Vida Cristã
10/07/2023
Família – 289
01/08/2023
Coisas loucas confundem as sábias
Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes (1 Co 1.27).
Quem não conhece o Evangelho em sua total manifestação, como muitos membros de boas igrejas, não sabe que a Boa Notícia é o poder de Deus que faz dos loucos sábios; dos fracos fortes, e dos perdidos perfeitos e bons cidadãos (Rm 1.16). O Senhor nos escolheu para fazer de nós exemplos para o mundo; assim, os sofredores serão libertos das aflições.
Para a sociedade não alcançada pela Verdade, somos loucos. Isso nos agrada, porque somos o povo de Deus, o Criador. Ele nos separou para tirar os ímpios da perdição eterna e conduzi-los à plena realização da fé em Cristo (1 Pe 2.9). Somos as cartas vivas que eles têm lido todos os dias, principalmente os nossos perseguidores. Mesmo colocando suas armadilhas diante de nós, nunca conseguem nos fazer mal (2 Co 3.2,3; Lc 10.19).
Para a sociedade não alcançada pela Verdade, somos loucos. Isso nos agrada, porque somos o povo de Deus, o Criador. Ele nos separou para tirar os ímpios da perdição eterna e conduzi-los à plena realização da fé em Cristo
O VISIONÁRIO NOÉ – Para aqueles que viviam nos dias de Noé, ele era louco, pois advertia que a vida na Terra desapareceria no Dilúvio. Durante 120 anos, Noé pregou sobre essa destruição pela água, afirmando ter a direção de Deus para fazer uma arca capaz de salvar os que cressem no recado celestial. Porém, ninguém se aventurou a crer nele. Então, quando começou a chover sem parar, e a arca foi fechada pelo lado de fora pelo Senhor, todos morreram (Gn 6 e 7).
Jesus endossou a narrativa bíblica, dizendo: E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem (Mt 24.37). As pessoas daquele tempo não queriam dar atenção a Deus e ainda debochavam do “velho louco”, o qual inventara que elas pereceriam. O Salvador falou acerca disso ao afirmar que todos só se importavam com os assuntos desta vida: Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca (Mt 24.38).
Isso tem ocorrido atualmente, pois o que move a nossa sociedade, como movia a daqueles dias do velho pregador, era – e é – a preocupação com as alegrias de terem famílias maravilhosas. O mote de ontem e hoje é este: “Vamos nos alegrar e fazer as coisas boas, porque amanhã morreremos”. Muitos nem se importam com a “arca da salvação” – a obra realizada por Cristo para nos salvar eternamente, realizada em Sua morte, da qual todos podem e devem tomar posse (Jo 3.16). É só parar um pouco e ouvir o Senhor, para entender o que Ele fez em nosso favor. Isso nos livrará da destruição: Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão (2 Pe 3.10).
Somos as cartas vivas que eles têm lido todos os dias, principalmente os nossos perseguidores. Mesmo colocando suas armadilhas diante de nós, nunca conseguem nos fazer mal
O Mestre termina a Sua exortação ao bom senso da seguinte maneira: E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem (Mt 24.39). Cristo orientou a humanidade a ficar atenta aos sinais dos tempos, pois já começaram a ocorrer. Quando chegar o Dia, muitos tentarão entrar para as Bodas do Cordeiro, mas não conseguirão. Agora, estudemos como agiram os homens que se entregaram a Deus depois da morte de Josué, quando Israel estava na Terra Prometida. Veremos alguns desses chamados de coisas loucas deste mundo.
JUÍZES FENOMENAIS – Entre as coisas loucas usadas pelo Senhor, podemos citar alguns dos 15 juízes de Israel, os quais fizeram uma obra que só quem tem Deus do lado consegue realizar.
1) OTNIEL – Ao longo de oito anos, a jovem nação de Israel, assentada por Josué em Canaã, viu-se nas mãos da Babilônia, e a causa foi esta: E os filhos de Israel fizeram o que parecia mal aos olhos do SENHOR, e se esqueceram do SENHOR, seu Deus, e serviram aos baalins e a Astarote (Jz 3.7). Resultado: por terem se distanciado do Todo-Poderoso, Ele os entregou ao rei da Babilônia, para que aprendessem a viver com dignidade: Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e ele os vendeu em mão de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim durante oito anos (v. 8). A libertação dos israelitas começou, quando eles clamaram a Deus pedindo misericórdia e foram atendidos: E os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, e o SENHOR levantou aos filhos de Israel um libertador, e os libertou: Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, mais novo do que ele (v. 9). Com a unção divina, Deus fez a obra sobre o rei da Mesopotâmia (v. 10). Então, Israel teve paz durante 40 anos (v. 11)!
2) DÉBORA – Julgou Israel desde a cidade das Palmeiras, situada entre Ramá e Betel, entre as palmeiras de Débora. Convocou Baraque para ir contra Jabim, rei de Canaã, que dominava os israelitas havia 20 anos. A luta ocorreu junto ao vale do Megido, onde dizem que acontecerá a grande e última guerra mundial. Note o seguinte: com dez mil homens, Baraque desceu o Tabor para pelejar contra os cananeus, liderados de Sísera, e os venceu (Jz 4).
O comandante israelita não tinha sequer um jumento para transportá-lo, mas possuía o Espírito de Deus comandando-o; por isso, os cananeus perderam a batalha. Tudo colaborou para a vitória do povo de Deus. Até o ribeiro de Quisom transbordou e inundou todo o vale, inutilizando os 900 carros de ferro de Canaã, os 15 mil cavaleiros bem armados e cerca de 150 mil soldados da infantaria cananeia, segundo o historiador judaico Josefo. Foi a maior batalha que o mundo já viu e levou menos tempo para acabar. Os “loucos” de Deus são terríveis!
Cristo orientou a humanidade a ficar atenta aos sinais dos tempos, pois já começaram a ocorrer. Quando chegar o Dia, muitos tentarão entrar para as Bodas do Cordeiro, mas não conseguirão
3) GIDEÃO – Por sete anos, os midianitas lutaram contra Israel. No tempo da colheita, apareciam para tomar todo o alimento dos israelitas, que não podiam guerrear contra eles. No entanto, tendo ouvido o homem de Deus que percorreu todo o país, mostrando a causa daquele mal, um jovem caçula – da família mais pobre de um lugar onde só havia miseráveis – creu, levantou-se e venceu os inimigos da sua terra.
Gideão impediu que o inimigo envergonhasse seu povo, e, assim, Israel foi liberto dos impostores: Então, o SENHOR olhou para ele e disse: Vai nesta tua força e livrarás a Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? (Jz 6.14). Era tudo o que ele precisava ouvir!
Esse homem soube que o anjo do Senhor havia sido designado para lhe prestar a assistência necessária. Hoje, quando Deus envia alguém, Ele o capacita para fazer a obra corretamente. Portanto, ninguém deve ter medo do que possa lhe suceder; afinal, sendo chamado pelo Altíssimo, receberá dEle os meios para cumprir a missão.
Portanto, ninguém deve ter medo do que possa lhe suceder; afinal, sendo chamado pelo Altíssimo, receberá dEle os meios para cumprir a missão
4) JEFTÉ – Os filhos de Israel voltaram a pecar e caíram nas mãos dos filhos de Amom, filho de Ló com a sua filha caçula (Gn 19.31-38). Estes viram uma oportunidade de enfraquecê-los e subjugá-los. Não havia quem pudesse levar salvação a Israel diante da opressão dos amonitas e filisteus: Então, tornaram os filhos de Israel a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR e serviram aos baalins, e a Astarote, e aos deuses da Síria, e aos deuses de Sidom, e aos deuses de Moabe, e aos deuses dos filhos de Amom, e aos deuses dos filisteus; e deixaram o SENHOR e não o serviram (Jz 10.6).
Então, alguém se lembrou de Jefté. Esse homem tinha tudo para errar, visto que fora expulso de casa pelos seus irmãos, pois era filho de seu pai com uma prostituta. No entanto, como ninguém se oferecia para ir contra os filhos de Amom, os anciãos o convidaram a entrar nessa luta. Jefté negociou o que ele seria depois de vencer os amonitas: o chefe deles (Jz 11.5-10). Ele era prudente e se pronunciou perante o Senhor e os anciãos em Mispa (v. 11).
Jefté pediu explicações ao rei amonita, o qual disse que, quando os israelitas saíram do Egito, tomaram a terra deles, mas isso não era verdade. Bem, esse juiz queria uma base legal para pelejar contra esses opositores. Para isso, usou as Escrituras para se defender da mentira de Amom, mencionando toda a trajetória deles desde Cades, quando Moisés mandou cartas a Edom, Moabe, Amom e aos reis amorreus Seom, de Hesbom, e Ogue, de Basã. Na ocasião, não deixaram Israel passar pelo território deles, embora Moisés tivesse garantido que pagaria pela comida consumida pelo seu gado, bem como pela água que bebesse. Entretanto, eles recusaram tal pedido, e Moisés teve de rodear a região, sem tocar neles.
O rei Seom, de Hesbom, foi com o seu exército para destruir Israel, mas Deus ajudou Seu povo a liquidar aquele reino e lhe deu a terra reivindicada por Amom (v. 17-28). Depois, o Espírito de Senhor veio sobre Jefté, o qual venceu os amonitas (v. 29-33). Assim, o homem que fora expulso de casa se tornou juiz de Israel.
Não há espaço aqui para falar dos outros juízes vitoriosos, como Sansão, Eli e Samuel, servos grandemente usados pelo Altíssimo. Então, seria proveitoso que você dedicasse cerca de meia hora por dia a ler o livro dos Juízes. Nele, há lições preciosas sobre o que as coisas loucas deste mundo realizaram. Elas os ajudarão a crescer diante de Deus e a fazer o que Ele ordenou. A leitura desse livro levará menos de quatro horas e meia, se for feita devagar, meditando no que a Palavra fala desse período da história de Israel.
O Senhor continua a chamar e usar as coisas loucas para confundir as sábias!
Em Cristo, com amor,
R. R. Soares
