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REFÚGIO EM JESUS

Em meio às adversidades, o cristão desfruta de paz quando fortalece a fé por meio da Palavra de Deus

Por Daniele Vieira

A edição de 2024 do Índice Global da Paz (GPI, a sigla em inglês) mostra que a busca pela paz continua sendo uma necessidade fundamental da humanidade. A pesquisa, realizada desde 2008 pela revista The Economist, em parceria com a Universidade de Sydney, a Universidade de Londres, a Universidade de Uppsala e o Instituto Internacional de Pesquisas pela Paz de Estocolmo, revela, com base em dados coletados em 163 países, que a Islândia lidera o ranking. A nação se destaca por ser exemplo de estabilidade política, possuir um alto nível de coesão social, baixa criminalidade e governança eficiente. Em seguida, aparece a Irlanda, na sequência Áustria, Nova Zelândia, Cingapura, Portugal, Austrália, Noruega, Japão e Suíça. O Brasil ocupa a 131ª posição, ficando atrás de nações, como África do Sul e Equador, mas à frente dos Estados Unidos.

O teólogo Eduardo Araújo lembra que o Texto Sagrado apresenta inúmeros personagens que encontraram paz em meio a momentos desafiadores
Foto: Arquivo pessoal

O termo paz, frequentemente associado ao bem-estar mental, físico, emocional e espiritual, é definido por diversos dicionários de língua portuguesa como um estado de tranquilidade ou harmonia, caracterizado pela ausência de conflitos ou violência. Para muitos, experimentar um pouco de sossego, em diferentes esferas da vida, é quase um sonho. Isso porque, em várias regiões do mundo, milhões de pessoas convivem com crises políticas e econômicas; outras tantas estão imersas em conflitos sociais, desemprego, fome, doenças e guerras.

O teólogo Eduardo Araújo lembra que o Livro Sagrado apresenta inúmeros personagens que encontraram paz em meio a momentos desafiadores. Um exemplo disso está registrado em Atos 12.7. O texto descreve Pedro dormindo na prisão quando foi despertado por um anjo enviado para libertá-lo. “Quem seria capaz de dormir sabendo que seria executado no dia seguinte?”, questiona o estudioso, ressaltando que emoções e pensamentos intensos certamente invadiram a mente do discípulo de Cristo. Araújo menciona ainda o episódio experimentado por Moisés diante do mar Vermelho, enquanto o exército de Faraó o perseguia. “O libertador dos israelitas poderia ter desistido, mas escolheu confiar no Criador. Aquela decisão resultou no livramento dos hebreus, e ele se tornou um exemplo marcante de fé no Altíssimo.”

O teólogo Vagner Alves declara: “A paz em meio à perseguição era um testemunho da presença sobrenatural de Cristo”
Foto: Arquivo pessoal

A Bíblia também registra os sofrimentos passados pelo apóstolo Paulo, demonstrando que, apesar das dificuldades, esse servo de Deus se mostrou pronto a sacrificar a própria vida em favor da pregação da Palavra. “Não à toa, ele deixou registrado, em sua segunda carta aos Coríntios: Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte [2 Co 12.10]”, afirma o teólogo, que é presbítero da Assembleia de Deus em Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ).

Descanso no Pai – Os evangelhos relatam que Jesus ensinava a Seus discípulos uma definição de paz diferenciada (Jo 14.27).Para o teólogo Vagner Alves, membro da Igreja Cristã Salvando Vidas em Vila Central, em Queimados (RJ), na Baixada Fluminense, trata-se de uma abordagem distinta da perspectiva terrena: “A paz de Cristo está presente em todos os tempos, sejam eles bons, sejam maus. É uma experiência espiritual profunda e incomparável, relacionada à nossa adoção como filhos de Deus [Jo 1.12]”, pontua Alves, acrescentando que essa paz também está ligada a possuir a mente de Cristo (1 Co 2.16). “Isso significa discernir as situações, desenvolver o domínio próprio e pensar nas coisas celestiais, vivenciando a multiforme graça de Deus,”declara.

O Pr. João Merino assegura: “Descansar no Espírito Santo e manter o coração em Deus traz refrigério”
Foto: Arquivo pessoal

Alves observa que o coração do crente em Jesus pode descansar mesmo quando o entorno está um caos, pois a verdadeira paz é originada a partir da presença do Salvador. O apóstolo Paulo instrui os crentes a não estarem ansiosos por coisa alguma, esclarecendo que a paz de Cristo excede o entendimento e guarda o coração e a mente (Fp 4.6,7). “A Igreja primitiva, embora sob constantes ameaças, era chamada a experimentar a paz”, conta Vagner Alves, citando as palavras de Paulo em 2 Coríntios 4.8,9: Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos. “A paz em meio à perseguição era um testemunho da presença sobrenatural de Cristo. Não se tratava de uma tranquilidade psicológica, e sim de uma realidade espiritual que se manifestava no interior do ser humano, permitindo que resistisse às adversidades”, explica o teólogo.

A empresária Cíntia Silva garante: “Em Deus, há paz o tempo todo, independentemente das circunstâncias”
Foto: Arquivo pessoal

O Pr. João Merino, líder regional da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Petrópolis (RJ), afirma que a paz de Cristo deve ser refletida no comportamento diário do cristão, revelando-se nas atitudes diante das dificuldades. “Quem possui essa calmaria geralmente não se desespera nem age precipitadamente ao tomar decisões”, garante o ministro, reforçando que essa serenidade proporciona um estado de espírito diferente, no qual a pessoa mantém a consciência tranquila, independentemente dos problemas externos, conflitos emocionais ou questionamentos internos. Assim, à medida que o servo do Senhor se aprofunda no conhecimento da Palavra e busca a presença do Consolador, experimenta a paz: “Descansar no Espírito Santo e manter o coração em Deus traz refrigério”, assegura Merino.

Confiança e fé – Descansar no Senhor tem sido a busca diária da empresária Cíntia Silva, de 32 anos. Ela relata que tem experimentado a paz de Cristo ao fortalecer sua comunhão com Deus por meio da oração e da leitura das Escrituras. “Sempre estive envolvida na igreja, liderando departamentos e sendo muito dedicada, mas sentia que faltava algo”, compartilha Cíntia, membro da Igreja Evangélica Palavra no Largo da Batalha, em Niterói (RJ). Ao compreender que fazer de Jesus o seu melhor Amigo faz a diferença, ela teve sua perspectiva transformada. Desde então, não importa a situação que enfrente, a empresária se refugia nos braços do Salvador. “Em Deus, há paz o tempo todo, independentemente das circunstâncias.”

Thaís Amaro revela que experimentou a paz de Cristo ao renovar sua aliança com Ele: “Tenho um Deus que me sustenta”
Foto: Arquivo pessoal modificada por IA

Por sua vez, a técnica em patologia clínica Thaís Amaro, 23 anos, revela que experimentou a paz de Cristo ao renovar sua aliança com Ele. “Aos 15 anos, eu me lembro de sentir meu coração queimar por Jesus. Chorava intensamente, buscando algo que nem sabia o que era”, declara, acrescentando que nunca havia sentido aquilo antes. “Naquele momento, uma paz indescritível tomou conta de mim. Estava vivendo de maneira errada”, recorda-se, afirmando confiar plenamente em Deus, não importando o que esteja acontecendo ao seu redor. “A vida que levo hoje é de sinceridade e verdade, sem hipocrisia. Busco andar em retidão. Antes, não pensava assim. Entretanto, agora considero ser este o meu melhor momento, graças a Deus!”, ressalta.

Thaís reconhece o Senhor Jesus como soberano em todas as áreas de sua vida, mesmo quando passa por tribulações. Ela testemunha, por exemplo, que manteve a serenidade quando ficou desempregada por oito meses. “Não me desesperei em nenhuma hora, pois tinha certeza de que o Senhor abriria uma porta de emprego. E Ele me colocou no segmento que sempre sonhei”, garante a jovem, que se mantém firme graças à sua fé. “Ainda que tudo pareça estar indo mal, sei que tenho um Deus que me sustenta e nunca me deixa faltar nada. Essa certeza tranquiliza o meu coração, mesmo em meio ao caos”, enfatiza a membro da Assembleia de Deus em Pendotiba, Niterói (RJ).

O Pr. David Soares destaca: “Cristo nos deixou Sua paz para que possamos enfrentar e vencer os obstáculos diários”
Foto: Arquivo pessoal

Fonte de serenidade – O Pr. David Soares, da Igreja da Graça na Taquara (Merck), em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), define a paz como um fruto do Espírito Santo, capaz de proporcionar a verdadeira calmaria. “Uma das manifestações do fruto que Ele produz em nós é a paz que ultrapassa todo entendimento.” O líder pondera que todos devem ter em mente a advertência de Jesus de que haveria angústias, tribulações, conflitos e guerras. “Porém, o Messias nos encorajou a permanecer firmes e confiantes para superar os desafios. Cristo nos deixou Sua paz para que possamos enfrentar e vencer os obstáculos diários”, frisa Soares.

Para o Pr. Daniel Carlos Bahiano, líder regional da IIGD em Sorocaba (SP), a experiência de paz depende de quão perto do Senhor o indivíduo almeja estar. “É possível ter paz em meio a conflitos de toda ordem, como problemas financeiros, físicos ou familiares”, garante o pastor, lembrando que Jesus anunciou que as aflições fariam parte do mundo (Jo 16.33). “Mas Ele disse também que o bom ânimo deveria prevalecer,” alerta.

O Pr. Daniel Carlos Bahiano pontua: “É possível ter paz em meio a conflitos de toda ordem, como problemas financeiros, físicos ou familiares”
Foto: Arquivo pessoal

O ministro esclarece que a verdadeira paz só pode ser experimentada por aqueles que acreditam na Palavra, pois a fé está alicerçada no Salvador. “O Altíssimo é o Senhor da paz”, afirma, com base em uma passagem da segunda carta de Paulo aos Tessalonicenses: Ora, o mesmo Senhor da paz vos dê sempre paz de toda maneira. O Senhor seja com todos vós (2 Ts 3.16). De acordo com Bahiano, a pessoa precisa entender que deve buscar a paz de Cristo e também ser um pacificador: “Para que isso ocorra, é necessário evitar provocações e discussões, apaziguar os ânimos em contendas e perdoar ofensas”, assegura o líder, fazendo referência a Romanos 12.18: Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. “O Espírito Santo atua como a fonte de paz na vida do cristão. Mesmo quando o medo, a incerteza e os dissabores da vida tentam nos abalar, Ele traz calma ao nosso espírito, garantindo a esperança de um novo amanhã”, conclui.


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