Família – 269
01/12/2021Carta do Pastor à ovelha – 271
01/02/2022Ouvido quanto ao que temia
O qual [Jesus], nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia (Hebreus 5.7).
Tudo o que diz respeito ao Senhor Jesus é tesouro precioso, que nos fará muito bem se estudarmos as revelações das Escrituras a respeito dEle. Desta vez, veremos que Sua vida de oração é lição que jamais podemos desprezar. Há uma razão de não conseguirmos resolver nossos problemas sozinhos, e ela se encontra neste versículo, o qual é o tema que o Altíssimo nos deu para este mês: Ele foi ouvido quanto ao que temia!
O Filho de Deus veio para nos ensinar o caminho a seguir, a fim de obtermos vitórias. Ele sabia que poderia prevalecer em oração, segundo o querer do Pai (Mt 26.42). Dentro dessa vontade, a qual teria de cumprir, havia algo que O fazia tremer, a saber, aquilo que Lhe poderia acontecer em Sua morte e ida para o mundo dos mortos. Porém, sem deixar de dar o sim à missão a ser completada, Ele Se pôs a orar para a natureza do diabo não O envolver quando morresse espiritualmente, por ser separado de Deus no momento em que os pecados da humanidade fossem colocados sobre Ele. O Senhor foi ouvido quanto a isso!
O Filho de Deus veio para nos ensinar o caminho a seguir, a fim de obtermos vitórias. Ele sabia que poderia prevalecer em oração, segundo o querer do Pai (Mt 26.42)
Ele é um com o Pai desde o início da criação, sendo, portanto, também Deus (Jo 1.1). Ao vir ao mundo, o Rei dos reis Se despiu das Suas prerrogativas divinas e nasceu como qualquer um de nós: Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens (Fp 2.7). Aniquilar-se é se esvaziar ao máximo, praticamente se destruir, e isso Ele fez em Si mesmo, ao tomar a forma de servo e assumir plenamente as implicações de tornar-Se um ser humano (Jo 1.14). A partir disso, ao enfrentar a terrível morte na cruz, Ele Se arriscava a ver a natureza do inimigo entrando nEle, pois, como um mortal, estaria nas mãos do maligno.
Parecia ser Seu fim, porém, diante dessa possibilidade, nos dias da Sua carne, isto é, durante Sua vida como homem, começou a oferecer, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas (pequenas orações) ao Pai, que poderia livrá-Lo dessa morte, e foi ouvido quanto ao que temia. O verbo temer, aqui, é o mesmo usado na expressão temer a Deus. Sendo assim, não se trata de medo ou pavor, mas temor reverente e submisso diante da vontade expressa do Pai.
Isso nos ensina a nunca deixar que algo ruim nos contamine, quando andarmos pelo vale da sombra da morte e formos tentados pelo inimigo (Sl 23.4). Assim como Enoque, que andou com Deus e não foi mais visto, porque Deus o tomou para Si, nós podemos vencer as adversidades iminentes e fazer as orações e súplicas, a fim de o Senhor nos guardar de grandes prejuízos (Gn 5.21-24).
ANIQUILADO POR SI MESMO – Jesus já não podia Se guardar a Si mesmo, pois, após ter tomado a culpa da nossa iniquidade na cruz, o Pai Se desligou dEle. O Messias era totalmente inocente, porém pagou, como homem, por todo o nosso pecado (Is 53.1-8). Mesmo fragilizado como estava, não poderia aceitar a contaminação de Sua natureza santa, com a entrada do maligno nEle. Por isso, o Salvador voltou a oferecer, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas a Quem O poderia livrar da morte. Ora, se sabemos o que pode nos ocorrer em momentos de tentações ou tribulações, devemos imitar o Filho de Deus e, assim, evitar o que nos poderá prejudicar pela eternidade, caso pratiquemos algum erro. Afinal, somos novas criaturas, por isso é necessário guardar o que temos (Ap 3.11).
O novo nascimento é real e ocorre quando aceitamos Jesus como Salvador, arrependendo-nos dos nossos erros, sendo batizados nas águas e, por Jesus Cristo, no Espírito Santo (At 2.38). Desse modo, nada mais nos falta. Entretanto, ao passarmos pelas duras provas por meio das quais mostraremos quem somos em Cristo, não poderemos nos contaminar. Por isso, devemos oferecer os nossos pedidos em forma de oração e súplicas ao Pai, pois Ele é poderoso para nos guardar de quaisquer ações de Satanás. Nenhuma oferta do diabo deve ser aceita; se o mal reger nosso novo homem, recriado em Jesus, para andar nas boas obras que Ele, de antemão, já preparou para os Seus amados, sofreremos prejuízos eternos (Ef 2.10; 4.24).
Por isso, devemos oferecer os nossos pedidos em forma de oração e súplicas ao Pai, pois Ele é poderoso para nos guardar de quaisquer ações de Satanás
ORAÇÕES E SÚPLICAS – Senhor sabe guardar os Seus, basta O procurarem (Dt 7.9; Sl 97.10). Na verdade, antes mesmo de um salvo enfrentar tribulações, o Altíssimo lhe mostra a necessidade de oferecer orações e súplicas para se livrar das armadilhas do mal. Mas, por incrível que pareça, muitos se igualam a Sansão, que não atendia aos conselhos dos pais e se deixava levar pelas tentações. Esse grande herói de Israel veio ao mundo para livrar o Seu povo das investidas dos filisteus, povo que sempre aterrorizava os israelitas. Porém, quando começou a usar sua força contra aqueles inimigos, passou a se sentir forte o suficiente, a ponto de achar possível brincar com fogo sem se queimar, mas se queimou! (Jz 13-16).
Jesus veio como homem. Ele conhecia e falava do Pai pelo que as Escrituras diziam, por isso não Se deixou levar por nenhuma tentação. Em toda prova, mostrou a importância das revelações divinas (Lc 4.1-13). Se o cristão de hoje quiser vencer as tentações, deve fazer igual ao Mestre, o qual nos ensinou a andar de modo vitorioso, sendo exemplo de como devemos proceder. Ele disse: Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13.15). Ele Se fez semelhante a nós, para os salvos entenderem que, na salvação, fomos recriados nEle: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10).
Quando algo maligno nos ameaça, na mesma hora, temos de fazer orações e súplicas a Deus, para sermos livres de qualquer contaminação. Se a tentação aumentar e você perceber uma iminente queda, recue e comece a buscar mais a ajuda divina. Não deixe o pecado ser uma mancha em sua vida; ao ser tentado, você ainda não pecou. Se orar ao Pai e crer nEle, sairá dessa tribulação sem ser contaminado (1 Co 10.13). Quem estiver firme na fé e no amor divino jamais retrocederá ou se entregará à tentação (1 Jo 5.18). Deus livra quem é sincero e confia em Sua Palavra (2 Pe 2.9).
Quando a situação parecer estar fora do controle, Deus irá ajudá-lo como ajudou Seu Filho na hora em que o Messias enfrentou a morte na cruz, foi ao Inferno e lá venceu Satanás e os demônios
O EXEMPLO DE JOSÉ – José tinha tudo para não ser bem-sucedido (Gn 37-41). Invejado pelos seus irmãos, foi lançado em uma cova, onde morreria se ninguém o tirasse de lá. Quando passavam mercadores midianitas, eles o tiraram da cova e o venderam aos ismaelitas, os quais o levaram ao Egito também para ser vendido como escravo. Ele foi comprado por Potifar, eunuco e general do exército de faraó. A mulher desse general tentou seduzir José, porém ele não pecou contra Deus. Mas, certo dia, ao ir à casa de Potifar, não havia ninguém lá a não ser a esposa do seu senhor: E ela lhe pegou pela sua veste, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua veste na mão dela, e fugiu, e saiu para fora (Gn 39.12). Então, aquela mulher, cheia de ira, acusou-o de estupro, usando a roupa dele como prova. Por causa dessa mentira, colocaram José no cárcere.
Se José tivesse sido fraco, teria se envolvido com ela e poderia ter tido uma vida “tranquila”, mas se perderia eternamente (1 Co 6.9,10). Ele tudo sofreu por amor ao Senhor e, quando saiu da cadeia, tornou-se o primeiro-ministro daquele reino, o maior do mundo naqueles dias. Se você cair na mão do diabo, perderá a felicidade eterna. Mas, se resistir ao diabo, será recompensado no último dia, com a coroa da justiça, segundo declarou o apóstolo Paulo, o qual havia combatido o bom combate, acabado a carreira e guardado a fé: Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda (2 Tm 4.8).
Não se desespere com as tentações e provações em seu caminho. As grandes vitórias somente vêm após grandes lutas. Ao entender que, na Sua morte, poderia Se tornar impuro com a natureza do diabo, Jesus oferecia orações e súplicas ao Pai, com grande clamor e com lágrimas. Quando a situação parecer estar fora do controle, Deus irá ajudá-lo como ajudou Seu Filho na hora em que o Messias enfrentou a morte na cruz, foi ao Inferno e lá venceu Satanás e os demônios, despojando-os da autoridade que haviam roubado do homem e com a qual eles atacavam a humanidade: E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo (Cl 2.15).
Cumpra as condições reveladas nas Escrituras, pois, havendo pecado escondido ou não confessado, você não será atendido (Sl 66.18). O Mestre foi ouvido pelo Pai, e nós também o seremos se formos fiéis no cumprimento das condições reveladas por meio da Palavra
O Todo-Poderoso promete responder todas as vezes que clamarmos a Ele com fé, anunciando maiores bênçãos: Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes (Jr 33.3). Com essa promessa, o Senhor nos ensina o que deve ser feito em nossos momentos de tentações, pois Ele nos ouvirá e nos atenderá (Sl 3.4; 4.3). Não ore como se o Altíssimo fosse obrigado a nos responder, mas, como um filho amado que confia no Senhor.
O Salvador fazia o Seu grande clamor chegar às lágrimas. Nós costumamos orar poucos minutos e contamos a Deus tudo aquilo de que precisamos, mas, muitas vezes, nem examinamos se estamos em verdadeira comunhão com Ele. Achar que o Senhor tem de nos ouvir a qualquer hora é errar completamente. Ele prometeu ouvir, mas, também, declarou que nossos pecados encobrem o Seu rosto para que não nos ouça (Is 59.1,2). Cumpra as condições reveladas nas Escrituras, pois, havendo pecado escondido ou não confessado, você não será atendido (Sl 66.18). O Mestre foi ouvido pelo Pai, e nós também o seremos se formos fiéis no cumprimento das condições reveladas por meio da Palavra. Deus não tem defeito algum!
Orar de verdade deve ser precedido por uma contrição do nosso espírito sobre as promessas, até sentirmos que o Pai celeste quer nos ouvir (Ec 5.1,2). Então, se orarmos com fé, a resposta virá prontamente. Nunca imite os atores espirituais, os quais oram como se fossem de outro mundo, achando possível enganar o Senhor. Os atores fazem isso por profissão, e não com o coração sincero.
O exemplo do Salvador deve ser seguido à risca, pois, se isso não fosse para ser imitado, não seria colocado no Manual da Vida (2 Tm 3.15-17). Nenhuma desculpa será aceita para o fracasso de quem não toma o exemplo do Mestre. Ao sentir o avanço das tribulações e a possibilidade de você cair em pecado ou ter uma doença, ofereça a Deus orações e súplicas com grande clamor. Ele é o Único capaz de livrá-lo das garras de Satanás (Sl 18.48), porque o Altíssimo o atenderá em suas necessidades. Jesus entendia que precisava estar sem contaminação alguma, e muita gente deve se tornar servo sem mancha, à feitura do Mestre. Clame incessantemente, a fim de não cair nas mãos do diabo. Dessa forma, o Senhor ouve Seus filhos. O que você fará?
Em Cristo, com amor,
R. R. Soares