Confiança em Deus
15/01/2025Como a Bíblia foi agrupada, tornando-se o livro que temos na atualidade?
X. Y., sem identificação da cidade
R.: O Livro Santo reúne os textos sagrados dos hebreus, o Antigo Testamento, e os redigidos pelos apóstolos após o advento do Senhor Jesus, o Novo Testamento. Os judeus sempre mantiveram com extremo zelo os escritos de Moisés e dos profetas, além dos Salmos e dos livros de sabedoria. As igrejas cristãs, por sua vez, agrupavam e mantinham os registros dos apóstolos, copiando e compartilhando umas com as outras os evangelhos e as cartas (Cl 4.16). Isso proporcionou milhares de manuscritos das mais diferentes épocas e de diversos lugares, do segundo século até a invenção da imprensa no século 15. Essas obras eram coletadas e guardadas em forma de códices [precursor do livro], nas bibliotecas, especialmente nos mosteiros. A ciência conhecida como Crítica Textual se dedica a comparar esses materiais e verificar sua procedência. A Bíblia Sagrada é a obra literária com mais recursos de comparação na história humana. Há mais manuscritos bíblicos conhecidos e catalogados do que dos filósofos e escritores gregos, ou mesmo de autores clássicos, como William Shakespeare. Esse fato permitiu aos eruditos de nosso tempo comparar minuciosamente os textos em grego e hebraico que serviram de base para as traduções que temos da Bíblia, a fim de verificar sua exatidão e fidelidade em relação aos manuscritos mais antigos, descobertos nos séculos 19 e 20. A conclusão é de que simplesmente não existe diferença relevante! Quando muito, variações entre localização das passagens bíblicas, preposições e grafia de nomes próprios. Absolutamente nenhuma doutrina cristã é afetada por tais questões. Deus vela por Sua Palavra! (Jr 1.12). Como disse o Senhor Jesus, ela é a verdade (Jo 17.17).
As pessoas que nunca ouviram o Evangelho vão para o Céu ou para o Inferno?
D. S. A., via internet
R.: Tudo o que sabemos sobre as questões espirituais – e a salvação é uma delas – está na Bíblia, nossa regra única e infalível de fé e prática (2 Tm 3.14-16). O que ultrapassar disso é, no mínimo, vã especulação (2 Jo 1.9-ARA). A Palavra de Deus não declara explicitamente como o Senhor julgará os que nunca ouviram o Evangelho, pois esse assunto é de exclusiva competência divina (Dt 29.29). Entretanto, ela exorta os salvos a apregoarem o Evangelho de todo modo possível e a toda criatura: Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4.1,2). Creio não ser necessário transcrever aqui as últimas ordens que Cristo deu a Seus seguidores, pois são extremamente conhecidas (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18). Além desses textos, a Bíblia declara que é necessário ouvir o Evangelho para crer nEle, destacando a grande responsabilidade que pesa sobre os ombros dos salvos (Rm 10.13-15). O profeta Ezequiel trata desse encargo com expressões contundentes (Ez 33.7-9). Portanto, apesar da impossibilidade de assegurar que quem jamais teve a chance de ouvir o Evangelho perecerá, temos convicção de que nosso papel não é especular como o justo Juiz agirá, e sim anunciar as Boas-Novas a todos os povos. Façamos nossa parte e deixemos a do Senhor com Ele.
Devemos adorar a Deus no sábado ou no domingo?
M. L., sem identificação da cidade
R.: Sua pergunta revela um equívoco muito comum, o de confundir reunião na igreja com adoração. Ora, fomos criados para adorar a Deus, de sorte que esse é o principal dever de todo aquele que ama o Senhor. E isso não tem nada a ver com religião, embora a maioria das pessoas pense assim. A atividade humana, em todo o tempo, deveria redundar em adoração e louvor ao Senhor: Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus (1 Co 10.31). As Escrituras Sagradas também explicam que não há dia ou lugar específico para a reunião dos adoradores. Jesus ensinou que o Pai busca quem O adore em espírito e em verdade, e não neste ou naquele dia e local (Jo 4.19-24). O apóstolo Paulo foi usado pelo Espírito Santo para ensinar acerca da liberdade cristã quanto aos costumes, tanto ligados à dieta quanto ao dia de guarda (Rm 14.1-12). Estude com atenção esses textos, e, caso permaneça alguma dúvida quanto ao assunto, recomendo o livro Fatos sobre o sétimo dia, de Gordon Lindsay, publicado pela Graça Editorial, visto não haver, aqui, espaço para o aprofundamento da questão.
O que a Bíblia diz sobre o dízimo?
R. C. X., via internet
R.: O dízimo não é opcional, pois pertence a Deus. O Senhor considera erro gravíssimo alguém sonegar essa décima parte, porque, além de ser um roubo, priva o sonegador de obter bênçãos sem medida (Lv 27.32; Ml 3.7-12). A Bíblia diz também que entregar o dízimo é um aspecto essencial da adoração ao Senhor e que, assim como tudo o que fazemos para Ele, essa devolução deve ser praticada com boa vontade, amor e alegria (Gn 14.18-20; 28.16-22; 2 Co 9.7). As Escrituras incluem uma forte advertência para quem julga estar em ordem com Deus só porque cumpre essa ordenança: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas. Condutores cegos! Coais um mosquito e engolis um camelo (Mt 23.23). Essa mesma palavra do Mestre vale para aqueles que, maliciosamente, afirmam ser o dízimo uma prática restrita ao Antigo Testamento. Ora, Abraão fazia essa contribuição muito antes da Lei de Moisés, e o Senhor Jesus a inaugurou no Novo Testamento. Tanto é que o autor da epístola aos Hebreus também aborda esse assunto (Hb 7.8).
Por que é importante frequentar a igreja?
E. R. R., sem identificação da cidade
R.: Existem muitas razões, mas, por questão de espaço, mencionarei as principais. Em primeiro lugar, para buscar o Senhor. Jesus prometeu estar presente onde quer que Seus discípulos se reunissem em Seu Nome (Mt 18.20). Ora, onde o Filho estiver também estará o Pai e o Espírito Santo. Tanto que, em todas as ocasiões em que os cristãos foram batizados com o Santo Espírito, eles estavam reunidos (At 2.1-4; 4.31; 10.44-48; 19.1-7). Em segundo, para ouvir a Palavra e, assim, receber a fé, sem a qual é impossível agradar a Deus (Rm 10.17; Hb 11.6). Naturalmente, a leitura bíblica e a oração em casa também proveem a fé, mas nem sempre a pessoa compreende o que está lendo, e a igreja é a coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3.15). Frequentamos a igreja também para nos estimularmos mutuamente ao amor, às boas obras e à vigilância, pois a vinda do Senhor é chegada (Hb 10.24,25). Agora, o ideal seria que essas razões não fossem necessárias, e somente o prazer e a alegria de estar no melhor lugar do mundo bastassem (Sl 122.1; 84.2,10).