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Fotos: Arquivo pessoal
Por Evandro Teixeira
Com apenas 39 anos, Alice Maria Martins viu sua vida mudar repentinamente ao ficar viúva. A partir de então, coube a ela, sozinha, o cuidado e o sustento dos quatro filhos. Com a morte de seu marido, Francisco Martins, aos 45 anos, em 2000, a situação financeira da família, que já não era estável, piorou: houve um momento em que eles não tinham nem pão para comer. “A gente queria jantar, mas só havia fubá. Sem leite, minha mãe improvisava um mingau com água”, relembra-se Júlia, sua filha mais velha, hoje com 43 anos.
Na época dessa experiência, a família morava em Nepomuceno (MG), distante 238 km da capital, Belo Horizonte. Alice Martins relata que, quando conseguia algo para se alimentar, já pensava no dia seguinte, diante de tamanha escassez. “Era muito difícil. Nunca sabíamos quando teríamos o que colocar no estômago”, compartilha a aposentada, hoje com 64 anos e membro da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) do bairro Tatuquara, em Curitiba (PR), liderada pelo Pr. Marco Pereira.
Alice revela também que, durante os dias frios, a situação era complicada porque faltavam roupas adequadas. Diante da impossibilidade de sustentar os filhos – Júlia, então com 18 anos; Ronis, 17; Cristian, 16; e Ravier, 1 –, Alice retornou para perto da família, em Ribeirão do Pinhal (PR), no norte do estado, onde se casara com Francisco.

Novo rumo – De volta ao Sul do país, um ano após a morte do cônjuge, ela e os filhos mais velhos foram trabalhar na roça, como cortadores de cana-de-açúcar. No entanto, a história começou a mudar quando Alice conheceu o programa Show da Fé e passou a acompanhar as pregações do Missionário R. R. Soares. Ela afirma que as mensagens lhe faziam tão bem que só começava a realizar as tarefas domésticas depois de ouvi-las. Naquele tempo, não havia um templo da Igreja da Graça em Ribeirão do Pinhal, o que viria a ocorrer em 2012. A partir desse ano, Alice começou a frequentar os cultos presencialmente e, dessa maneira, foi fortalecendo sua fé e a esperança de que Jesus transformaria sua situação.
Em pouco tempo, Alice passou a participar das atividades da congregação. Ela testemunha que, em 2013, foi batizada nas águas, e os problemas financeiros foram solucionados: “O período de privações tinha ficado para trás”. Por sua vez, Júlia começou a se envolver com a Igreja e passou pelas águas do batismo em 2014.
Firme nos caminhos do Senhor, Alice aprendeu a enfrentar as adversidades com sabedoria, depositando sua confiança em Deus. E, alicerçada na Palavra, alcançou um grande sonho: a conquista da casa própria. Após cinco anos vivendo de aluguel em Ribeirão do Pinhal, sua família pôde mudar de realidade. “Eu me tornei patrocinadora em favor da minha saúde e da aquisição da minha casa, e Deus foi fiel.”

Bênção dobrada – Antes de adquirir sua casa, Alice havia dedicado sete anos de sua vida ao corte de cana-de-açúcar, até perceber que era hora de parar. Mas, por morar em uma cidade pequena, enfrentou obstáculos para dar entrada no pedido de aposentadoria junto ao INSS. Segundo ela, um dos maiores desafios foi comprovar, com documentos, sua longa trajetória na atividade rural. Somente na lavoura de café, em Minas Gerais, ela havia acumulado 19 anos de trabalho.
Em 2016, quando entrou com o pedido da aposentadoria, Alice tinha 55 anos e ainda morava em Ribeirão do Pinhal. Com as oportunidades de trabalho cada vez mais escassas na região, tomou uma decisão importante: mudou-se com a família para Curitiba. “O plano é, futuramente, vender o imóvel no interior e investir na compra de uma residência na capital.”
Na nova cidade, Alice contratou um advogado para acompanhar seu processo de aposentadoria. Porém, ao perceber que não havia muitos avanços, decidiu participar de uma campanha de fé, lançada na Igreja da Graça pelo Pr. Marco Pereira, voltada justamente para aqueles que queriam conquistar vitórias financeiras em causas aparentemente perdidas. Em 2024, antes de concluir aquele propósito com Deus, seu pedido de aposentadoria foi aprovado.
Alice contou também outra bênção da família: além de Júlia, Ronis (42), Cristian (41) e Ravier (25) estão empregados em ótimas empresas. E, apesar de apenas Júlia ser membro da Igreja da Graça, ela afirma que os outros filhos têm consciência da importância de Deus na vida deles. “Eles sabem que superamos as lutas graças ao amor do Senhor Jesus”, pontua ela, acrescentando que se mantém em oração a fim de vê-los convertidos ao Evangelho.