Jornal das Boas-Novas – 253
01/08/2020
Medicina e Saúde – 254
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Fortalecendo o organismo

Foto: Francisco Andreotti / Unsplash

A vitamina D, que é um hormônio, desempenha diversas funções, entre as quais, o bom funcionamento do sistema imunológico. Em meio à pandemia do coronavírus, esse papel antiviral despertou a atenção de vários cientistas, como a de um grupo de pesquisadores da Universidade de Turim, na Itália. Em março de 2020, eles observaram a associação entre níveis baixos de vitamina D no sangue em pessoas que apresentaram agravamento dos sintomas da covid-19. A vitamina contribui para bloquear a multiplicação do vírus na célula infectada, evitando que ele se espalhe, agravando a doença.

Desde a década de 1980, a população mundial tem diminuído gradativamente seu tempo de exposição aos raios solares, em parte devido às campanhas contra o câncer de pele. Os cuidados são necessários, no entanto tomar sol, de maneira moderada, é essencial. Em geral, 20 minutos diários são suficientes – desde que braços e pernas estejam expostos – para o corpo repor as reservas desse hormônio. (Élidi Miranda, com informações de Conteúdo Comunicação)


Vacinação necessária

Foto: Arte sobre foto de CDC / Unsplash

O novo coronavírus desviou a atenção da população para outras patologias infecciosas que estão sucedendo no Brasil. Uma delas é o sarampo, um vírus que pertence ao gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae, transmitido quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de sujeitos sãos. As principais manifestações são febre, tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e intenso mal-estar. Por volta do terceiro ao quinto dia, é comum o surgimento de manchas vermelhas que se espalham pelo corpo. A persistência da febre pode indicar a piora da doença, principalmente nos pequeninos, menores de cinco anos.

O sarampo pode ser fatal, e a vacinação é a única maneira de evitá-lo. O imunizante está disponível no sistema público de saúde para crianças e adultos. Bebês de 6 a 15 meses recebem três doses. Para aqueles que têm de 1 a 29 anos e não sabem ao certo se tomaram a vacina, o Ministério da Saúde recomenda duas doses. Para indivíduos de 30 a 59 anos que desconhecem se foram vacinados, uma dose é suficiente. (Élidi Miranda, com informações do Ministério da Saúde)


Órgãos protetores

Foto: Divulgação

Cinco minutos com o Dr. Andy Vicente

Por Élidi Miranda

As amígdalas são órgãos estrategicamente localizados na região entre a boca e faringe e têm função imunológica. Muitas vezes, porém, estão sujeitas a inflamações. Nesta entrevista, o otorrinolaringologista Andy Vicente, da rede CEMA, em São Paulo, explica por que precisamos cuidar delas, as quais são extremamente importantes para o corpo humano.

A amigdalite é um problema comum, principalmente em crianças. Que agentes podem provocar essa inflamação?

Cerca de 30% dos quadros de dor na garganta podem ter como origem alergias, refluxo gastroesofágico, irritação provocada por fumaça de cigarro ou álcool, ressecamento da mucosa em quem dorme de boca aberta, frio e baixa umidade do ar, uso excessivo da voz e, mais raramente, tumores da laringe ou orofaringe. Entre as causas infecciosas, as virais correspondem a 50% dos casos. Já os quadros bacterianos correspondem a 20% deles. As amigdalites de origem infecciosa (viral ou bacteriana) provocam, com frequência, ocorrências, tais como febre, queda do estado de saúde geral, perda de apetite, apatia, dor no corpo, placas brancas ou amareladas nas amígdalas, dificuldade ou dor ao engolir, halitose, cefaleia, aumento no volume dos nódulos linfáticos cervicais.

Quando se recomenda a cirurgia de extração das amígdalas?

No momento em que há ligação com sintomas obstrutivos, como ronco primário, síndrome da resistência de vias aéreas superiores e síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), ou existem dificuldade de deglutir, alterações da fala, crescimento orofacial anormal ou halitose. Não há um consenso sobre a indicação de amigdalectomia por infecção recorrente. Também há indicação de profilaxia nos casos de febre reumática, suspeita de malignidade, hemorragias locais de repetição, entre outros.

É possível se prevenir contra infecções nas amígdalas?

O refinamento de hábitos, como lavar as mãos frequentemente ou utilizar álcool em gel várias vezes ao dia e não compartilhar talheres, copos, toalhas e objetos pessoais com pacientes contaminados. Evitar espaços fechados ou com grande concentração de gente são fatores essenciais para prevenção de infecções de vias aéreas em geral. Esses cuidados devem ser ainda mais intensos naqueles que fazem parte do grupo mais vulnerável: bebês, crianças pequenas, idosos e doentes crônicos, por causa da baixa imunidade.

Algumas pessoas, em vez de procurar logo o médico quando esse tipo de infecção se instala, tentam resolver o problema em casa, lançando mão de gargarejos, por exemplo. O que o senhor pensa disso?

O atraso na instituição de terapia medicamentosa adequada eleva as chances de evolução do quadro com complicações clínicas, como escarlatina, febre reumática. Não é recomendado adotar medidas caseiras. O ideal é procurar ajuda médica quando aparecem sinais que podem indicar uma possível amigdalite.


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