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Comportamento

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Qualidade de vida

Pessoas conectadas com Deus por meio das Escrituras são mais felizes, diz pesquisa

Por Ana Cleide Pacheco

O apóstolo Paulo diz em sua segunda carta a Timóteo: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça (2 Tm 3.16). A Bíblia é a forma escrita que o Senhor escolheu para Se revelar ao ser humano. É por meio dela que homens e mulheres recebem instruções para lidar com os desafios cotidianos. Nas páginas do Livro Sagrado, é possível encontrar as respostas para os questionamentos mais profundos, esperança e forças para seguir em frente – mesmo em meio às tribulações –, e mandamentos que propiciam aos leitores uma vida plena.

As palavras de Paulo foram comprovadas por uma pesquisa realizada em 2023 pela Sociedade Bíblica Americana, nos Estados Unidos. A 13ª edição do State of the Bible (Estado da Bíblia, em tradução livre) revelou que os cristãos envolvidos com a leitura bíblica florescem em todos os domínios da experiência humana. Ao falar do resultado do estudo, John Farquhar Plake, diretor de inovação ministerial da Sociedade Bíblica Americana e responsável pela sondagem, declarou: Nossa pesquisa confirma algo que milhões de cristãos sabem por experiência pessoal: a Bíblia tem o poder de transformar nossa vida e nos tornar mais felizes, saudáveis e completos.

John Farquhar Plake revelou: “Nossa pesquisa confirma algo que milhões de cristãos sabem por experiência pessoal: a Bíblia tem o poder de transformar nossa vida e nos tornar mais felizes, saudáveis e completos”
Foto: Divulgação

Para chegar a essa conclusão, Plake e sua equipe de pesquisadores examinaram a pontuação dos entrevistados no Índice de Florescimento Humano, uma escala de autoavaliação desenvolvida pela Universidade de Harvard, que busca mensurar o nível de contentamento das pessoas em diversas áreas (felicidade e satisfação com a vida, saúde física e mental, relacionamentos sociais próximos, finanças, significado e propósito na vida). Segundo o estudo, levando em consideração todos os itens do Índice de Florescimento Humano, os cristãos engajados na leitura das Escrituras obtiveram pontuação média de 7,8; contra 6,9 dos cristãos não engajados e 6,7 dos não cristãos.

Analisando os quesitos separadamente, os leitores da Bíblia mostraram maior índice (média de 7,8) no domínio da felicidade e satisfação com a vida, seguidos pelos cristãos não leitores (6,8) e pelos não cristãos (6,5). No quesito significado e propósito, os cristãos praticantes obtiveram uma pontuação média de 8,1, os servos de Deus não praticantes e os que não professam nenhuma religião atingiram médias de 6,9 e 6,4, respectivamente. A pesquisa evidenciou ainda que, apesar de todos os respondentes, cristãos ou não, passarem por dificuldades, quem pauta suas convicções pelo Texto Sagrado e enfrenta esses desafios com as lentes da fé tem maior qualidade de vida. Não importam as circunstâncias: aqueles que confiam no Senhor e se conectam com Ele por meio das Escrituras são mais felizes do que aqueles que ainda não buscaram a Deus em sua Palavra, assegura Plake.

O Pr. Adriano José Alves lembra: “A Bíblia fala de família, casamento, sexo, amizade, cidadania, justiça social, higiene, dinheiro, tempo e outras questões. É um livro riquíssimo e poderoso”
Foto: Arquivo pessoal

“Manual do fabricante” – Na opinião do Pr. Adriano José Alves, 39 anos, líder de juventude da Igreja da Esperança, em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), se a mesma pesquisa fosse realizada no Brasil, os resultados seriam semelhantes. Afinal, apesar de diferenças culturais, a Bíblia é a Palavra de Deus. Mesmo escrita há milhares de anos, suas orientações, pertinentes a todas as áreas da vida, permanecem atuais. “A Bíblia fala de família, casamento, sexo, amizade, cidadania, justiça social, higiene, dinheiro, tempo e outras questões. É um livro riquíssimo e poderoso.”

Alves lembra que as Escrituras Sagradas apresentam os verdadeiros princípios de sucesso, os quais são buscados pelas pessoas na atualidade. “Não vejo a Bíblia como um livro de regras e dogmas religiosos, e sim em duas perspectivas: como uma carta de amor − na qual a redenção é desenhada desde o Éden até a cruz − e como um ‘manual do fabricante’, no qual encontramos conselhos práticos para viver bem. Nossa felicidade consiste em seguir suas orientações.” Dessa maneira, enfatiza o líder, cabe à Igreja incentivar os cristãos a lerem o Texto Sagrado. “A Bíblia não pode ser nosso material de apoio, ela é nossa regra de fé e prática”, afirma o pregador.

O Pr. José Carlos Alves do Nascimento Filho observa: “A Igreja precisa ser o pilar da relação das pessoas com a Palavra. […]A Bíblia tem de ser proeminente na vida da igreja local, onde deve ser lida em público, examinada e estudada”
Foto: Arquivo pessoal

O Pr. José Carlos Alves do Nascimento Filho, 34 anos, líder de juventude da Primeira Igreja Batista em Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio de Janeiro (RJ), concorda com o Pr. Adriano José Alves. “A Igreja precisa ser o pilar da relação das pessoas com a Palavra. Em primeiro lugar, a Bíblia tem de ser proeminente na vida da igreja local, onde deve ser lida em público, examinada e estudada. Em segundo lugar, é necessário haver um estímulo para que cada servo procure desenvolver uma relação íntima com as Escrituras.”

O ministro observa ainda que não basta que as congregações fomentem apenas a leitura da Palavra, elas precisam incentivar os membros a compreender o que estão lendo, para que, desse modo, tenham cada vez mais interesse em ler o Texto Sagrado. “Uma das coisas que mais ouço no gabinete pastoral é sobre a dificuldade de entendimento da Bíblia. É responsabilidade da comunidade de fé fazer todos terem acesso às Escrituras e serem equipados para interpretarem-na.”

A pedagoga Andresa Alves de Paulo afirma: “O leitor das Escrituras Sagradas tem uma musculatura emocional muito mais fortalecida que os demais”
Foto: Arquivo pessoal

Entendimento aos símplices As ferramentas disponíveis para promover a leitura bíblica são variadas: simpósios, debates e outras programações destinadas ao estudo da Palavra, que podem ser organizados para fortalecer o aprendizado das Escrituras, além do que já acontece nas aulas da escola bíblica dominical. Uma entusiasta desse trabalho de incentivo à leitura da Bíblia é a pedagoga Andresa Alves de Paulo, 42 anos, superintendente e professora da Escola Bíblica Dominical (EBD) da Igreja Evangélica Casa de Oração em Paty do Alferes (RJ). “O leitor das Escrituras Sagradas tem uma musculatura emocional muito mais fortalecida que os demais, pois, em seu íntimo, temas como esperança, paciência, compaixão, frustração, perdão, maldade, bondade e outros são tratados com clareza, justiça e imparcialidade.”

Leitora assídua do Livro Sagrado, Andresa tem dedicado tempo ao estudo e ao ensino da Bíblia há anos. Segundo ela, não há palavras capazes de descrever a riqueza, a beleza e o valor do Texto Bíblico. No entanto, a pedagoga faz questão de afirmar que, apesar de tamanha profundidade, todas as pessoas, independentemente da idade ou da formação intelectual, podem se beneficiar dessa leitura. “A Palavra de Deus é esclarecedora”, argumenta a professora, citando o Salmo 119.130: A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices.

O pedagogo e pastor Ronaldo Silvio de Oliveira lembra que ler e meditar sobre o Texto Sagrado deve ser uma prática diária, pois se trata de uma questão de sobrevivência na fé: “É impossível desenvolver uma vida cristã eficiente sem uma meditação regular nas Escrituras”
Foto: Arquivo pessoal

O também pedagogo Ronaldo Silvio de Oliveira, 61 anos, pastor da Comunidade Cristã em Poá (SP), lembra que ler e meditar sobre o Texto Sagrado deve ser uma prática diária, pois se trata de uma questão de sobrevivência na fé. Para ele, a Palavra é como um maná: alimento que precisa ser recolhido diariamente. “É impossível desenvolver uma vida cristã eficiente sem uma meditação regular nas Escrituras. Não pode ser uma mera leitura, para simples conhecimento. Deve ser um estilo de vida que faz toda a diferença”, observa o pregador, citando Hebreus 4.12: Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. “A diferença entre eficiente e eficaz é que a segunda se refere a algo que é construído, que estabelece marcos.”

O Pr. Vanilson Ferreira de Araújo afirma: “Ainda que venham as dificuldades, quem mantiver um contato diário com a Palavra permanecerá de pé”
Foto: Arquivo pessoal

O Pr. Vanilson Ferreira de Araújo, 35 anos, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Parque São Rafael, na zona leste de São Paulo (SP), destaca que as crises familiares, os problemas de saúde, as dificuldades financeiras e o vazio emocional e espiritual são comuns aos seres humanos, independentemente de raça, credo ou nacionalidade. “Os problemas são parecidos, e a solução pode ser encontrada na mesma fonte, a Bíblia Sagrada”, assegura o ministro, citando o exemplo de Josué, que, diante do grande desafio de conquistar a Terra Prometida, recebeu de Deus a seguinte orientação: Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás (Js 1.8). “O mesmo conselho vale para os dias atuais: ainda que venham as dificuldades, quem mantiver um contato diário com a Palavra permanecerá de pé”, conclui Araújo.

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