênio como supremo Pastor.

Jesus é o caminho, e a verdade, e a vida (Jo 14.6). O caminho indica a ação de caminhar, uma vida ativa. A verdade indica uma genuína libertação e uma plena convicção (Jo 8.36), como a do apóstolo Paulo, que disse: […] sei em quem tenho crido e estou certo […] (2 Tm 1.12). Por fim, a vida fala do manancial que enche o nosso caminhar e o nosso intelecto (Jo 10.10).

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