Educação
01/02/2020Família – 247
01/02/2020Problemas conjugados
Seis entre os 20 remédios mais vendidos no Brasil podem levar ao agravamento da síndrome do olho seco e, por conseguinte, da ceratocone. Esta disfunção degenerativa do sistema ocular é responsável por 70% dos transplantes de córnea no país. Ela se caracteriza pelo deslocamento da córnea, que toma a forma de um cone, comprometendo seriamente a visão.
Já a síndrome do olho seco é marcada pela redução da produção de lágrimas e pode ser agravada pelo uso de alguns analgésicos, anti-hipertensivos, antidepressivos, tranquilizantes, anticoncepcionais, antialérgicos e descongestionantes. Ela é um importante fator de risco para o desenvolvimento de ceratocone e seus principais sintomas são: vermelhidão, ardor, sensação de areia nos olhos e coceira. O problema pode ser combatido com o uso de colírios para lubrificação, aumento do consumo de água e ingestão de alimento ricos em vitaminas A e E. O médico deve ser consultado para considerar a suspensão ou substituição do medicamento que esteja provocando a patologia. (Élidi Miranda, com informações Panorama Farmacêutico)
Nutriente importante
No passado, ninguém ousaria dizer a uma grávida que ela precisava de exercícios físicos. Com os avanços da Medicina, entretanto, hoje essa é uma recomendação usual. A atividade física – com a devida orientação – deve ser praticada antes, durante e depois da gravidez. Quem já faz algum tipo de ginástica regularmente terá mais facilidade de continuar realizando isso durante a gestação. Contudo, nunca é demais lembrar que os movimentos serão muito mais limitados.
Segundo os médicos, os benefícios de se exercitar na gravidez são vários. Evitam o surgimento de doenças, como hipertensão e diabetes, e combatem a obesidade e possíveis dores no corpo. No pós-parto, a atividade física pode auxiliar a mulher a tonificar os músculos abdominais e pélvicos, exigidos em demasia durante a gravidez e no parto, fazendo com que ela ganhe mais disposição e neutralize os efeitos do estresse e da ansiedade.
Mas atenção: a liberação para a prática dos exercícios na gestação e após o parto deve ser dada por um ginecologista, e eles têm de ser orientados por um profissional de Educação Física. (Élidi Miranda, com informações de Bebe.com.br)
Anemia crônica
Cinco minutos com a Dra. Marimilia Pita
Por Élidi Miranda
A doença falciforme (DF) é a condição hereditária mais comum no Brasil. Ela se caracteriza pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, os quais perdem sua forma habitual (parecida com um grão de feijão) e se tornam mais alongados, lembrando uma foice – daí o nome “falciforme”. As células afetadas têm sua vida média diminuída, levando a um quadro de anemia crônica. Nesta entrevista, a Dra. Marimilia Pita, hematologista-pediátrica do Hospital Samaritano de São Paulo e fundadora do Projeto Lua Vermelha, fala um pouco mais sobre a disfunção e seu tratamento.
Como é feito o diagnóstico da falciforme?
O diagnóstico precoce é feito no exame de triagem neonatal (teste do pezinho), levado a efeito preferencialmente entre o 2º e o 3º dias de vida. No caso dos indivíduos que nasceram antes da realização dessa análise minuciosa, o diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina.
Existe algum grupo populacional em que essa doença seja mais prevalente?
Tal condição é mais comum em pessoas da raça negra, porém, devido à intensa miscigenação histórica do Brasil, ela pode ser observada também em indivíduos brancos.
Quais são seus principais sintomas?
Por ser um distúrbio crônico e sistêmico, atinge vários órgãos. O indivíduo apresenta anemia já no primeiro ano de vida, caracterizada por palidez cutânea, cansaço fácil, além da icterícia (cor amarelada principalmente aparente no branco dos olhos, que, muitas vezes, é confundida com hepatite). Normalmente, evolui em crises, sendo a mais comum a crise dolorosa, que chega a ser tão intensa que os pacientes devem ser internados. Algumas pessoas apresentam poucos sintomas e poucas complicações. Em outras, a situação é grave, levando a uma série de complicações clínicas.
Como é feito o tratamento?
Temos basicamente duas situações: o paciente em crise ou fora dela. Em regime ambulatorial, ele deve receber alguns medicamentos para evitar que evolua em crises, como antibioticoterapia profilática. A carteira de vacinas deve estar rigorosamente em dia. Os pacientes precisam evitar atividades que reduzam a quantidade de oxigênio no sangue e procurar ajuda médica imediata mesmo quando apresentarem quadros de menor relevância, como infecções virais.As crises falciformes podem exigir hospitalização.
O transplante de medula óssea (TMO) pode curar a doença falciforme, mas exige que o paciente encontre um doador compatível.
Que fatores podem levar a complicações dessa mazela?
Exposição ao frio, desidratação, infecções que podem acarretar crises de dor. Ademais, esses pacientes, usualmente, apresentam alterações cardíacas devido à anemia crônica, déficit de crescimento e acidente vascular cerebral (AVC).