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Em todo o mundo, milhões de cristãos são vítimas da intolerância religiosa, um problema que só tende a aumentar
Por Patrícia Scott
A perseguição religiosa é uma realidade global, e os cristãos são as principais vítimas. É o que indica a Lista Mundial de Perseguição (LMP), elaborada pela Missão Portas Abertas. A pesquisa aponta que mais de 360 milhões de seguidores de Jesus, ao redor do planeta, enfrentam altos níveis de intolerância e discriminação por causa de sua religião. Esse ranking, atualizado anualmente, elenca os 50 países onde é mais difícil ou perigoso professar a fé em Cristo. A maioria deles está na Ásia e na África, e a opressão islâmica é a fonte principal de sofrimento para os cristãos que vivem nos países desses continentes. De acordo com Marco Cruz, diretor da MPA no Brasil, o fundamentalismo islâmico e a intolerância à fé cristã têm crescido entre islamitas de todo o mundo. “O radicalismo de outras religiões majoritárias, como hinduísmo e budismo; governos autoritários, secularismo e corrupção de grupos criminosos também são fontes de perseguição aos cristãos”, acrescenta.
Na América Latina, segundo o dirigente da organização Portas Abertas, os seguidores de Jesus são vítimas de intolerância em países, como Colômbia, México e Cuba. Nas regiões distantes de Bogotá, capital colombiana, grupos paramilitares e cartéis de drogas são os principais agentes de opressão. Os cristãos – opositores das práticas dessas facções – vêm denunciando os crimes e as violações aos direitos humanos nessas regiões. Por isso, transformaram-se em alvos dessas milícias. No México, acontece um fenômeno semelhante. “Os criminosos lutam pelo controle de vários territórios. Como os cristãos são contrários às suas ações violentas, correm o risco de serem mortos”, expõe Marco Cruz, assinalando que, nas comunidades indígenas rurais, quem abandona as crenças religiosas tradicionais pode ser preso, sofrer rejeição, deslocamento forçado ou multa como forma de punição. O dirigente explica que, em Cuba, a principal fonte de perseguição religiosa é o regime de governo socialista, que rege o país desde 1º de janeiro de 1959. “Qualquer comunidade cristã precisa de permissão das autoridades de Havana para funcionar. Reuniões e quaisquer atividades vistas como ilegais são penalizadas com pesadas multas e até prisão.”
De acordo com o diretor da MPA no Brasil, a tendência é que a intolerância religiosa aumente cada vez mais, cumprindo o que é anunciado na Palavra de Deus: Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10). Apesar disso, Cruz acredita que a Igreja Global pode lutar, junto às autoridades, para que os direitos dos cristãos sejam respeitados. “Portas Abertas trabalha justamente neste sentido: onde não há leis sobre o tema, ou as leis religiosas se sobrepõem às leis maiores do país, apelamos não só aos governos, mas também aos órgãos mundiais que debatam o assunto.”
Grupos ideológicos – Outros levantamentos sobre o tema demonstram que o cenário, de fato, é preocupante. Estudos realizados pelo instituto de pesquisas norte-americano Pew Research Center revelam que as restrições impostas a grupos religiosos – especialmente cristãos – vêm aumentando desde 2007 e permanecem elevadas. “Um dos aspectos para o crescimento da perseguição aos seguidores de Jesus está relacionado à adoção de medidas governamentais mais restritivas das práticas religiosas”, assinala a advogada Raíssa Paula Martins, coordenadora do departamento jurídico da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE). Ela pontua que, em muitos países, há leis que impedem a conversão ao cristianismo.
Entretanto, mesmo onde não existem governos e legislações explicitamente repressivas, a fé cristã tem estado sob ataque, no campo ideológico, em várias partes do planeta. É o que observa o advogado Thiago Rafael Vieira, presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Religião. Segundo ele, grupos ideológicos ou identitários, ao assumirem o poder, seja no âmbito político, seja na cultura, concentram-se na conquista de corações e mentes. Contudo, o maior obstáculo, nesse esforço de dominação, é justamente a religião. Por isso, aqueles que se opõem ao cristianismo não medem esforços para combatê-lo. “As crenças formam a cosmovisão da pessoa religiosa, e, em razão de seu status de sacralidade, as agendas colidentes caem por terra. Daí o motivo de tais grupos ideológicos tentarem suprimi-la”, analisa Vieira, referindo-se aos ataques ao modo de pensar do crente em Jesus.
Já o Pr. Edvaldo Santos da Silva Filho acredita que a perseguição aos cristãos está relacionada à própria natureza da Igreja, cuja mensagem confronta diretamente a mentira e o pecado. “Não é possível diluir o Evangelho. É preciso pregá-lo de maneira genuína, e isso não agradará a todos”, analisa o ministro, dirigente do Conselho Missionário das Assembleias de Deus da
Bahia e vice-presidente do Fórum de Missões do
Nordeste – movimento de líderes missionários assembleianos da região. Ele acrescenta que a Igreja deve se posicionar, independentemente da postura intolerante daqueles que estão ao seu redor. “É preciso ter voz ativa e não ficar em cima do muro”, defende Edvaldo, assinalando que se calar diante da opressão representaria cooperar para o fortalecimento dos perseguidores. “Por isso, além de orar, devemos apoiar os que sofrem pela causa do Evangelho. Não podemos ver irmãos morrerem sem fazermos nada. É preciso denunciar e trabalhar para que tenham direitos como cidadãos.”
Odiados e perseguidos – Por outro lado, o pastor, teólogo e mestre em História, Samuel Silva, lembra que a perseguição religiosa sempre fez parte dos anais do cristianismo. “Jesus sofreu ataques desde o nascimento. Ele é o primeiro refugiado que aparece nas páginas do Novo Testamento, porque estava sob ameaça de morte. Depois, enfrentou a oposição de líderes religiosos”, informa o ministro. Ele cita ainda o exemplo dos apóstolos, que enfrentaram muitos problemas por causa das Boas-Novas. “Pedro curou um paralítico, e, em seguida, ele e João foram perseguidos [At 4]. Estevão foi acusado de blasfemar contra Moisés e Deus por testemunhas subornadas pelos líderes da sinagoga. Ele foi preso e, consequentemente, morto [At 6,7]”, exemplifica o pastor, lembrando que o próprio Jesus advertiu aos discípulos que eles seriam odiados e perseguidos por causa do Seu Nome [Mt 24.9].
Em contrapartida, Silva recorda que Cristo prometeu aos apóstolos que eles receberiam o poder do Espírito Santo, a fim de que fossem testemunhas do Senhor em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra [At 1.8]. “Dessa forma, a perseguição que assolou os primeiros cristãos na Judeia fez com que eles fossem dispersos pelo mundo e espalhassem as Boas-Novas da salvação por intermédio de Jesus.”
A perseguição, aliás, é um fator que deve aumentar a fé no coração dos discípulos de Cristo. É o que pensa o jornalista Dario Ferreira, editor do site e do jornal Ceifeiros em Chamas, órgão noticioso de conscientização missionária. Ferreira baseia sua opinião em passagens bíblicas, como Mateus 5.11,12 (Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós). “O Senhor Jesus orienta o cristão a ter vigilância, reflexão e alegria. É como se fosse um certificado de autenticidade da fé. O cristão sofre perseguição, porque sabota o sistema do mundo”, afirma.
“Fidelidade e compromisso” – O Pr. Luiz Renato Maia, presidente da Missão em Apoio à Igreja Sofredora (MAIS), considera que os crentes em Jesus do Ocidente deveriam aprender com o exemplo de seus irmãos perseguidos e valorizar a liberdade religiosa de que desfrutam. Porém, segundo ele, essa liberdade de culto oferece tantos atrativos e possibilidades que, muitas vezes, o cristão não prioriza o relacionamento com Deus e vive um esfriamento em sua fé. “Precisamos aprender com os cristãos perseguidos a ter foco e resiliência em nossa vida cristã”, defende o pastor, assegurando que a Igreja tende a se desenvolver mesmo nos países intolerantes ao Evangelho. “Não cresce em número de templos, de recursos financeiros e de grandes celebrações e conferências, mas em fidelidade, pregação e compromisso com o Senhor.”
Nos lugares onde há perseguição religiosa, muitos crentes são afastados de seus familiares, outros perdem suas propriedades, e inúmeros são presos, torturados e mortos. No entanto, apesar de tamanha pressão, a responsabilidade da Igreja é ensinar a Palavra que liberta, conforme João 8.32 (E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará), defende o Pr. Enrique Monzon, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus no México. Ele afirma que, em tempos de paz ou em meio à pior repressão, os seguidores de Jesus devem não apenas pregar, mas também colocar em prática os ensinamentos do Evangelho, tais como: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem (Mt 5.44). “São tempos difíceis e perigosos, mas a missão dada pelo Mestre deve ser cumprida”, conclui Monzon.
2 Comments
Tenho experimentado isso bem dentro da minha casa, violência, acusações falsas, direitos negados, e saber que tenho direitos mas não são respeitados. Já tive a minha residência invadida por pessoas que destruíram tudo que havia dentro de casa espalharam minhas bíblias, roupas ,objetos pessoais tive que fugir e mudar de cidade. Hoje ainda tenho suportado ameaças, pressões somos levados as autoridades que nem sempre sao corretas e isso é bem aqui onde se dizem que é um país livre.Mas quando sofremos por amor a Cristo e do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo., isso nos conforta temos uma esperança,sabemos que todas ascoisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.E dentro das Igrejas e das famílias que se dizem Cristãs mas na verdade não, são religiosos que acontecem as maiores perseguições. Peço orações aos irmãos em Cristo para que possamos suportar tudo que temos enfrentado por amor a Jesus e permanecermos fiéis. Sabemos que sofrimentos iguais aos nossos estão se cumprindo na nossa irmandade.Alerta aos irmãos,:Ate mesmo quando adoramos ao Senhor cantando louvores e hinos a Deus em minha casa somos fortemente reprimidos. Jesus está voltando desperta Igreja do Senhor para que possamos salvar mais vidas e cumprirmos nosso chamado. MT 5′-Bem aventurados os perseguidos por causa da justica porque deles é o reino dos céus. V.11 Bem aventurados sois quando por minha causa vos injuriarem e mentindo disserem todo mal contra vós. V12-Regozijai-vos e exultai porque é grande o vosso galardão nos céus pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.
Orando por ti!