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Protagonistas nos tempos bíblicos, elas desempenharam papéis relevantes para cumprir os planos de Deus

Foto: RS Buckner / Gerado com IA / Adobe Stock

Por Lilia Barros*

De figuras anônimas a protagonistas, várias mulheres desempenharam papéis cruciais nos tempos bíblicos. Elas ocuparam funções como juízas, rainhas, profetisas, vendedoras, parteiras, donas de casa e mães, conquistando respeito e admiração. Além disso, foram determinantes em momentos de conflito e nas tomadas de decisão e continuam sendo fonte de inspiração tanto para mulheres quanto para homens.

A professora e antropóloga bíblica Lidice Meyer Pinto Ribeiro ensina: “Durante o período inicial do povo de Israel, havia uma liderança compartilhada entre os gêneros”
Foto: Arquivo pessoal

A professora e antropóloga bíblica Lidice Meyer Pinto Ribeiro chama atenção para a história de Sifrá e Puá (Êx 1.15-21), mulheres notáveis, mas pouco estudadas. “Com coragem e um posicionamento firme, elas praticaram o primeiro ato de desobediência civil registrado na Bíblia ao se oporem à ordem do Faraó de matar todos os meninos nascidos”, relata a estudiosa, acrescentando que, “essas parteiras foram instrumentos de Deus para a preservação do Seu povo no Egito e, especialmente, para a proteção de Moisés, que futuramente lideraria os israelitas rumo à Terra Prometida”.

Ao longo das gerações, perpetuou-se a ideia de que o Israel antigo era dominado pelos homens e que as mulheres eram vistas como inferiores e, muitas vezes, ignoradas pela sociedade. Porém, Lidice argumenta que, segundo as pesquisas histórico-arqueológicas mais recentes, essa visão é equivocada. “Durante o período inicial do povo de Israel, havia uma liderança compartilhada entre os gêneros. Ao lado dos patriarcas, estavam as matriarcas, com responsabilidades bem definidas. Enquanto os homens cuidavam das situações políticas, como as guerras, as mulheres eram encarregadas da administração doméstica e das questões econômicas”, destaca a docente.

O Pr. Daniel Miranda reforça a ideia de que a Bíblia não despreza nem rebaixa as mulheres: “Todas foram usadas pelo Altíssimo, cometeram falhas e acertos, mas marcaram seu tempo e impactaram vidas”
Foto: Arquivo pessoal

De acordo com Lidice, a mudança nesse sistema começou ao final do período dos Juízes, como consequência do progressivo afastamento das leis divinas. “No entanto, a separação total entre os gêneros só se consolidou após o retorno do exílio babilônico, quando as mulheres foram responsabilizadas por Esdras e Neemias pelos desvios do povo, punidas e exiladas.” A educadora lamenta que, muitas vezes, elas passem despercebidas devido à leitura superficial ou preconceituosa do Livro Sagrado. “Estamos tão acostumados a estudar apenas os heróis das Escrituras que as heroínas ficam à sombra, sem o devido reconhecimento.” [Leia, no final desta reportagem, o quadro Mulheres extraordinárias]

Líderes e influentes – Entretanto, para o Pr. Daniel Miranda, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Raimundo Melo, na capital Rio Branco (AC), desde os primeiros relatos bíblicos, a mulher é apresentada com grande influência na História da humanidade. “Todas foram usadas pelo Altíssimo, cometeram falhas e acertos, mas marcaram seu tempo e impactaram vidas. Seus nomes e suas histórias de fé ficaram registrados para encorajar as gerações futuras”, avalia Miranda, reforçando a ideia de que a Bíblia não despreza nem rebaixa as mulheres. “Quem tem uma visão diferente interpreta as Escrituras com os olhos do mundo e suas polêmicas. É preciso pedir ao Senhor por revelação, e, então, a perspectiva mudará.”

O Pr. Kleiton Neiva de Oliveira cita Ester e Débora como exemplos de mulheres que ainda exercem grande influência
Foto: Arquivo pessoal

Dentre tantas personagens marcantes, o pastor destaca Maria, mãe de Jesus, ressaltando que ela não possui atributo divino. Todavia, assinala que sua história e fé são inegáveis e não podem ser ofuscadas. “É fundamental lembrar que era uma época diferente, com costumes distintos dos atuais, e as meninas da idade dela já estavam se preparando para o casamento”. O ministro observa que Maria estava certa da promessa que recebera. “Ela era muito jovem e estava noiva. Quando o mensageiro de Deus lhe anunciou que conceberia um filho, sem perder a virgindade, e se tornaria mãe de nosso Salvador, ela creu. Qualquer um poderia considerar uma loucura, mas Maria confiou. Sua fé genuína é uma inspiração.”

Foto: Konstantin Yuganov / Adobe Stock

Para o Pr. Kleiton Neiva de Oliveira, líder regional da IIGD em Linhares (ES), Ester e Débora são exemplos de mulheres que ainda exercem grande influência. A primeira, pela coragem, fé e liderança ao arriscar a própria vida para salvar seu povo judeu de um genocídio. “Ester usou sua posição de rainha para interceder junto ao rei, demonstrando que a sabedoria faz diferença na adversidade”, assegura Oliveira. Por sua vez, Débora, juíza e profetisa em Israel, ficou conhecida por seu senso de justiça, sua liderança e confiança no Todo-Poderoso. “Ela guiou o povo de Israel em tempos de guerra e impulsionou Baraque a lutar contra os opressores, revelando que as mulheres podem ser líderes e referências de força e fé.”

Roselaine Patrícia Feltrin acentua o valor da maternidade, constantemente reforçado na Bíblia, citando Ana, mãe do profeta Samuel: “A transformação na trajetória de Ana acontece quando ela entra na presença do Senhor, contando–Lhe toda a sua angústia”
Foto: Arquivo pessoal

Entretanto, o ministro acredita que o momento mais marcante para as mulheres, no contexto bíblico, está relacionado a uma atitude de Jesus, a qual serve de lembrete de que Deus valoriza todos de maneira igual e confia grandes missões a qualquer pessoa, independentemente de gênero. “A escolha do Senhor de aparecer primeiro às mulheres após Sua ressurreição tem um profundo significado espiritual e social”, avalia Kleiton, assinalando que, ao se apresentar primeiro a elas, o Messias desafiou as normas culturais da época e elevou a dignidade e o papel feminino no plano celestial. “Elas foram as últimas a deixar a cruz e as primeiras a ir ao túmulo de Cristo, demonstrando fidelidade constante, mesmo diante do sofrimento e da incerteza.” Na opinião do pastor, ao recompensar essa devoção, Jesus mostrou que o coração sincero e o compromisso com o Pai são mais importantes do que a posição social. “Naquele tempo, o testemunho de uma mulher não tinha validade nos tribunais, mas Cristo enfatizou a relevância do testemunho delas, desafiando as convenções sociais, e confiou a elas a responsabilidade de anunciar a Sua ressurreição.”

A Pra. Ívina Salviano admite: “As mulheres não conseguem lidar com as cobranças, e isso não é por fraqueza ou inferioridade, mas devido à essência feminina”
Foto: Arquivo pessoal

Coragem e força – Já a coordenadora estadual do ministério Mulheres que Vencem (MQV) da Igreja da Graça no Piauí, Roselaine Patrícia Feltrin, acentua o valor da maternidade, que é constantemente reforçado na Bíblia, citando Ana, mãe do profeta Samuel. “A mulher de Elcana não podia engravidar, assim como eu. Então, essa história registrada nas Escrituras me ajudou muito”, compartilha. Roselaine ressalta que Ana, mesmo sendo amada e cuidada pelo marido, sentia-se triste e abatida devido à sua infertilidade, mas nunca deixou de estar na casa de Deus. “A transformação na trajetória de Ana acontece quando ela não aceita aquela situação e entra na presença do Senhor, contando-Lhe toda a sua angústia. O Todo-Poderoso ouviu o clamor dela, e a bênção chegou”. De acordo com a coordenadora, aprendemos com Ana que não devemos nos conformar com a tristeza nem permitir que outras pessoas nos diminuam. “Adotar essa postura pode mudar completamente a nossa vida”, garante ela, que é mãe de Larissa, 18 anos, e Beatriz, 15.

O Pr. Jonas Balbinot menciona que mulheres ricas e influentes também podem ser sensíveis à Palavra, como Lídia, no Novo Testamento: “Ao ouvir pregações de Paulo, o coração dela foi aberto para a mensagem, levando toda a sua casa à salvação em Cristo”
Foto: Arquivo pessoal

A Pra. Ívina Salviano, da sede estadual da IIGD em Manaus (AM), lembra que o Senhor designou o homem como o cabeça do lar, sendo a autoridade principal na família. Contudo, comenta que, nos dias atuais, a mulher carrega um peso muito maior do que é capaz de suportar, especialmente trabalhando fora, em busca de independência financeira. Para a ministra, as mulheres tiveram de assumir mais responsabilidades do que seriam ideais para garantir o bem-estar delas. “Acredito que sofreriam menos se a hierarquia estabelecida por Deus fosse mais respeitada”, reflete. Ívina cita os casos em que mulheres executam tarefas pesadas, que caberiam aos homens por causa da exigência da força bruta. A pastora defende que, se os conceitos bíblicos não tivessem sido distorcidos, tal situação não ocorreria. “As mulheres não conseguem lidar com as cobranças, e isso não é por fraqueza ou inferioridade, mas devido à essência feminina”, admite.

Indagado a respeito do tema, o Pr. Jonas Balbinot, da IIGD no Centro, em Lages (SC), menciona uma jovem órfã israelita (cujo nome não é apontado na Bíblia), que servia à esposa de Naamã, comandante sírio. “A menina foi capturada como escrava quando o exército sírio invadiu Israel e a levou para servir na casa do general. Durante essa invasão, ela perdeu os pais”, explica. O pregador salienta que muitos não reconhecem o valor dessa personagem: “Em vez de se encher de ódio e rancor, demonstrou empatia”, relata Balbinot, esclarecendo que Naamã contraiu lepra, e a jovem lhe deu uma informação primordial para a cura dele. “Ela contou que havia um profeta em Samaria que poderia ajudá-lo, e, ao seguir a orientação de Eliseu, Naamã foi curado.”

O Pr. Sérgio Freitas orienta as mulheres a tomarem como modelo a resiliência e a coragem dessas heroínas bíblicas, como Ester, Débora, Rute, Maria e muitas outras: “Mesmo em um mundo que pode ser desafiador, mantenham- -se firmes na fé e busquem a sabedoria e a força do Alto”
Foto: Arquivo pessoal

Jonas também observa que mulheres ricas e influentes podem ser sensíveis à Palavra, como Lídia, no Novo Testamento. “Essa comerciante próspera vendia púrpura, um corante valioso na época. Ao ouvir pregações de Paulo, o coração dela foi aberto para a mensagem, levando toda a sua casa à salvação em Cristo.”

Ao falar da importância feminina de hoje na família, na igreja e nos mais diversos setores da sociedade, o Pr. Sérgio Freitas, da IIGD no distrito de Serra Sede, em Serra (ES), orienta as mulheres a tomarem como modelo a resiliência e a coragem dessas heroínas bíblicas, como Ester, Débora, Rute, Maria e muitas outras. “Mesmo em um mundo que pode ser desafiador, mantenham-se firmes na fé e busquem a sabedoria e a força do Alto”, aconselha ele, citando o texto de Provérbios 31.25 (ARA) – A força e a dignidade são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações –, que descreve a mulher virtuosa. “Deus valoriza e eleva as mulheres, confiando-lhes papéis fundamentais em Sua obra. A Bíblia ressalta a dignidade e o valor feminino”, conclui Freitas.

Foto: Divulgação / Graça Editorial

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