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Obreira da Igreja da Graça conta como sua fé a ajudou a superar a pobreza e a depressão
Por Marcelo Santos
Entregar o coração a Jesus ou cometer suicídio. Essa foi a sensação da comerciante Maria Vanderleide Batista dos Santos, 46 anos, quando ouviu de uma tia o convite para aceitar o Senhor como seu único e suficiente Salvador. A vida dessa baiana de Ribeira do Pombal, região do semiárido nordestino, estava por um fio. A depressão lhe minava todas as forças, pois a profunda tristeza e o desejo de morrer estavam presentes o tempo todo. “Tinha de tomar remédio, do contrário eu me mataria.”
Pesando apenas 40kg – pois mal tinha apetite ou um mínimo de ânimo para se alimentar –, ela era a fragilidade em pessoa. “Sentia dores nos ossos. Já não tinha mais saída.” Os problemas se acumulavam: o casamento estava em crise, e as finanças, caóticas. Em um dia de outubro de 2012, Maria ligou para essa tia, que era evangélica, em busca de uma palavra de conforto e de uma oração. Ouviu a mensagem do Evangelho, guardou-a no coração e foi curada no mesmo dia.
Mãe de três filhos, Maria Vanderleide sempre se esforçou para sustentá-los. Foi arrumadeira em um condomínio de luxo na zona sul de São Paulo, onde conheceu o pedreiro Valter Sampaio dos Santos, 44 anos, e resolveu morar com ele em 1994. Ela já tinha um filho na época, Tiago (hoje com 30 anos). Da união, nasceram Wallace, 25, e Valéria, 19. Com o passar dos anos, o casal não se entendia tão bem, e Valter chegou a sair de casa em 2012. Nesse período, ela trabalhava como doméstica.
Contudo, após aceitar Cristo, uma nova história teve início para essa família. Maria já não tomava remédios nem pensava em morrer. Valter havia voltado para o lar e se converteu a Jesus, assim como os filhos Wallace e Valéria. Em fevereiro de 2013, os quatro se batizaram na Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo (SP). Em 2014, o casal oficializou a união.
Novos empreendimentos – Patrocinadora do programa Show da Fé, em outubro daquele mesmo ano, Maria Vanderleide participou da campanha Lançar a Rede. “Na quarta semana, o Senhor me deu uma visão: eu venderia marmitas.” Era a segunda vez que ela tentava algo na área de alimentos. Cerca de dois anos antes, tinha vendido salgados e doces, entretanto essa ação não vingou. Todavia, dessa vez, ela estava determinada a entrar e permanecer no ramo da alimentação.
O dinheiro que tinha seria suficiente apenas para elaborar as primeiras refeições. No entanto, era necessário divulgar a iniciativa, e um amigo da Igreja se prontificou a ajudá-la. “Ele imprimiu panfletos, fez um banner e disse que eu poderia pagar depois”. No primeiro dia, dezenas de pessoas ligaram procurando o serviço. “Foi um sucesso: 30 clientes”, recorda-se Maria, a qual ficou um ano vendendo apenas marmitas. Em outubro de 2015, um carro parou diante da casa da modesta empreendedora. “Era um senhor, bem-vestido e educado. Disse que precisava de marmitas para sua construtora. Queria café da manhã e almoço para os funcionários. Fechamos um contrato que dura até hoje.”
Algum tempo depois, Maria Vanderleide sentiu que era a hora de avançar: desejava abrir um restaurante. Decidiu patrocinar o programa também em nome desse empreendimento, antes mesmo de ele existir. Em janeiro de 2017, inaugurou seu tão sonhado negócio, e ele deu certo. No início de 2020, a serva fiel mudou o estabelecimento para um imóvel com estacionamento e capacidade para receber mais gente. Hoje, trabalham no local: Maria, os filhos Wallace e Valéria e dois funcionários. “No começo foi difícil. Passamos por várias lutas e complicações. Se fosse por mim mesmo, teria desistido, mas ela foi persistente”, lembra-se Valter, que preferiu continuar no serviço de pedreiro. “Não gosto de trabalhar em lugar fechado”, explica ele.
Valter e Maria são obreiros na Igreja. A filha, Valéria, é professora na escolinha infantil. “Chegamos por causa da dor, porém o Senhor nos abençoou”, ressalta ele. No dia em que recebeu a reportagem de Graça/Show da Fé, Maria Vanderleide serviu 60 almoços e entregou 50 marmitas. “Uma palavra que me tocou bastante foi Êxodo 23.20: Eis que eu envio um Anjo diante de ti, para que te guarde neste caminho e te leve ao lugar que te tenho aparelhado. Deus nos fortaleceu. Nunca imaginei que, após tantas dificuldades, poderia ter o próprio restaurante”, alegra-se Maria.