
Minha Resposta – 314
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15/09/2025Visão e idade
O número de pessoas com perda de visão causada pela Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) deve quase triplicar, passando de 8,1 milhões em 2021 para 21,3 milhões até 2050. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica britânica The Lancet Global Health. Como a taxa padronizada por idade [técnica estatística usada para explicar as mudanças na estrutura populacional ao longo do tempo] caiu 5,53% entre 1990 e 2021, é possível supor que o crescimento dos casos está diretamente ligado ao envelhecimento e ao aumento populacional – associado à redução do tabagismo.
A DMRI afeta a mácula – parte do olho responsável pela visão central – e tem como principais fatores de risco a idade (a partir dos 50 anos), a predisposição genética e o histórico familiar. Existem dois tipos da doença: a seca, condição em que a visão central é afetada gradualmente, sem dor, ao longo dos anos (na maioria dos casos, a perda visual é lenta e progressiva), e a úmida, tipo mais grave, que se desenvolve quando vasos sanguíneos anormais crescem sob a retina e a mácula, causando vazamento de fluidos e sangue, o que leva à formação de cicatrizes e perda da visão.
A pesquisa usou como fonte o Global Burden of Diseases (Estudo de Carga Global de Doenças), que reúne dados de 160 nações, incluindo o Brasil. Os autores recomendam que o acesso à saúde seja ampliado, assim como o controle do tabaco, para possibilitar a redução do impacto da DMRI, especialmente em países de baixa e média rendas. (Patrícia Scott com informações de CNN Brasil)
Fim da calvície

Uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), nos Estados Unidos, pode representar um importante avanço no combate à calvície. Os pesquisadores identificaram o potencial da proteína SCUBE3 – molécula produzida naturalmente pelas células da papila dérmica – para reativar o crescimento do cabelo. A papila dérmica (PD) do folículo piloso é um nicho químico e físico para células progenitoras epiteliais que regeneram a porção cíclica do folículo piloso, gerando, assim, a haste capilar.
Durante experimentos feitos em ratos, folículos de couro cabeludo humano foram transplantados nos animais para observar os efeitos diretos dessa molécula. A atuação da SCUBE3 demonstrou resultados muito animadores e acima das expectativas: após aplicações nos enxertos, folículos humanos que estavam inativos passaram a produzir fios novamente. Os cientistas descobriram que a proteína SCUBE3 consegue se comunicar diretamente com as células-mãe do folículo, enviando sinais que estimulam sua multiplicação e a regeneração dos fios.
Esse estudo tem chamado a atenção por apresentar uma abordagem inédita na tentativa de solucionar a perda de cabelo, condição que afeta mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras. A pesquisa pode abrir caminho para o tratamento mais eficaz da alopecia androgenética (a calvície hereditária) – frequente em homens e mulheres. (Cleber Nadalutti com informações de Universidade da Califórnia em Irvine, National Institute of Health e eCycle)
Risco alimentar

Cinco minutos com a Dra. Ekaterini Goudouris
Por Patrícia Scott
Cerca de 6% das crianças e 3,5% dos adultos vivem com algum tipo de alergia alimentar no país, segundo dados do projeto Alergia Alimentar Brasil. Além da predisposição genética, os fatores ambientais — co-mo a vida em centros urbanos e industrializados — contribuem para o surgimento das reações alérgicas que, na infância, tendem a desaparecer entre cinco e sete anos de idade. Nesta entrevista à Graça/Show da Fé, a alergista e pediatra Ekaterini Goudouris, médica do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e à Rede EBSERH, esclarece os principais aspectos desse tema.
Qual é a diferença entre alergia e intolerância alimentar?
A alergia alimentar engloba o sistema imunológico, que reage a proteínas do alimento, podendo causar desde urticária até anafilaxia. Já a intolerância alimentar não afeta o sistema imune, sendo causada por dificuldades na digestão de certos componentes (como a lactose), com sintomas principalmente digestivos.
O que mais causa alergia alimentar em crianças e adultos?
Em crianças, alimentos como leite de vaca, ovo, banana, soja, milho e amendoim. Já nos adultos, as alergias mais comuns envolvem amendoim, castanhas e crustáceos, como o camarão.
Quais são os sintomas da alergia alimentar?
Nas mediadas por IgE – um tipo específico de anticorpo –, surgem rápido e incluem urticária, inchaço e dificuldade para respirar. Nas não mediadas por IgE, os sinais são mais persistentes e abrangem o sistema gastrointestinal (esofagite, colite) e a pele (dermatite atópica).
De que maneira é feito o diagnóstico da alergia alimentar?
Começa com a história clínica, auxiliada por testes de sangue e de pele, especialmente nas alergias mediadas por IgE. O teste de provocação oral (TPO) é mais confiável, realizado sob supervisão médica.
Qual tratamento é indicado?
Evitar o alimento causador. O grau de restrição varia conforme a sensibilidade do paciente. Em casos persistentes ou graves, há protocolos de dessensibilização, que precisam de acompanhamento médico.
Existe algum tratamento alternativo?
Uma abordagem mais recente é manter o alimento na dieta em porção pequena, logo após o diagnóstico, usando o teste de provocação oral de baixa dose para identificar níveis seguros. A proposta é evitar a exclusão total e promover adaptação gradual, mas ela ainda está em fase de validação.