Minha Resposta – 288
01/07/2023Comportamento
15/07/2023Sociedades bíblicas
Em 7 de março de 1804, alguns líderes evangélicos resolveram organizar uma associação dedicada à edição e distribuição das Sagradas Escrituras em todo o globo. Entre eles, estavam o político britânico e líder do movimento abolicionista, William Wilberforce (1759-1833), e o pastor metodista galês, Thomas Charles (1755-1814). Assim nascia a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira.
Seguindo os passos da feliz iniciativa dos pioneiros ingleses, em 1816, evangélicos da América do Norte fundaram a Sociedade Bíblica Americana, organização que vem ocupando os primeiros lugares na circulação da Palavra de Deus.
Por sua vez, as Sociedades Bíblicas Unidas (SBUs ou UBS, a sigla em inglês) foram criadas no dia 9 de maio de 1946, em Haywards Heath (Inglaterra), com o objetivo de facilitar o processo de tradução, produção e distribuição do Texto Sagrado por meio de estratégias de cooperação mútua. As SBUs congregam 150 sociedades bíblicas, atuantes em 240 países e territórios, e são orientadas pela missão de promover a maior distribuição possível de Bíblias, em uma linguagem que as pessoas possam compreender e a um preço acessível.
Não há muita esperança no mundo, mas há muita esperança na Bíblia, observou o bispo luterano norueguês Eivind Josef Berggrav (1884-1959). Como primaz da Igreja da Noruega, ele ficou conhecido pela sua resistência inflexível contra a ocupação nazista da Noruega durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). É dele também a frase ainda atual: Paz e esperança são duas das principais palavras da Bíblia, e agora o mundo está perguntando como podemos encontrar nosso caminho para o novo futuro.
Além das 150 sociedades bíblicas, milhares de agências missionárias, associações e instituições dedicadas à tradução da Palavra de Deus estão empenhadas na grande obra de semear o Evangelho em toda a Terra. Com o auxílio de agências de tradução, atualmente o Livro Santo completo está disponível em 733 línguas faladas por 5,9 bilhões de pessoas.
Essa gloriosa semeadura está assumindo proporções gigantescas em nossos dias. Por meio de milhares de agências e instituições afiliadas, as SBUs distribuíram, em todo o planeta, mais de 1,8 bilhão de Bíblias de 2015 a 2019. Centenas de milhões de exemplares completos e porções bíblicas são distribuídas por ano, especialmente nos países islâmicos e em nações de orientação socialista.
Eivind Josef Berggrav
Foto: Ernest Rude / Wikimedia
Vladimir Lênin
Foto: Pavel Zhukov / Wikipedia
A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) participa ativamente dessa empreitada, distribuindo, no país e em outras nações de Língua Portuguesa, dezenas de milhões de Escrituras Sagradas na íntegra ou em partes. Fundada em junho de 1948, sob o lema “Dar a Bíblia à Pátria”, a SBB nasceu no Pós-Guerra, em um momento de otimismo e esperança – cenário favorável ao crescimento da distribuição do Livro Santo.
Traduções – Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a Bíblia tem superado largamente, em traduções, as obras do político russo Vladimir Lênin (1870-1924), do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), do escritor francês Júlio Verne (1828-1905) e do escritor chileno Pablo Neruda (1904-1973).
Além disso, a Escritura Sagrada – cuja primeira tradução completa remonta ao século 4 – vem mantendo a liderança mundial de vendas. É o que informa a Aliança Global Wycliffe com base em dados de organizações variadas, como a Summer Institute of Linguistics (hoje, SIL International) e as SBUs. Dados atualizados em 1º de setembro de 2022 indicam que o Novo Testamento se encontra traduzido completo para 1.617 idiomas; porções da Bíblia já foram vertidas para 1.248 idiomas e, ao todo, 3.589 idiomas contam hoje com pelo menos alguma parte da Palavra de Deus.
Karl Marx
Foto: Wikipedia
Júlio Verne
Foto: Étienne Carjat / Wikipedia
Tais números são surpreendentes justamente porque a Bíblia é um dos mais antigos livros conhecidos. Moisés, libertador do povo de Israel, escreveu o Pentateuco (de Gênesis a Deuteronômio) cerca de 700 anos antes de o poeta grego Homero (928-898 a.C.) ter escrito os poemas épicos Ilíada e Odisseia. O rei Davi escreveu seus Salmos pelo menos 600 anos antes do nascimento do historiador grego Heródoto (485-425 a.C.). Trezentos anos antes de Tales de Mileto (624-546 a.C.) começar a ensinar Matemática, Astronomia e Filosofia, o sábio rei Salomão já havia escrito Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
Foto: Wikipedia
Partindo da premissa de que 950 em cada mil livros caem no esquecimento após sete anos, a Palavra de Deus surpreende pela sua incomparável aceitação. Decididamente, a Bíblia Sagrada não pode ser comparada às demais obras – religiosas ou clássicas. Nações inteiras, religiosos fanáticos e pensadores céticos têm se levantado em vão contra ela, em uma satânica tentativa de fazê-la desaparecer da face da Terra.
O pensador francês Voltaire (1694-1778), depois de intensa campanha, afirmou: Dentro de cem anos, o cristianismo deixará de existir. O político britânico Thomas Paine (1737-1809), outro ferrenho inimigo da Bíblia, declarou aos quatro ventos que a demoliria. Pobre homem! Paine morreu em desespero, mas o Livro Santo permanece dando vida abundante a milhões de seres humanos.
Foto: Divulgação / BGEA
Outra razão que torna a Bíblia a mais preciosa publicação do mundo é a sua atualidade. Como dizia o evangelista estadunidense Billy Graham (1918-2018), embora escrita há milênios, sua mensagem é hoje mais atual do que o jornal que vai circular amanhã.
Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com