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Compaixão


Neste mês, estudaremos a compaixão com base na Palavra de Deus. Entenderemos quando ela deve ser pedida e em que condições nos será dada. Veremos as instruções registradas em Mateus, Marcos e Lucas, onde aprendemos que ela pode ser entendida de duas maneiras: social e divina. A social é um sentimento pesaroso pelo sofrimento de alguém, acompanhado do desejo de fazer algo para diminuir aquela dor. A divina é maior, pois o nosso coração pesa com o mal que acontece a alguém, ao mesmo tempo em que, pelas Escrituras, sabemos o que fazer para solucionar aquele problema. A divina é mandatória, e pecaremos se não a cumprirmos. Trataremos somente desta, para que o Pai seja glorificado em Jesus, o nosso amado Salvador e Senhor.

ERA PRECISO MAIS: E, partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando e dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi (Mt 9.27). Examinemos o que aconteceu com os dois cegos que seguiram Jesus, clamando por compaixão, mas não obtiveram a resposta desejada. Quem não entende a vontade do Altíssimo acha que, algumas vezes, o Mestre não agia corretamente, mas isso está longe de ser verdade. Não há como pensar desse modo; afinal, Ele é bom para com todos, pois deseja a salvação da humanidade: Que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4).

Foto: Pexels / Pixabay

Quem não entende a vontade do Altíssimo acha que, algumas vezes, o Mestre não agia corretamente, mas isso está longe de ser verdade. Não há como pensar desse modo; afinal, Ele é bom para com todos, pois deseja a salvação da humanidade

O Messias não respondeu ao pedido dos dois cegos por saber que não seriam curados imediatamente, pois a fé que possuíam era pequena para resolver aquela situação. Sua confiança em Cristo tem de estar acima do seu problema, e você será atendido. Seguindo e clamando a Jesus, eles ouviam o que o Messias ensinava. O que lhe ocorrerá estará na proporção com que você der ouvidos a Ele. Você só precisa crer.

O Salvador perguntou aos homens se acreditavam que Ele poderia fazer o que pediam, e a resposta foi positiva. Isso permitiria a cura deles. Se o Mestre os tivesse atendido no início da caminhada, não haveria cura, e muitas pessoas citariam esse fato para dizer que Ele não é o Deus perfeito. Jesus é onisciente, por isso espera que você cresça no entendimento e espiritualmente. Os homens responderam que sim, e o Senhor agiu: Tocou, então, os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé (Mt 9.29). Com você, não será diferente!

GRANDE COMPAIXÃO: E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor (Mt 9.36). O Salvador estava indo de uma parte à outra de Israel, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino de Deus e curando as pessoas. As multidões que O seguiam aumentavam cada vez mais, então o Mestre ensinou aos Seus discípulos que pedissem ao Pai mais obreiros para a Sua seara; do contrário, muitos se perderiam. Se não dermos a devida atenção aos que querem ser abençoados, veremos muitos voltarem à vida que tinham antes de buscarem a Cristo.

O ser humano nasce desgarrado do verdadeiro Pastor e, apesar de ser curado e liberto da opressão, se não for ensinado no caminho reto, nunca será abençoado. Porém, isso está fora do plano divino. O Senhor deseja que as Suas ovelhas sejam ensinadas a dar ao mundo o mesmo que receberam de Suas mãos. A grande compaixão de Deus é que nenhum dos Seus se perca!

Foto: Pexels / Veeterzy

O ser humano nasce desgarrado do verdadeiro Pastor e, apesar de ser curado e liberto da opressão, se não for ensinado no caminho reto, nunca será abençoado

ÍNTIMA COMPAIXÃO: E Jesus, saindo, viu uma grande multidão e, possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos (Mt 14.14). O Senhor não aguenta ver as pessoas sofrendo. Ele chorou ao presenciar Marta e Maria junto ao túmulo do irmão falecido. Elas não tinham aprendido o que Jesus lhes ensinara antes da morte de Lázaro, por isso o Mestre lhes avivou a memória: Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (Jo 11.25).

Nos casos a seguir, Jesus também Se mostra misericordioso, ensinando-nos a perdoar, pois fomos inocentados de uma dívida muito maior: Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida (Mt 18.27).

Outro ato compassivo se deu com os dois cegos que O seguiram e pediram que os seus olhos fossem abertos: Então, Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram (Mt 20.34).

Ao entrar na cidade de Naim, o Senhor Se deparou com o cortejo fúnebre de um jovem. Ao lado do caixão, uma mulher pranteava a perda de seu único filho: E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores (Lc 7.13). A seguir, Ele mandou o rapaz falecido se levantar, e assim ele o fez. Cristo o devolveu à sua mãe, que ficou maravilhada com o poder do Rei dos reis.

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Um moço desajuizado pediu ao pai a sua parte na herança. Ele simboliza as pessoas que deixam o bom caminho e se aventuram pela porta larga, que oferece delícias aparentes que não passam de uma mentira do diabo (Mt 7.13,14)

Outro momento importante foi o caso de um homem que foi assaltado, apanhou muito e quase morreu. Um sacerdote e um levita, que se diziam servos de Deus, ao verem-no caído e debilitado, passaram de largo sem ajudá-lo. Porém, um samaritano que ali passava se condoeu do estado daquele moribundo e fez o que devia: Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão (Lc 10.33).

Por último, um moço desajuizado pediu ao pai a sua parte na herança. Ele simboliza as pessoas que deixam o bom caminho e se aventuram pela porta larga, que oferece delícias aparentes que não passam de uma mentira do diabo (Mt 7.13,14). O rapaz pegou o que lhe foi dado e partiu em direção ao mundo. No entanto, ao perceber que fora enganado pelo inimigo, resolveu voltar para casa. Quando ainda estava bem distante, o pai, que esperava a sua volta, viu o filho ao longe: E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou (Lc 15.20). Deus terá a mesma compaixão por todos os que voltarem para Ele. Aproveite e retorne aos pés do Senhor. Ele o receberá com festa!

A RAZÃO DA COMPAIXÃO: E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho (Mt 15.32). O Senhor enumera algumas razões que O fizeram compadecer-Se daqueles andarilhos. Primeiro, porque estavam com Ele havia três dias. Segundo, estavam em um lugar deserto ouvindo e vendo o Mestre fornecer-lhes alimento espiritual. Por isso, ninguém quis voltar para casa antes de Ele terminar Seus ensinamentos. Entretanto, estavam famintos. A terceira razão era porque não queria dispensá-los em jejum, e a quarta, para que não desfalecessem no caminho. Isso mostra o cuidado que Ele tem com o Seu rebanho.

Foto: Pexels / Cottonbro

Deus terá a mesma compaixão por todos os que voltarem para Ele. Aproveite e retorne aos pés do Senhor. Ele o receberá com festa!

INOPORTUNA COMPAIXÃO: E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso (Mt 16.22). Quando o Senhor perguntou quem as pessoas achavam que Ele era, todos disseram: “João Batista”, “Elias”, “Jeremias” ou “um dos profetas”. O Senhor foi enfático e indagou novamente, então Pedro disse que Ele era o Filho de Deus. Cristo elogiou o apóstolo, afirmando que não fora a carne e o sangue que lhe revelaram isso, mas o próprio Pai celestial. O filho de Jonas se alegrou e, ao ver Jesus falando o que fariam com Ele, disse que jamais deixaria que isso acontecesse. Por isso, foi duramente repreendido. Quando não se tem a revelação de Deus, não se deve dizer nada.

ELA EXIGE O MESMO QUE DÁ: Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? (Mt 18.33). Um homem estava muito endividado e, por não ter como pagar, foi sentenciado a ser vendido, com sua mulher e seus filhos, para quitar o débito. Ele se lançou aos pés do seu senhor e pediu compaixão, e esta lhe foi dada. No entanto, ao sair da prisão, procurou quem lhe devia uma pequena quantia e sufocava-o para que lhe pagasse a dívida. Porém, o devedor implorava por compaixão, pois logo pagaria tal soma. O credor não retribuiu ao devedor a mesma benevolência recebida e o colocou na prisão até que pagasse toda a quantia. Jesus afirmou que não seremos perdoados, se não usarmos a medida com que fomos absolvidos.

A SÚPLICA PATERNA: E muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos (Mc 9.22). Jesus mostrou que aquele caso não era de compaixão, e sim de arrependimento pelo que o pai deixara de realizar havia algum tempo. A pergunta levou o pai a fazer uma retrospectiva. De repente, ele mudou a narrativa e pediu que, se o Mestre tivesse compaixão, fizesse algo. Jesus disse: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê (v. 23). Ao responder à pergunta do Salvador, ele viu a causa do sofrimento do filho: deixou de fazer algo por não crer. Com sua recusa, o demônio entrou no menino e tentava matá-lo. Chorando, o pai confessou: […] Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade (Mc 9.24). O choro demonstrou o arrependimento, e o filho foi liberto!

A compaixão está à disposição dos que creem!

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares


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