Telescópio – 262
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15/07/2021O Holocausto sob o nazismo (Parte 1): a ascensão de Hitler
O cumprimento da profecia de Isaías 66.8, que trata claramente da criação do Estado de Israel, estava ligado às dores de parto desse povo. Diz o texto bíblico: Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra em um só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.
Não há dúvida de que tais dores de parto foram os sofrimentos dos judeus antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Esses martírios ficaram marcados na História como o Holocausto. Derrotada na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a economia da Alemanha ia mal. Ao final do confronto, o país tinha uma dívida de guerra de 132 bilhões de marcos alemães (valor depois reduzido para 112 bilhões, em 1929), imposta pela Tríplice Entente – formada por Reino Unido, França e Rússia – quando da assinatura do Tratado de Versalhes, em 28 de junho de 1919.
Devastação – Nesse cenário de devastação econômica, aparece Adolf Hitler (1889-1945). Nascido no pequeno município austríaco de Braunau – distante 60km ao norte de Salzburgo e situado às margens do rio Inn, que separa aquela região da Áustria do estado alemão da Baviera –, Hitler mudou-se para a Alemanha em 1913. Serviu ao exército na Primeira Guerra e, depois, em 1919, juntou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães. Em 1920, Hitler, como encarregado da propaganda partidária, mudaria o nome dessa associação para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (ou Partido Nazista).
Em 1921, Hitler se torna líder da agremiação. Dois anos depois, na busca de obter o poder total na Alemanha, ele tenta dar um golpe em Munique, mas é derrotado, julgado e condenado a cinco anos de prisão. Na fortaleza de Landsberg, onde ficou preso por apenas nove meses, escreveu seu livro Mein Kampf (Minha luta, em alemão) no qual defendia, entre outras coisas, a morte dos judeus. Em sua opinião, a “raça superior” deveria esmagar ou sujeitar as “raças inferiores”, ideia que está presente em inúmeros documentos do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, facção hitlerista de extrema-direita que esteve ativa de 1920 a 1945.
Entre outras falácias e absurdos racistas, escreveu Hitler em Minha luta: Se o judeu, com o auxílio do seu credo marxista, conquistar as nações do mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça humana, e, então, o planeta vazio de homens, mais uma vez, como há milhões de anos, errará pelo éter. A natureza sempre se vinga inexoravelmente de todas as usurpações contra o seu domínio. Por isso, acredito agora que ajo de acordo com as prescrições do Criador Onipotente. Lutando contra o judaísmo, estou realizando a obra de Deus.
Capricho e massacre – Todavia, que ameaça representaria para o novo poder os 500 mil judeus residentes na Alemanha? Nenhuma. Não há dúvida de que a dita solução final do problema judeu não seria por medo, mas por capricho. Adolf Hitler mesmo teria dito ao escritor e historiador polonês Hermann Rauschning (1887-1982) que, se os judeus não existissem, ele os teria inventado.
No entanto, é certo que o massacre das populações judaicas sempre esteve nos planos de Hitler, como se pode perceber pelo discurso que ele fez em abril de 1943: Nós partimos, na qualidade de nacionais-socialistas verdadeiramente lógicos, do problema do sangue. Fomos os primeiros a resolver o problema da raça pela ação, e a este respeito nós não compreendemos, pelo problema da raça, o anti-semitismo. O anti-semitismo é como o despiolhamento. Desembaraçar-se dos piolhos não é uma questão de filosofia é uma questão de higiene. Em breve, estaremos despiolhados. Em outubro daquele mesmo ano, Hitler afirmou: Eu gostaria de falar da evacuação dos judeus, da exterminação do povo judeu. Aí está uma coisa fácil de dizer: ‘O povo judeu será exterminado’, diga cada membro do partido. É claro, está em nosso programa: eliminação dos judeus, exterminação. Nós o faremos.
A ascensão de Hitler – O Partido Nazista, que era uma agremiação pequena até 1927, obtém, no ano seguinte, 12 cadeiras no Parlamento. Em 1930, já possuía 107 cadeiras. Em 1932, Hitler se candidatou à presidência e perdeu o pleito no segundo turno para o marechal Paul von Hindenburg (1847-1934) por 6 milhões de votos. Entretanto, naquele mesmo ano, o Partido Nazista obteve 230 cadeiras no Reichstag, o parlamento alemão. Em janeiro de 1933, Hitler é nomeado chanceler (o equivalente ao cargo de primeiro-ministro) por Hindenburg. Com a morte deste no ano seguinte, Adolf Hitler assume o poder total da Alemanha, como presidente, chanceler e chefe das Forças Armadas.
O anti-semitismo é, então, legalmente implementado a partir de 11 de abril de 1933, com as “leis arianas”. Ocorrem prisões em massa, e os judeus são proibidos de ocupar funções públicas. Além disso, não podem trabalhar como comerciantes, advogados, médicos. As Leis de Nuremberg, editadas a 15 de novembro de 1935, são ainda mais racistas: ficam proibidas relações sexuais de alemães com judeus sob pena de prisão e morte. Os judeus são expulsos da Alemanha para seus países de origem, desencadeando reações violentas, tais como o assassinato do secretário da embaixada da Alemanha em Paris (França) por um judeu e a consequente represália alemã, que ficou conhecida como a Noite dos Cristais. Neste ataque violento, ocorrido de 9 a 10 de novembro de 1938, as lojas dos judeus foram saqueadas e depredadas, e as sinagogas, queimadas.
Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com
8 Comments
Uma ditadura é terrível.
Sim, qualquer uma!
Os judeus foram bode expiatório.
Fato.
COMUNISMO NUNCA, NUNCA MAIS. O COMUNISMO MATOU + DE 110 MILHÕES DE PESSOAS.
Gosto muito dos comentários do pastor Abraão de Almeida, principalmente o besta seller “Israel Gogue e o anti Cristo. Não tenho mais este livro gostaria de adquirir de novo e ler de novo. 91987218048
Sinto informar mais este livro, editado pela CPAD, está esgotado. De qualquer forma, agradecemos por seu interesse pela obra do pastor Abraão de Almeida. Sugerimos dois livros do autor que estão à venda no site Shopping do Povo: História da Igreja Cristã (https://www.spovo.com.br/livro-historia-da-igreja-crista.html) e Há uma luz no caminho (https://www.spovo.com.br/livro-ha-uma-luz-no-caminho.html). Que Deus te abençoe!
Ótimo conteúdo.