Heróis da Fé – 284
30/03/2023
Família – 286
10/05/2023
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Por que, no final do livro de Jó, o Criador diz que os amigos do patriarca não falaram de Deus se o que mais eles fizeram foi isso?

J. P. U., via internet

R.: A queixa do Senhor a respeito dos três amigos de Jó é a seguinte: Porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó (Jó 42.7c). Eles pontuaram muitos aspectos sobre Deus, mas nada revelado pelo Altíssimo. Discorreram sobre o Todo-Poderoso usando o senso comum, a reflexão fundamentada na razão humana, como a maioria das pessoas faz. Embora Elifaz, Bildade e Zofar demonstrassem compaixão por Jó e tivessem boa intenção (a exemplo de muitos hoje), só se deve falar acerca de Deus com base no que é revelado por Ele em Sua Palavra. O Senhor é incomparável e insondável de maneira tal que não cabe em nossos raciocínios (Is 40.12-18; Rm 11.33,34). É um perigo tecer comentários a respeito do Pai celeste sem que estejam solidamente respaldados na Bíblia, pois as chances de errar são imensas, como a forte censura aos amigos de Jó demonstra. Esse risco se mantém até hoje, especialmente entre os que se denominam especialistas nas coisas espirituais, mas não conhecem o amor, o cerne do Evangelho: Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. Do que desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas, querendo ser doutores da lei e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam (1 Tm 1.5-7).


Podemos ouvir a voz de Deus ou é a voz da nossa consciência que escutamos?

Y. T. E., sem identificação da cidade

R.: Embora o Senhor tenha falado de modo audível no passado, em nosso tempo, Ele nos fala por meio do Verbo encarnado, revelado pela Palavra (Hb 1.1; Jo 1.1,14; 14.6; 17.17). Aqueles que entregaram sua vida ao Senhor Jesus nasceram da água e do Espírito, tanto que a terceira pessoa da Trindade passa a fazer morada neles (Jo 14.17). O Espírito Santo testifica com o nosso espírito acerca do Salvador, da maneira como devemos entender a vontade do Pai no dia a dia, e nos revela que somos filhos de Deus (Jo 14.26; 15.26; 16.13; Rm 8.16). Essa comunicação é real e tem origem no Altíssimo. É a voz dEle em nosso interior, em nosso espírito (Ef 3.16-19). Naturalmente, existe também a voz da consciência, que a pessoa relutante em obedecer ao Mestre tenta silenciar. O Pai celeste também a usa para falar a todos os seres humanos, tanto que a Bíblia Sagrada exorta a que, ao ouvi-la, não endureçamos o coração (Hb 3.15; 4.7).


Foto: Arquivo Graça / Rodrigo Di Castro

Por que as igrejas mencionam tanto o diabo? Estariam inseguras acerca da vitória em Jesus?

G. T. R., via internet

R.: Não sei a que igrejas você se refere, mas posso dizer o seguinte: ignorar ou menosprezar o adversário é insensatez. Isso funciona em todas as áreas da vida, até mesmo no futebol. A Palavra de Deus não ignora o inimigo e ensina aos seguidores do Senhor Jesus a estarem atentos contra ele o tempo todo
(1 Pe 5.8,9). O próprio Pedro, que escreveu essa declaração bíblica, foi advertido pelo Mestre acerca do que o diabo estava fazendo no mundo espiritual por querer destruí-Lo (Lc 22.31,32). Entretanto, há, sim, um erro em supervalorizar o poder do inimigo ou ter medo dele. A Bíblia Sagrada afirma tacitamente que Satanás foi derrotado e humilhado pelo Messias: E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz (Cl 2.15 – ARA).


Em Mateus 18.10-14, Jesus fala dos pequeninos. Quem são eles? As crianças? Os humildes? Os crentes em Deus?

R. G. D., sem identificação da cidade

R.: Uma leitura, ainda que superficial, do contexto revela que o Mestre utilizava o termo pequeninos para Se referir aos novos convertidos
(vv. 2-4). A passagem fala da inevitabilidade dos escândalos e adverte acerca das consequências que sofrerão os seus causadores (ver Lc 17.1). Com isso, o Senhor Jesus ensina a Seus seguidores quanto à responsabilidade de cuidar dos que são gerados para a vida eterna, pois quem causa escândalos contribui para que os pequeninos se desviem do Caminho. É preciso vigiar constantemente, evitando colaborar para que os novos convertidos tropecem na fé. Levar alguém a perder o temor do Senhor, sendo ele neófito ou não, é algo sério. Quem assim agir, a menos que se acerte com o Altíssimo, será punido. É melhor perder nesta vida, mas entrar no Reino de Deus, do que usufruir as paixões carnais e ser condenado à perdição eterna.


Assisto ao Show da Fé há muitos anos, e, certa vez, o senhor declarou que é pecado pedir emprestado. No entanto, Mateus 5.42 diz: Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Então, é pecado pedir emprestado, mas é correto emprestar?

O. B. H. Y., via internet

R.: O que dizem as Escrituras? Logo depois de afirmar diversas promessas de prosperidade, elas declaram, dentre várias outras passagens: E o Senhor te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto da tua terra, sobre a terra que o Senhor jurou a teus pais te dar. O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado. E o Senhor te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não debaixo, quando obedeceres aos mandamentos do Senhor, teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e fazer (Dt 28.11-13 – ênfase minha). O contexto deixa bem claro que a obediência aos estatutos e juízos do Senhor revelados em Sua Palavra concederia tanta abundância de bênçãos que pedir empréstimos seria desnecessário. Além disso, a Bíblia Sagrada afirma o que todo devedor já sabe: quem toma emprestado fica nas mãos de quem empresta (Pv 22.7). Quanto a emprestar, essas mesmas passagens bíblicas esclarecem ser um ato de socorro aos necessitados, fruto do amor pelo próximo (Sl 15.5; 37.26; 112.5; Pv 19.17).


Comer carne de porco é errado?

R. C., sem identificação da cidade

R.: Se você é membro de uma igreja com essa restrição, estará em pecado caso desobedeça a ela, pois a rebelião equivale à prática da feitiçaria (1 Sm 15.23). Há grupos cristãos que consideram a dieta do Antigo Testamento válida, enquanto outros levam em conta apenas as restrições alimentares do Novo Testamento, resumidas em Atos 15.29. Para nós, que nos enquadramos no segundo grupo, a visão de Pedro em Atos 10 e a declaração do evangelista Marcos abonam o consumo de carne suína (Mc 7.18,19). Entretanto, conforme o ensinamento de Romanos 14, cada um deve respeitar o outro, além de ter paz decorrente da fé naquilo que faz (vv. 22 e 23).


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