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Diagnosticada com endometriose, dona de casa consegue ser mãe depois de diversas tentativas
Por Evandro Teixeira
Assim que se casam, a maioria dos casais jovens não tem pressa para aumentar a família. Foi o que aconteceu com a dona de casa Tamires Santana Blumer Rigoldi, hoje com 30 anos, e o assessor de investimentos Guilherme Rigoldi, 32. Membros da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) no Leme (SP), interior paulista, eles oficiliazaram a união em 2017, mas só decidiram que teriam o primeiro filho em 2021. Apesar de estarem empolgados com a ideia, Tamires e Guilherme sabiam que um fator poderia impedir a realização desse sonho: em 2020, ela havia sido diagnosticada com endometriose, doença inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, causando sangramento, podendo levar à infertilidade.
Tamires já desconfiava de que teria esse problema, pois percebia alguns sinais, como ciclo menstrual irregular e cólicas contínuas. Após alguns exames, a suspeita foi confirmada. Mesmo diante desse quadro, o casal permanecia confiante de que ela, ao parar de tomar anticoncepcional, engravidaria. Pouco tempo depois desse diagnóstico, ao perceber sinais de que poderia estar grávida, ela ficou muito esperançosa, mas era apenas um alarme falso – algo que voltaria a acontecer outras vezes. Tanto Tamires quanto o esposo passou a viver uma montanha-russa de emoções.
Depois de muitas provas negativas, a ginecologista sugeriu que Guilherme também se submetesse a alguns exames. Já no primeiro teste, foi levantada a hipótese de ele apresentar varicocele, dilatação anormal das veias testiculares que pode causar esterilidade masculina. Essa notícia deixou o casal um pouco desanimado. Na ocasião, Tamires questionou o Senhor se ela desfrutaria da bênção da maternidade. Mas, mesmo assim, em seu íntimo, acreditava que Deus lhe daria essa dádiva, como concedeu a Sara e Ana – mulheres da Bíblia as quais passaram por provações para se tornarem mães.
Ao longo do tempo, além dessas conversas com Deus, durante os cultos, Tamires sempre ia à frente quando o pastor orava pelas mulheres que desejavam a maternidade. Também, com o esposo, pôs a questão no Projeto de Vida em dezembro de 2021. Ela conta que assistiu a muitas pregações que falaram profundamente ao seu coração, dando-lhe a certeza de que Deus estava acompanhando aquela luta. Um desses “recados” do Senhor veio durante uma reunião do ministério Mulheres Que Vencem (MQV) em sua cidade. No auge da frustração de ter realizado tantos testes de gravidez com resultado negativo, ela sentiu o cuidado do Pai celestial durante a ministração da Palavra, com base em Isaías 54.1,3: Canta alegremente, ó estéril que não deste à luz! Exulta de prazer com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto! Porque mais são os filhos da solitária do que os filhos da casada, diz o SENHOR. Porque trasbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas.
Teste de fé – Vários meses se passaram, até que, em dezembro de 2022, Tamires apresentou, novamente, sintomas de gravidez. A princípio, ela pensou ser mais um alarme falso. Até chegou a ficar um pouco empolgada, mas não quis fazer o teste. “Mais um resultado negativo iria me deixar mais frustrada e desanimada”, pensou, na ocasião. No entanto, após dez dias, seu ciclo menstrual continuou atrasado, e, por isso, a dona de casa considerou a possibilidade de o resultado ser positivo. “Ao mesmo tempo que pensava estar grávida, ainda tinha medo de criar uma falsa expectativa”, recorda-se.
Havia chances de aquele atraso ser sintoma da endometriose. Além disso, ela não se achava merecedora de ter sido atendida pelo Senhor em tão pouco tempo, ao se lembrar de que Sara só conseguiu ser mãe com idade avançada (Gn 21.2-7). Desse modo, Tamires começou a orar pedindo a Deus um sinal de que estava mesmo grávida. “Se não for verdade, que meu ciclo menstrual se normalize”, orou.
Segundo a dona de casa, faltou-lhe fé naquele momento. E, por isso, pediu ao Senhor que a ajudasse a vencer a incredulidade e entender que o milagre estava nas mãos dEle. Em seguida, em busca de uma resposta, leu o texto de Romanos 3.3: Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? Porém, ela não entendeu o que o Altíssimo estava lhe dizendo.
No entanto, algum tempo depois, devido à persistência dos sintomas de que uma gestação estava em curso, Tamires decidiu fazer o teste, obtendo resultado positivo. Naquele momento, ela compreendeu o texto de Romanos 3.3. “Mesmo incrédula, o Senhor foi fiel a mim.” Nessa ocasião, Guilherme estava prestes a fazer novos exames a fim de confirmar a varicocele, mas eles não foram necessários. Quando faltava pouco para completarem seis anos de casamento, nasceu a pequena Laura em julho de 2023. A espera pela chegada da bebê foi uma grande prova de fé para seus pais. Mas hoje, com a filha nos braços, ambos vivem a alegria da bênção recebida. Para alguns, observa a dona de casa, ser mãe não é tão importante. “Mas só quem vive a expectativa sabe a dimensão do milagre”, alegra-se.