Medicina e Saúde – 276
01/07/2022Telescópio – 277
08/08/2022Desequilíbrio ósseo
A osteoporose é uma doença que afeta cerca de dez milhões de pessoas no Brasil (quase 5% da população nacional), de acordo com a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO). Essa enfermidade – mais comum em mulheres acima dos 40 anos – caracteriza-se pela perda progressiva do tecido ósseo, a qual deixa os ossos porosos e, portanto, frágeis e sujeitos a fraturas.
O esqueleto humano se desgasta, mas se renova constantemente por meio de um mecanismo complexo. Para haver a renovação, é necessária a ingestão do cálcio por meio da alimentação. A cada três meses, 10% do esqueleto humano é renovado. A osteoporose ocorre justamente quando há um desequilíbrio entre o desgaste e a renovação.
Segundo os especialistas, os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse problema são a predisposição genética, o envelhecimento, uma dieta pobre em cálcio, o sedentarismo, o abuso de álcool, o tabagismo, a menopausa, o uso abusivo de remédios à base de corticoides, a diabetes e as disfunções na tireoide. O tratamento visa aumentar a ingestão de cálcio e fazer a suplementação de vitamina D. (Élidi Miranda, com informações de Veja Saúde)
Mortes evitáveis
O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, e, destas, cerca de 7 milhões resultam do uso direto do cigarro. O restante decorre do chamado fumo passivo, quando o indivíduo não é fumante, mas está permanentemente exposto à fumaça. O câncer está entre as principais doenças provocadas pelo tabagismo. De acordo com a OMS, há mais de 10 tipos de tumores: bexiga; pâncreas; fígado; colo do útero; cavidade oral (boca); esôfago; laringe (cordas vocais); faringe (pescoço); traqueia, brônquios e pulmão; estômago; pelve renal e ureter; cólon e reto. Outras mazelas letais também estão relacionadas ao cigarro, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Os dados do Ministério da Saúde demostram que o fumo – inclusive passivo – é responsável por 85% dos óbitos. Além disso, o tabagismo contribui para o desenvolvimento de outras infecções respiratórias e de enfermidades, como tuberculose, úlcera gastrintestinal (péptica), impotência sexual, infertilidade e catarata. (Élidi Miranda, com informações de Saúde Business e Instituto Nacional do Câncer – Inca)
Extremamente grave
Cinco minutos com o Dr. Fábio Rossi
POR ÉLIDI MIRANDA
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é uma doença grave e muito prevalente. É a segunda causa de morte em países ocidentais, ficando atrás apenas do infarto agudo do miocárdio. Nesta entrevista, o médico Fábio Rossi, presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular
(SBAC/SP), explica essa condição tão recorrente.
Como acontece o AVC?
Pela falta de perfusão [fluxo] sanguínea dos neurônios, que são as células cerebrais. Ocorre quando existe um entupimento da artéria carótida ou de seus ramos intracerebrais, ou quando existe um rompimento dessas artérias, como aquele que ocorre na presença de um aneurisma.
Quais são os tipos de AVC?
Existe o AVC isquêmico, o tipo mais comum. É causado pelo entupimento de vasos cerebrais. Em geral, ocorre em idosos e está relacionado à presença de aterosclerose, que são placas de gordura que se acumulam no interior das artérias carótidas, ou por trombos ou coágulos, que se acumulam no interior do coração, principalmente na presença de arritmia cardíaca. Pequenas placas de gordura ou coágulos podem migrar por meio da corrente sanguínea e atingir e entupir as artérias cerebrais.
Há também o AVC hemorrágico, o qual ocorre quando uma artéria cerebral se rompe (derrama sangue) e, da mesma forma, quando é interrompida a chegada de sangue aos neurônios. Pode acometer indivíduos mais jovens, hipertensos e portadores de aneurismas cerebrais. Na maioria das vezes, os aneurismas são provocados pela pressão arterial muito alta e descontrolada. Raramente, possuem causas congênitas.
Quais são os fatores de risco para a ocorrência de um AVC?
Os fatores de risco são a hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, diabetes mellitus, colesterol alto, sedentarismo e a história de malformações e de aneurismas cerebrais, no caso do AVC hemorrágico.
Como identificar o início de um AVC?
Nos casos mais graves, que cursam com déficit motor, como paralisia facial ou de membros, é muito fácil identificá-lo. Nos casos em que não existam sintomas tão exuberantes, uma dica é usar a palavra mnemônica SAMU (sorrir, abraçar, cantar uma música). Se uma das três tarefas estiver alterada, deve-se imediatamente encaminhar o paciente a um serviço de emergência. Quanto mais precoce o tratamento, menores são os riscos de sequelas.
É possível evitar o problema?
O mais importante é manter uma alimentação saudável, fazer exercícios físicos, evitar o excesso de peso e controlar os fatores de risco anteriormente citados. Nos pacientes que possuem esses fatores, é necessário o controle medicamentoso e o acompanhamento médico, além da realização de exames complementares, como o Eco Doppler de carótidas, para identificar a presença de placas ateroscleróticas nessa artéria e estudar suas características. Outro método é fazer o eletrocardiograma e o ecocardiograma, caso haja suspeita de arritmia cardíaca e a presença de trombos intracardíacos.