Na prateleira – 254
01/09/2020Internacional
01/09/2020RECUPERAÇÃO MILAGROSA
Mesmo com poucas chances de sobreviver, professora de São Paulo vence a covid-19 pela fé
POR EVANDRO TEIXEIRA
Quando o novo coronavírus começou a se alastrar pelo Brasil, a família da Profª Renata Anadão Nogueira, 43 anos, obedeceu às orientações para prevenir a contaminação. Casada com o Pr. Fabiano Pereira Nogueira, auxiliar na sede estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em São Paulo (SP), e mãe de três filhos, ela relata que, apesar de todas as precauções, o marido teve contato com o vírus e, em seguida, apresentou os primeiros sinais desse mal: febre, dores e perda de paladar.
Era o início da pandemia, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) estava se preparando para enfrentá-la. O caso de Fabiano foi grave. Ele chegou a ter 70% dos pulmões comprometidos. Contudo, o médico optou pelo tratamento sem internação, indicando que o paciente teria de ir, todos os dias, ao Hospital Municipal do Tatuapé, na zona leste de São Paulo (SP), para tomar remédios. Aos poucos, o tratamento foi surtindo efeito, e o pastor ficou bom.
No entanto, não era o fim da luta em seu lar. Renata começou a ter dores insuportáveis, perda de paladar e de olfato, febre, vômito, fraqueza e cansaço. Logo, ela procurou um pronto-socorro. Ao ser atendida, falaram que não se tratava da covid-19 e lhe administraram uma medicação. Ela foi para casa, porém a situação piorou. “Voltei à emergência com queda da pressão arterial e muita falta de ar”, lembra-se a docente.
Dessa vez, suspeitaram de que se tratava de uma infecção pelo novo coronavírus. Entretanto, por ter sido cuidada de maneira errada no primeiro atendimento, seus batimentos cardíacos estavam alterados. Ela teve de ser removida de ambulância para o Hospital do Tatuapé, que é mais bem equipado para atender pacientes com esse problema. Nessa unidade, ela passou por novos exames e foi internada. Fez o teste para covid-19 (o resultado demoraria a sair). No dia seguinte, seu estado já era muito sério, e ela mal conseguia respirar. Renata conta que não se levantava do leito nem para tomar banho. Em certo momento, ouviu os especialistas conversando a respeito da necessidade de ser entubada. “Fui levada às pressas à sala de procedimento. Para não me deixar preocupada, o doutor disse que era só para descansar meu pulmão.”
Boa evolução – A essa altura, porém, a vitória de Renata sobre a covid-19 dependeria de Deus, pois os medicamentos disponíveis estavam sendo usados sem um protocolo predefinido. Ela foi sedada para receber o tubo de oxigênio e, assim, continuou por quatro dias. No final desse período, seu organismo reagiu positivamente ao tratamento. Ela havia recuperado a capacidade de respirar sem os aparelhos. Ainda assim, a professora ficou mais três dias internada. Mesmo não estando completamente restabelecida, recebeu alta médica devido à melhora considerável. A equipe do hospital se certificou de que havia espaço para ela ser mantida em isolamento na residência. “Em casa, tive de ficar distante dos meus três filhos por 14 dias.”
Renata ressalta o quanto aquela fase de reabilitação foi complicada. No início, precisou de uma cadeira de rodas para se locomover. “Reaprendi a andar, falar e fazer tudo o que antes era simples.” A falta de ar perdurou por algum tempo, por isso as escadas de sua moradia eram um desafio a mais. Para subi-las, tinha de contar com o amparo do esposo. “À noite, por causa da dificuldade de respirar, todas as janelas ficavam abertas para que houvesse mais passagem de ventilação”, relembra-se. Depois de uma longa espera, ela recebeu o resultado do teste para covid-19: foi positivo.
Durante o período em que Renata esteve hospitalizada, seus familiares foram amparados espiritual e emocionalmente pela equipe de pastores e obreiros da sede da IIGD em São Paulo. A professora destaca que seu esposo nunca perdeu a fé. “Ele permaneceu em paz e em constante oração”, frisa, citando Isaías 53.4, um texto bíblico marcante para ambos: Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.
Recuperada, Renata não tem dúvida de que o Senhor esteve à frente do seu processo de cura. Ela salienta que a enfermidade se manifestou quando pouco se sabia sobre como combatê-la no organismo. “Minha oração, após essa experiência, é de gratidão pelo milagre da minha recuperação”, conclui.