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09/01/2025O número 9: Jerusalém depois de Cristo e sua relação com o Espírito Santo
Neste artigo, continuamos a falar do número 9 com o significado de finalidade e juízo, citando, primeiro, o que diz o teólogo e clérigo anglicano E. W. Bullinger (1837-1913) a respeito dos cercos e das destruições que ocorreram em Jerusalém depois de Cristo – tema abordado pelo autor em seu livro Como entender y explicar los números de la Bíblia (Editorial Clie, Barcelona, Espanha, 1990):
– Pelo imperador romano Tito Flávio César Vespasiano Augusto (39-81), no ano 70, quando a conquista de Jerusalém foi total. Tito foi enviado para sufocar uma rebelião na Judeia, e, após a tomada de Jerusalém, as tropas romanas da décima legião incendiaram o Segundo Templo e deportaram os habitantes como escravos. E, durante os 50 anos seguintes, a cidade desapareceu da História.
– Os romanos voltaram a sitiar as ruínas da cidade em 135, contra o falso messias Bar-Kochba, que havia tomado posse das ruínas. O imperador Adriano (76-138) mudou o nome da Judeia, passando a chamá-la de Síria Filisteia (de onde veio a palavra palestina) e também mudou o nome de Jerusalém para Aelia Capitolina (Capital do Sol). Adriano também levantou um templo a Júpiter, e, no lugar do Santo dos Santos, o imperador colocou uma estátua dele próprio. Durante os 200 anos seguintes, a cidade sumiu, não sendo permitido a nenhum judeu aproximar-se das suas ruínas. Jesus previu esse cerco em Lucas 19.43,44 (Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas, e te derribarão, a ti e a teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.) e em Lucas 21.23,24 (Mas ai das grávidas e das que criarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira sobre este povo. E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem).
Foto: GDK / Wikimedia Commons
– Depois de 400 anos da chamada colonização cristã, Cosroes I (501-579), xá do Império Sassânida (da Pérsia), assolou Jerusalém por volta de 559. Milhares de pessoas foram mortas, e a igreja do Santo Sepulcro foi destruída. O imperador romano Heráclio (575-641) recuperou todos os territórios perdidos e concluiu a paz com os sassânidas de 628 a 630, restaurando a cidade e a igreja.
– O califa Omar sitiou a cidade em 636-637 contra Heráclio. Encontrou uma pequena resistência seguida de uma capitulação em termos honrosos, e, dessa forma, a cidade passou para as mãos dos turcos.
– Afdal, vizir do califa do Egito, sitiou as duas facções rivais dos muçulmanos e saqueou a cidade em 1098.
– Em 1099, Jerusalém foi assediada pelo exército da primeira cruzada.
– Em 1187, a cidade foi assediada pelo chefe militar curdo muçulmano Saladino (1138-1193) durante sete semanas.
– Em 1233, as selvagens hordas jarasminas capturaram e saquearam a cidade, matando monges e sacerdotes.
Grande vitória – Em 1917, o exército inglês, sob o comando de Edmund Allemby (1861-1936), tomou Jerusalém sem sitiá-la, em resposta à oração. Os soldados turcos, ao verem os aviões britânicos sobrevoando a cidade, abandonaram-na e fugiram assustados. Allemby, que não queria um banho de sangue na Cidade Santa, aproximou-se de uma das portas, desceu do seu animal, tirou o chapéu e tomou posse da cidade sem dar um tiro sequer. Cumpria-se a promessa de Isaías 31.5: Como as aves voam, assim o SENHOR dos Exércitos amparará a Jerusalém; ele a amparará, e a livrará, e, passando, a salvará.
Não podemos deixar de creditar parte do mérito dessa grande vitória a outro famoso britânico, Thomas Edward Lawrence (1888-1935), mais conhecido como Lawrence da Arábia, que conseguiu avançar pelo longo e inóspito deserto árabe à frente de milhares de beduínos e, assim, surpreender pelos lados os turcos postados junto ao mar Vermelho com seus canhões apontando para o único caminho de acesso à Palestina.
É importante salientar que o 7º cerco (2 Cr 32), o 14º (Dn 9) e o 21º (Lc 19.43,44), sempre em uma escala de sete (7, 2 x 7 e 3 x 7), ocorreram em cumprimento a profecias. O último assédio que a cidade sofrerá ao final da Grande Tribulação também ocorrerá mediante cumprimento profético (Zc 14) e será o de número 28 (4 x 7). Vale a pena observar que, nos cercos 10º e 20º, que marcam um ciclo completo, o Templo foi destruído, seguindo-se um período de 50 anos de silêncio.
O número 9 e o Espírito Santo – Sendo 9 o quadrado de 3, e sendo 3 o número peculiar do Espírito Santo, percebemos que aquele número também denota finalidade em coisas divinas. Assim, o fruto do Espírito (Gl 5.22) tem nove graças: (1) amor, (2) gozo, (3) paz, (4) longanimidade, (5) benignidade, (6) bondade, (7) fé, (8) mansidão e (9) temperança. O mesmo ocorre em relação aos dons espirituais, descritos por Paulo em 1 Coríntios 12.8-10, que são nove: (1) palavra da sabedoria, (2) palavra da ciência, (3) fé, ( 4) dons de curar, (5) operação de maravilhas, (6) profecia, (7) discernimento de espíritos, (8) variedade de línguas e (9) interpretação das línguas.
Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com