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Dons ministeriais (Parte 1): apóstolo, profeta e evangelista

Foto: Arquivo Graça / Lucas Postigo
Abraão de Almeida

Dons ministeriais (Parte 1): apóstolo, profeta e evangelista

No último artigo, falamos do ministro de Deus, da importância do bom manejo da Palavra e listamos dez dons ministeriais. Nesta edição, trataremos inicialmente de três desses dons. Vejamos:

Apóstolo – Os cinco ministérios mencionados em Efésios 4.11 são como a mão de Deus operando no meio do Seu povo. O dedo polegar representa o apóstolo e se relaciona perfeitamente com os demais dedos. Assim também é o ministério apostólico, o qual se conecta com todos os outros ministérios. Acredito que os 12 escolhidos por Jesus são únicos no sentido de constituírem o fundamento dos apóstolos, pois o número 12 – que significa plenitude de governo – tem forte ligação com as 12 tribos de Israel. O apostolado de Paulo surge como o 13º, da mesma forma como Efraim passou a ocupar o 13º lugar entre as tribos. Como a palavra apóstolo quer dizer enviado, esse ministério continua existindo até hoje. Cada missionário que inicia uma igreja, prepara os obreiros e os envia, formando congregações, é um apóstolo. Todas as denominações surgidas no Brasil tiveram os seus “enviados”, especialmente vindos da Europa e dos Estados Unidos. Os pentecostais brasileiros recordam os seus pioneiros, como os suecos Daniel Berg (1884-1963) e Gunnar Vingren (1879-1933) e o italiano Luigi “Louis” Francescon (1866-1964).

Luigi Francescon (1866-1964)
Foto: Top images / Adobe Stock

Profeta – O dedo indicador, representando o ministério profético, aponta o caminho a seguir, principalmente em tempos de perseguição. Assim ocorreu no período em que o líder socialista chinês Mao Tsé-Tung (1893-1976) implementava o regime comunista na China. O influente líder cristão chinês Watchman Nee (1903-1972), como um profeta de Deus, pregou por todo o país conclamando os crentes a abandonarem os templos e a se reunirem nos lares, a fim de se protegerem. As igrejas que atenderam àquele apelo foram as que menos sofreram sob o jugo do governo chinês.

Evangelista – O dedo médio, por ser o maior, aponta para o ministério evangelístico, que, normalmente, é o que mais se sobressai. O pastor batista norte-americano Billy Graham (1918-2018), pregou como evangelista durante mais de 50 anos para milhões de pessoas em estádios de todo o globo. O pregador alemão Reinhard Bonnke (1940-2019) obteve, aproximadamente, 55 milhões de decisões para Cristo no continente africano.

Sem dúvida, há centenas de bons evangelistas espalhados pelas mais diferentes Igrejas Evangélicas, mas gostaria de citar alguém que conheci muito de perto. No final dos anos de 1960, estive presente no culto em que ele se converteu, chamava-se Arlindo. Em uma reunião de sábado à noite na Assembleia de Deus em Osasco (SP), Arlindo entregou sua vida a Jesus, foi salvo e liberto dos demônios que o atormentavam e o haviam levado, diversas vezes, aos hospícios da região.

Watchman Nee (1903-1972)
Foto: Reprodução

Na escola dominical na manhã seguinte, ele foi um dos primeiros a chegar. Pediu folhetos em grande quantidade e saiu a evangelizar, especialmente na zona rural da região oeste de São Paulo (SP). Indo de casa em casa, nada o intimidava, nem mesmo os cães de guarda de fazendas e chácaras. A transformação daquele homem foi radical. Ele rompeu de vez com tudo o que lhe parecia comprometedor. Naquele tempo, eu era funcionário da Ford, em Osasco, e me surpreendi ao ver o irmão Arlindo trabalhando lá. Era grande privilégio conseguir um emprego naquela empresa, que pagava os melhores salários da região. Como teria ele conseguido trabalhar ali, sendo uma pessoa tão simples, de parcos conhecimentos?

Em todos os momentos disponíveis, percebia-se o ardor evangelístico de Arlindo. Irradiando a graça de Deus, ele dava testemunho vivo da sua conversão a todos os colegas. Não passou muito tempo, e ele já não trabalhava mais, havia se  aposentado. A fábrica examinou seu histórico de saúde e, ao constatar que ele havia sido internado diversas vezes com “problemas mentais”, de imediato providenciou a sua aposentadoria com seu excelente salário integral.

Reinhard Bonnke (1940-2019)
Foto: Oleksandr Volyk / Christ for all Nations / Wikipedia

Livre de dificuldades financeiras, iniciava-se a nova fase do ministério evangelístico daquele servo fiel, agora em tempo integral. Com a Bíblia na mão e os folhetos na pasta, Arlindo passava o dia pregando no Jardim da Luz, na zona central paulistana. Quando aquele parque foi fechado, o evangelista se mudou para a Praça da República, a menos de 2 km dali, fazendo do lugar seu púlpito durante longos anos. Diversas vezes, passei por aquele local e me detive, ao longe, assombrado com o fervor e a sabedoria com que Arlindo comunicava o Evangelho. Sem ter cursado uma escola teológica (até onde sei), ele encadeava os versículos da Bíblia em uma perfeita coerência, de sorte que a mensagem ficava clara e 100% bíblica. Arlindo conhecia a Palavra, era ungido e eloquente, e as pessoas não resistiam ao poder com que pregava. Formavam um grupo atento à sua frente, e muitos atendiam ao apelo, ajoelhando-se no chão batido da praça e implorando publicamente o perdão de seus pecados. Os convertidos do evangelista estão espalhados por muitas igrejas da Grande São Paulo.

Aquele abençoado e dinâmico ministério continuou por mais alguns anos, até que Arlindo foi chamado pelo Senhor da seara ao merecido descanso eterno. Partiu cheio de alegria e carregado de frutos. A ele, certamente, aplicam-se estas palavras: Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente (Dn 12.3).

Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com

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