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Por todo o mundo

Hand holding Holy Bible and world map in blur background. World mission christian idea. Copy space for text. Christian background for great commission or earth day concept.

Foto: doidam10 / Adobe Stock

Por todo o mundo

Relatório sobre missões mostra o avanço da evangelização no planeta

Por Marcelo Santos

No início de junho, em uma fria manhã de sol, cerca de 200 pessoas, entre líderes evangélicos e representantes de organizações cristãs, reuniram-se no templo da Igreja Batista do Morumbi, na zona sul de São Paulo (SP). No encontro, foram divulgados os primeiros resultados do relatório Status da Grande Comissão, produzido pelo Movimento Lausanne, agremiação internacional que leva o Evangelho às nações. [Leia, no final desta reportagem, o quadro Mobilização global]

Fernando Costa, coordenador do Lausanne Brasil, informa: “Na Índia, por exemplo, há mais de mil povos não alcançados”
Foto: Divulgação / Movimento Lausanne Brasil

O documento, resultante de uma extensa pesquisa sobre a situação da obra missionária pelo mundo, traça o perfil das principais carências e dos desafios evangelísticos vigentes na atualidade, segundo o olhar de 150 especialistas em missões – entre eles, oito brasileiros. O relatório identifica 25 lacunas que precisam ser preenchidas para a Igreja do século 21 cumprir o Ide (Mc 16.15), tais como: Evangelho nas mídias, povos minoritários, idosos acima de 60 anos e missão no trabalho. “O relatório fornece estatísticas detalhadas sobre a disseminação do cristianismo no mundo, a presença de cristãos nos países e quantas igrejas enviam e recebem missionários, complementadas por artigos e dados estatísticos”, resume Fernando Costa, coordenador do Lausanne Brasil e diretor do Centro Evangélico de Missões (CEM), com sede em Viçosa (MG).

A versão final do relatório será apresentada em setembro, durante evento em Seul, capital da Coreia do Sul, onde serão comemorados os 50 anos do movimento, criado em 1974, sob a liderança do evangelista norte-americano Billy Graham. Essa reunião do cinquentenário culminará com o lançamento do Documento de Seul. “Na Índia, por exemplo, há mais de mil povos não alcançados. Lausanne deseja, com este relatório, criar o Projeto Neemias para focar nas áreas menos alcançadas e acelerar o cumprimento da missão”, informa Fernando Costa.

Matheus Ortega acredita que a pobreza e a questão ambiental são desafios urgentes para o movimento missionário global
Foto: Divulgação / Movimento Lausanne Brasil

Autor do livro Economia do Reino (Thomas Nelson Brasil), Matheus Ortega escreveu um dos artigos incluídos no relatório. Mestre em Desenvolvimento Econômico, ele acredita que a pobreza e a questão ambiental são desafios urgentes para o movimento missionário global. “Cerca de 99% das pessoas respiram ar poluído e 1,8 bilhão de indivíduos estão ameaçados pelo risco de inundações. Vivemos uma crise social e ambiental significativa. Os pontos são: como podemos construir uma sociedade mais justa nas cidades? E qual é o papel do cristianismo nessa transformação?”, pondera.

Transformação global – O documento trará também informações sobre o avanço da evangelização no planeta. De acordo com o relatório, existem 450 mil missionários em atividade. No entanto, 435 mil atuam em regiões onde o Evangelho já está presente e apenas 15 mil estão entre os povos não alcançados – assim chamados pelos missiólogos os grupos étnicos ou culturais que têm pouca ou nenhuma oportunidade de ouvir o Evangelho ou onde não há uma comunidade cristã viável capaz de evangelizar sua própria gente.

O pastor e professor Felipe Fulanetto destaca a mudança no cenário cristão e missiológico global verificada nas últimas décadas: “Aos domingos, há mais fiéis nas igrejas na China do que em toda a Europa”
Foto: Divulgação / Movimento Lausanne Brasil

De acordo com o relatório, o Brasil tem se destacado no envio de missionários: está entre os três principais países que mais enviaram pregadores aos campos estrangeiros, atrás apenas dos Estados Unidos e à frente da Coreia do Sul. Hoje, há 40 mil missionários brasileiros em missões, contra 135 mil norte-americanos e 35 mil missionários sul-coreanos. “O Brasil envia missionários transculturais, mas também precisa focar no alcance regional, trabalhando junto a grupos, como sertanejos, quilombolas, ribeirinhos e surdos. É essencial mapear e medir o alcance desses esforços regionais”, explica Fernando Costa.

O pastor e professor Felipe Fulanetto, pesquisador da Associação de Missões Transculturais do Brasil (AMTB), destaca a mudança no cenário cristão e missiológico global verificada nas últimas décadas. Segundo ele, em séculos passados, Europa e América do Norte foram os principais agentes da evangelização mundial, mas esse cenário vem mudando rapidamente. “Hoje, temos mais cristãos no Quênia do que no Canadá, mais pessoas louvam a Deus em Nagalândia, na Índia, do que em toda a Noruega, mais missionários saem do Brasil do que da Grã-Bretanha ou do Canadá juntos. Aos domingos, há mais fiéis nas igrejas na China do que em toda a Europa. Essas mudanças refletem uma transformação no cristianismo global”, informa.

O Rev. Eber Cocareli, apresentador do programa Vejam Só!, afirma que, ao longo das últimas cinco décadas, desde a criação do Movimento de Lausanne, as estratégias usadas para cumprir a ordem de evangelização dada por Jesus mudaram muito: “características muito mais bíblicas e espirituais”
Foto: Arquivo Graça / Solmar Garcia

O Brasil é a segunda nação com maior percentual de cristãos: abriga 7,7% do total de seguidores de Jesus, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (9,8%), e está bem à frente do México (3º colocado), com 4,99%. “Observamos mudanças significativas no cenário global da Igreja. O mundo ocidental, que antes liderava o envio de missionário, está perdendo essa predominância para o Sul Global, onde países, como o Brasil, estão assumindo um papel cada vez mais importante na Grande Comissão”, destaca Fernando Costa. [Do editor: Sul Global é um termo usado para designar o chamado Terceiro Mundo (o conjunto de países em desenvolvimento, como a África do Sul), podendo incluir nações ricas, como a China, e emergentes como a Índia e a Indonésia]

O relatório do Movimento Lausanne indica também aquelas nações onde há mais povos não alcançados – Índia, Paquistão, China, Bangladesh, Nepal, Indonésia, Sudão e Rússia – e enfatiza que, nesses lugares, o número de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus continua crescendo.

O pastor luterano Valdir Steuernagel frisa: “a comunidade de fé que se abre para ir em direção ao outro é movida pela memória de Jesus, que o Espírito Santo lhe traz”
Foto: Divulgação / Alex Fajardo

“Rompendo barreiras” – Ao longo das últimas cinco décadas, desde a criação do Movimento de Lausanne, as estratégias usadas para cumprir a ordem de evangelização dada por Jesus mudaram muito, de acordo com o Rev. Eber Cocareli, apresentador do programa Vejam Só!, exibido pela Rede Internacional de Televisão (RIT). Ele lembra que uma das grandes contribuições daquela iniciativa foi desenvolver o conceito de missão transcultural, segundo o qual a mensagem bíblica deve ser anunciada respeitando a cultura local. “O Ide ganhou características muito mais bíblicas e espirituais. Temos, na Igreja contemporânea, a liberdade (nem sequer sonhada antes) de nos vestir e celebrar o Deus da nossa salvação com ritmos e costumes próprios, e não mais importados da Europa.”

Para o pastor luterano Valdir Steuernagel, embaixador da organização humanitária Visão Mundial, é importante destacar a relevância do movimento em si, por ajudar a despertar a vocação missionária das igrejas. “Somos naturalmente inclinados a ficar entre os iguais, evitando os diferentes”, reconhece ele, indicando, entretanto, que a mensagem do Evangelho deve ser espalhada para alcançar a todos. “A comunidade de fé que se abre para ir em direção ao outro é movida pela memória de Jesus, que o Espírito Santo lhe traz”, destaca.

O Pr. Marcos Amado lembra que “a missão cristã envolve reconciliar todo o cosmo com o Altíssimo”
Foto: Divulgação / Missão Base

O Pr. Marcos Amado, diretor do Centro de Reflexão Missiológica Martureo e professor de Missões do Seminário Teológico Servo de Cristo, em São Paulo (SP), assinala que o relatório da Grande Comissão é relevante porque relembra o que Deus espera da Igreja: que continue a tomar parte em Seu plano eterno de redenção. “A missão cristã envolve reconciliar todo o cosmo com o Altíssimo. Isso significa que devemos deixar marcas dos valores do Reino de Deus onde estivermos.”

Entretanto, de acordo com Marcos Amado, há muito a se fazer, especialmente no que se refere ao envolvimento dos crentes em Jesus na tarefa da evangelização mundial. “Devemos utilizar a vasta informação disponível para orientar igrejas, líderes e pastores, a fim de sermos mais eficazes em nossa missão. Portanto, é essencial que entendamos nosso papel na Grande Comissão e como podemos, individual e coletivamente, contribuir para o avanço do Reino em todas as áreas da vida.”

Billy Graham
Foto: Divulgação
John Stott
Foto: Divulgação

1 Comment

  1. Erí Silveira Campos disse:

    Amém! Amém! Amém! Que bom que o crescimento do evangelho tem rompido todos os tipos de barreiras ao longo dos anos e, para Deus não existem fronteiras na Terra… Eu peço para que Deus me use a qualquer momento, a qualquer hora em qualquer lugar e, em qualquer situação… para honra e glória do senhor Jesus Cristo…

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