Veneração ao erro
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Brasileiros creem mais em Deus, porém necessitam de uma comunhão profunda com Ele
Por Ana Cleide Pacheco
No final do século 19, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) afirmou: Deus está morto, e nós o matamos. Com essa presunçosa frase, o pensador ateu queria dizer que o desenvolvimento da ciência – e o surgimento de uma sociedade cada vez mais secularizada – condenaria à morte a visão de mundo ocidental, cuja base estava fincada na Palavra.
O século 20 trouxe inovações tecnológicas, e algumas sociedades se afastaram mesmo dos princípios cristãos, especialmente na Europa Ocidental. No entanto, a fé no Deus capaz de agir em favor daqueles que O buscam não desapareceu. Em muitos lugares, essa crença se mantém firme, como é o caso do Brasil, que está entre as nações mais religiosas do mundo.
De acordo com o levantamento Global Religion2023, realizado pela Ipsos, empresa multinacional de pesquisa e consultoria de mercado, 89% dos brasileiros creem que Deus existe. Percentual muito superior à média mundial (61%). O Brasil ficou em primeiro lugar na sondagem realizada em 26 países, apresentando a maior taxa de respondentes crentes no Altíssimo. A nação se destacou em relação às demais também em outro quesito: quase 90% dos entrevistados afirmaram que a crença no Todo-Poderoso lhes permite superar os desafios da vida, enquanto a média global foi de 76%.
A Bíblia afirma que crer é fundamental para se conectar com o Criador, pois sem fé é impossível agradar-lhe (Hb 11.6), mas declara que não basta acreditar. É preciso preservar a comunhão com Ele e viver conforme a Sua vontade, seguindo os Seus ensinamentos. As Escrituras também garantem que tesouros ainda mais preciosos estão reservados àqueles que se entregam ao Altíssimo e decidem viver pela fé.
O problema é que, por causa do pecado, o homem perdeu a capacidade de cumprir os propósitos de Deus. Para que fosse restabelecida a comunhão entre Ele e os seres humanos, Jesus foi enviado para morrer em lugar da humanidade caída. Desse modo, o Salvador mostrou ao pecador um novo e vivo caminho até o Pai (Hb 10.20), por meio do novo nascimento em Cristo (1 Pe 1.23), capacitando-o a andar em retidão e santidade diante do Senhor (1 Co 6.11). Em seu livro Bênçãos do outono 2024 (Graça Editorial), o Missionário R. R. Soares fala a respeito desse tema: O processo de salvação do ser humano é mais perfeito do que os mecanismos do homem para atribuir filiação a alguém. Para ser gerada de novo em Cristo Jesus, a pessoa passa por uma obra completa de transformação realizada pelo próprio Pai (Ef 2.4-10). Não há como alguém ser salvo de qualquer maneira, porque há uma “engenharia” feita somente pelo Altíssimo dando rumo à perfeição (p. 139).
Na mesma obra, o autor enfatiza que, além de crer na existência de Deus, é necessário que o servo adote um estilo de vida centrado na prevalência da vontade dEle e na luta contra o pecado. De uma coisa podemos estar certos: Deus é fiel o tempo todo (2 Tm 2.13). O seguidor de Cristo deve fazer a sua parte em relação à fidelidade ao Senhor e aos Seus mandamentos (p. 116), escreve R. R. Soares. Os evangelhos registram palavras do próprio Jesus a esse respeito: Se me amardes, guardareis os meus mandamentos (Jo 14.15). Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (Mt 7.21).
Vida de obediência – Com base no princípio da fé em Cristo e da fidelidade à Palavra, a securitária Fernanda Corrêa Bessa de Sá, 37 anos, membro da Assembleia de Deus Betel de São Miguel, em São Gonçalo (RJ), rejeita a ideia de uma religiosidade vazia, longe da vontade plena do Criador para o ser humano. “O Senhor nos enviou Jesus, nosso modelo a ser seguido, e sabemos que ninguém chega ao Pai sem passar pelo Filho. Ele é o Verbo que Se fez carne (Jo 1.14). Por isso, se buscarmos viver como Cristo viveu, seguiremos uma vida de oração que reforçará nossa intimidade com Deus.”
Segundo Fernanda de Sá, quem deseja fazer a vontade do Altíssimo não apenas com palavras, mas também com ações, deve ter uma vida de obediência, enriquecida pela oração e pelo jejum. “Precisamos estabelecer essas disciplinas espirituais, a fim de fortalecer o nosso espírito, lendo a Bíblia, o nosso manual de fé e prática. Afinal, sem esses elementos diários, o cristão não consegue preservar uma fé genuína em Deus”, ensina.
A estudante Deborah Vieira de Queiroz, 18 anos, da Igreja Batista Lagoinha em Niterói (RJ), lembra que as disciplinas espirituais são indispensáveis para quem deseja servir ao Senhor de todo o coração. “Penso ser importante alimentarmos nosso espírito com o jejum, a oração e a leitura da Palavra. Caso contrário, estaremos suscetíveis a erros e mais propensos a cair.” Ela defende que, ao nutrirmos nosso espírito, experimentaremos o que promete o apóstolo Tiago: Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg 4.7).
O faxineiro Marcelo Luiz Pereira, 25 anos, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Congregação Ebenézer, em Olaria, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), concorda que o jejum e a oração são essenciais para que o crente desenvolva uma vida de comunhão com o Altíssimo. “Deus desempenha um papel de extrema importância no dia a dia do ser humano. Por isso, essas são ações cruciais, para que consigamos matar nosso ‘eu’ carnal e fortalecer nosso lado espiritual, além de estreitarmos nossa ligação com Ele.”
Azeite e lamparina – O Pr. Felipe Ventura Correa, 34 anos, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) na Freguesia, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), afirma que os conhecedores da Palavra entendem bem a necessidade de manter uma rotina de oração para conquistar uma comunhão desejável com o Pai. “O texto de Mateus 25.1-13 apresenta as dez virgens: cinco loucas e cinco prudentes. As loucas são as que não se preocuparam com os assuntos de Deus. Já as prudentes são as que se encheram da Palavra e dos ensinamentos de Jesus Cristo”, ressalta Correa.
De acordo com o ministro, o segundo grupo representa as pessoas que se ocupam em buscar a unção do Altíssimo e não deixam suas lamparinas se apagarem, pois têm azeite de sobra. O líder lembra que o azeite está relacionado à unção: “É o combustível da lamparina”, explica o Pr. Felipe, destacando que, quando o Noivo chegar, quem tiver esse óleo estará preparado para entrar nas Bodas do Cordeiro. “Ele voltará para levar a Sua Noiva, a Igreja. Os que guardaram a unção, mantendo a luz de Deus acesa em sua vida, serão salvos e levados por Cristo para a eternidade.” Por outro lado, o pregador salienta que os meros religiosos, ou quem apenas ouviu falar de Jesus, mas não buscou a comunhão com Ele, ficarão nas trevas. “Por isso, bem-aventurado aquele que crê e busca a presença do Senhor”, celebra o líder, citando o Salmo 128.2b (ARA): Feliz serás, e tudo te irá bem.
A pedagoga Angélica Macedo Silva da Annunciação, 53 anos, membro da Assembleia de Deus Vitória em Cristo em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), acrescenta que o homem deseja encontrar um sentido para sua existência, algo impossível de ser alcançado longe do Salvador. “Muitos buscam o Senhor por um significado e um propósito; por necessidade de orientação e apoio em momentos difíceis, ou ainda em busca de uma conexão mais profunda”, enumera.
A especialista lembra que Deus criou o homem para ter um bom relacionamento com Ele, mas essa ligação foi interrompida pelo pecado. Por intermédio de Cristo, restaurou-se o caminho para o Alto. “Ele nos vivificou, reconectou-nos. Fomos enxertados na Videira para restaurar uma união saudável”, esclarece a pedagoga, indicando que é preciso seguir a orientação do profeta Oseias: Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra (Os 6.3).
Considerando as passagens e as opiniões expostas nesta reportagem, a resposta à pretensiosa frase do filósofo Nietzsche acerca da morte de Deus é dupla. Do próprio Jesus, ao falar da vinda do Filho do Homem: O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar (Mt 24.35). E do profeta Jeremias: Mas o Senhor Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação (Jr 10.10). Como indica a sondagem da empresa multinacional de pesquisa e consultoria, Ipsos, não seria exagero dizer que o Brasil é a prova de que o pensador ateu estava equivocado.
1 Comment
Realmente pregador e os cantores gospel estão protegidos com a mão do Senhor Jesus Cristo em sua jornada de vida de um homem que Deus quer usar ninguém impede .E o Louvor da Harpa Cristã da CCB é lindo demais e passa a mensagem de que Deus está presente em nossas vidas e orações.