Igreja
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01/03/2020“Escolhemos ter fé”
Casal de empresários tem uma vida próspera depois de se converter e patrocinar a obra de Deus
Por Marcelo Santos
A vida de Wesley Jean Carlos Alves Nunes, 36 anos, e Gesiane Francisco Sousa Nunes, 32, era um inferno. Wesley bebia quase todos os dias, e, por causa disso, as brigas eram constantes. “Ele se transformava. Eu só não apanhava porque saía de perto”, lamenta-se Gesiane. Sob o efeito da substância, Wesley quase morreu. “Eu estava dirigindo, e veio outro automóvel na contramão, joguei o meu carro contra uma viga de ferro. O veículo teve perda total”, relata ele. Naquela época, Gesiane esperava o primeiro filho do casal, João Gabriel, atualmente com 12 anos. Wesley tinha 23, e ela, apenas 19 anos. Viviam juntos, mas ainda não haviam oficializado a união.
Apesar do vício, Wesley sempre se dedicou ao trabalho e administrava, de forma terceirizada, a lanchonete de uma empresa. Gesiane era gerente de uma loja na região do Bom Retiro, conhecida área de comércio popular de roupas no Centro de São Paulo (SP). Wesley chegou a abrir uma segunda lanchonete, porém o vício era um obstáculo a impedir a felicidade do casal.
Em 2009, quando João Gabriel tinha apenas dois anos, Gesiane sofreu um grave acidente de carro. “Tive fratura exposta nas duas pernas. Fiquei meses sem andar”, conta. O processo de recuperação mais a situação do marido a deixou abalada emocionalmente e fez com que entrasse em uma profunda depressão. “Passei a tomar quatro remédios por dia. Um era para dormir, para conter a ansiedade. Sentia uma dor forte no peito, como se fosse um sufocamento.” Ela igualmente ficava angustiada ao reviver cenas que pensava ter abandonado na infância: ver o marido alcoolizado lhe trazia à memória o pai, o qual agredia a sua mãe por ser, assim como seu esposo, dependente de álcool. “E nosso filho vendo tudo aquilo era horrível”, frisa.
Gesiane se recuperou do acidente, no entanto continuava triste. Certo dia, um domingo, ela recebeu de uma colega de trabalho um arquivo de áudio no celular. Era uma canção evangélica que falava sobre a ressurreição, e a letra chamou sua atenção. “Estava aflita naquele dia quando ouvi a música”, recorda-se. O que escutou a motivou a procurar uma igreja. Então, saiu de carro e, depois de rodar um pouco, avistou um salão com as portas abertas. Logo, notou um cartaz com a foto do Missionário R. R. Soares. “Pensei: É aquele homem que prega de maneira tranquila na TV.” Em seguida, Gesiane entrou, ouviu a Palavra e decidiu aceitar Jesus.
A conversão trouxe transformações imediatas. “Fui curada da depressão e não precisei mais tomar os medicamentos. Só eu sei o lugar escuro onde estava e de onde Deus me tirou. Ele mudou minha trajetória”, emociona-se. Apesar da conversão, ela não se batizou nas águas de imediato. “Antes, eu precisava acertar minha vida. Orei bastante para que Deus tocasse o coração do Wesley, e, em 2013, nós nos casamos. Logo depois, fui batizada.”
Nova vida – O marido, entretanto, não tinha qualquer intenção de se converter ao Evangelho. “Não queria parar de beber”, diz com sinceridade. Um dia, porém, resolveu acompanhar a esposa e o filho, João, na ida à Igreja. O menino iria se apresentar em uma peça referente ao Dia dos Pais. “Deus me tocou e me entreguei ao Senhor”, ressalta Wesley. Isso aconteceu em 2015.
Ele abandonou o vício do álcool, tornou-se patrocinador da obra de Deus, e várias bênçãos na área financeira rapidamente alcançaram o casal. “Conseguimos comprar nosso apartamento”, alegra-se ele. No mesmo ano, a empresa onde Wesley tinha a lanchonete terceirizou também a cozinha, e ele passou a servir 400 refeições por dia. Tempos mais tarde, os dois adquiriram uma casa de campo e montaram um minimercado em Guarulhos (SP). “Acho que, de tudo isso, aprendi algo valioso: não podemos deixar espaço para incertezas. Quando determinamos a nossa bênção, precisamos crer. Ou se tem fé ou se tem dúvida, e nós escolhemos ter fé”, ensina Gesiane, que é obreira na sede regional da Igreja Internacional da Graça de Deus em Osasco (SP).
Outra grande vitória chegou há quase três anos. “Deus falou ao meu coração que teríamos uma menina e até me revelou qual seria o nome dela. Mesmo antes da vinda de minha filha, eu já anunciava que ficaria grávida de uma garotinha chamada Lorena e comprávamos roupinhas de bebê. E, agora, ela está aqui”, comemora a mãe. Para Wesley, aquele antigo homem que bebia diariamente faz parte de um passado remoto. “Não sei como fui daquele jeito. Hoje, nem bebida vendemos em nosso mercado. Vivemos uma nova vida”, conclui ele.