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Em janeiro de 1933, Adolf Hitler é nomeado chanceler por Paul von Hindenburg; em 1934, assume o poder total – Foto: Reprodução
Abraão de Almeida

O Holocausto sob o nazismo (Parte 1): a ascensão de Hitler

O cumprimento da profecia de Isaías 66.8, que trata claramente da criação do Estado de Israel, estava ligado às dores de parto desse povo. Diz o texto bíblico: Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra em um só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.

Não há dúvida de que tais dores de parto foram os sofrimentos dos judeus antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Esses martírios ficaram marcados na História como o Holocausto. Derrotada na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a economia da Alemanha ia mal. Ao final do confronto, o país tinha uma dívida de guerra de 132 bilhões de marcos alemães (valor depois reduzido para 112 bilhões, em 1929), imposta pela Tríplice Entente – formada por Reino Unido, França e Rússia – quando da assinatura do Tratado de Versalhes, em 28 de junho de 1919.

Devastação – Nesse cenário de devastação econômica, aparece Adolf Hitler (1889-1945). Nascido no pequeno município austríaco de Braunau – distante 60km ao norte de Salzburgo e situado às margens do rio Inn, que separa aquela região da Áustria do estado alemão da Baviera –, Hitler mudou-se para a Alemanha em 1913. Serviu ao exército na Primeira Guerra e, depois, em 1919, juntou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães. Em 1920, Hitler, como encarregado da propaganda partidária, mudaria o nome dessa associação para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (ou Partido Nazista).

Hitler cumprimentando o marechal Paul von Hindenburg (1847-1934), que o derrotara nas urnas em 1932, na disputa pela presidência da Alemanha – Foto: Reprodução

Em 1921, Hitler se torna líder da agremiação. Dois anos depois, na busca de obter o poder total na Alemanha, ele tenta dar um golpe em Munique, mas é derrotado, julgado e condenado a cinco anos de prisão. Na fortaleza de Landsberg, onde ficou preso por apenas nove meses, escreveu seu livro Mein Kampf (Minha luta, em alemão) no qual defendia, entre outras coisas, a morte dos judeus. Em sua opinião, a “raça superior” deveria esmagar ou sujeitar as “raças inferiores”, ideia que está presente em inúmeros documentos do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, facção hitlerista de extrema-direita que esteve ativa de 1920 a 1945.

Entre outras falácias e absurdos racistas, escreveu Hitler em Minha luta: Se o judeu, com o auxílio do seu credo marxista, conquistar as nações do mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça humana, e, então, o planeta vazio de homens, mais uma vez, como há milhões de anos, errará pelo éter. A natureza sempre se vinga inexoravelmente de todas as usurpações contra o seu domínio. Por isso, acredito agora que ajo de acordo com as prescrições do Criador Onipotente. Lutando contra o judaísmo, estou realizando a obra de Deus.

Hermann Rauschning (1887-1982) – Foto: Reprodução

Capricho e massacre – Todavia, que ameaça representaria para o novo poder os 500 mil judeus residentes na Alemanha? Nenhuma. Não há dúvida de que a dita solução final do problema judeu não seria por medo, mas por capricho. Adolf Hitler mesmo teria dito ao escritor e historiador polonês Hermann Rauschning (1887-1982) que, se os judeus não existissem, ele os teria inventado.

No entanto, é certo que o massacre das populações judaicas sempre esteve nos planos de Hitler, como se pode perceber pelo discurso que ele fez em abril de 1943: Nós partimos, na qualidade de nacionais-socialistas verdadeiramente lógicos, do problema do sangue. Fomos os primeiros a resolver o problema da raça pela ação, e a este respeito nós não compreendemos, pelo problema da raça, o anti-semitismo. O anti-semitismo é como o despiolhamento. Desembaraçar-se dos piolhos não é uma questão de filosofia é uma questão de higiene. Em breve, estaremos despiolhados. Em outubro daquele mesmo ano, Hitler afirmou: Eu gostaria de falar da evacuação dos judeus, da exterminação do povo judeu. Aí está uma coisa fácil de dizer: ‘O povo judeu será exterminado’, diga cada membro do partido. É claro, está em nosso programa: eliminação dos judeus, exterminação. Nós o faremos.

Lojas dos judeus saqueadas e depredadas durante a chamada Noite dos Cristais, ataque violento ocorrido de 9 a 10 de novembro de 1938 – Foto: Reprodução

A ascensão de Hitler – O Partido Nazista, que era uma agremiação pequena até 1927, obtém, no ano seguinte, 12 cadeiras no Parlamento. Em 1930, já possuía 107 cadeiras. Em 1932, Hitler se candidatou à presidência e perdeu o pleito no segundo turno para o marechal Paul von Hindenburg (1847-1934) por 6 milhões de votos. Entretanto, naquele mesmo ano, o Partido Nazista obteve 230 cadeiras no Reichstag, o parlamento alemão. Em janeiro de 1933, Hitler é nomeado chanceler (o equivalente ao cargo de primeiro-ministro) por Hindenburg. Com a morte deste no ano seguinte, Adolf Hitler assume o poder total da Alemanha, como presidente, chanceler e chefe das Forças Armadas.

O anti-semitismo é, então, legalmente implementado a partir de 11 de abril de 1933, com as “leis arianas”. Ocorrem prisões em massa, e os judeus são proibidos de ocupar funções públicas. Além disso, não podem trabalhar como comerciantes, advogados, médicos. As Leis de Nuremberg, editadas a 15 de novembro de 1935, são ainda mais racistas: ficam proibidas relações sexuais de alemães com judeus sob pena de prisão e morte. Os judeus são expulsos da Alemanha para seus países de origem, desencadeando reações violentas, tais como o assassinato do secretário da embaixada da Alemanha em Paris (França) por um judeu e a consequente represália alemã, que ficou conhecida como a Noite dos Cristais. Neste ataque violento, ocorrido de 9 a 10 de novembro de 1938, as lojas dos judeus foram saqueadas e depredadas, e as sinagogas, queimadas. 

Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com

8 Comments

  1. Oneraldo me Barbosa de Medeiros disse:

    Uma ditadura é terrível.

  2. Oneraldo me Barbosa de Medeiros disse:

    Os judeus foram bode expiatório.

  3. Cláudio disse:

    COMUNISMO NUNCA, NUNCA MAIS. O COMUNISMO MATOU + DE 110 MILHÕES DE PESSOAS.

  4. Hely nazareno Pimentel disse:

    Gosto muito dos comentários do pastor Abraão de Almeida, principalmente o besta seller “Israel Gogue e o anti Cristo. Não tenho mais este livro gostaria de adquirir de novo e ler de novo. 91987218048

  5. Osmar da Rocha Martins disse:

    Ótimo conteúdo.

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