Medicina e Saúde – 260
01/03/2021
Carta do Pastor à ovelha – 262
01/05/2021
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01/05/2021

Na Bíblia está escrito: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus. Quem são esses pobres de espírito apontados por Jesus nesse texto de Mateus 5.3?

U. T. C., via internet

R.: Esse versículo abre as chamadas bem-aventuranças, trecho inicial do sermão do monte. Todas elas descrevem aspectos do cidadão do Reino dos Céus, e a primeira condição para alguém ser salvo em Cristo é justamente ser pobre de espírito. O próprio Senhor Jesus definiu seu significado ao ensinar que Seus seguidores são aqueles que, antes de tudo, renunciaram a si mesmos e tomaram a cruz (Lc 9.23). Isso demonstra que não é possível seguir ao Senhor, isto é, viver como Ele ensinou, sem contrariar fortemente os próprios interesses pessoais, pois o ser humano é marcado pela carnalidade (Rm 7.14; Gl 5.17). Portanto, ser pobre de espírito implica a pessoa ter se rendido à Verdade do Evangelho e, arrependida, passar a viver segundo a Palavra, e não mais segundo sua vontade ou inclinação natural. Esse é o primeiro passo daquilo que a Bíblia Sagrada denomina conversão, a saber, recusar os moldes do mundo e ter a mente transformada pelo Espírito Santo (Rm 12.1,2; 1 Jo 2.15,16).


Somos evangélicos e estamos casados na igreja e no papel. É pecado fazer amor escutando louvores?

O. I., sem identificação da cidade

R.: A sexualidade humana é criação do Senhor Deus, que é santo em tudo o que faz (Sl 145.17). O sexo não foi inventado pelo diabo, como muita gente imagina, pois o ato conjugal foi estabelecido pelo próprio Criador para selar a união entre esposo e esposa e a formação de um novo lar (Gn 2.18-24). É ele que permite ao ser humano gerar filhos e, assim, tornar-se assemelhado com o Criador que o abençoou nesse sentido (Gn 1.26-28). Portanto, nada há de sujo ou pecaminoso no ato sexual, desde que, é óbvio, praticado nos limites das Escrituras. Ela determina que o leito conjugal seja honrado, ocupado apenas por pessoas casadas entre si, e que a vida sexual do casal não seja pautada pela paixão da concupiscência – desejos desenfreados –, como fazem os que não têm temor a Deus (Hb 13.4; 1 Ts 4.3-5). A Bíblia também ensina que devemos glorificar a Deus em tudo quanto realizamos, mesmo nas atividades mais comuns (1 Co 10.31). Porém, eu penso que não se deve misturar as coisas do Espírito com o sexo, apesar deste ter sido ideia do Senhor. O que você diria a alguém que leva o prato de comida para o banheiro e come a sua porção, enquanto alivia o ventre – ambos foram planos de Deus, e há tempo para tudo (Ec 3.1), não é verdade?


Foto: Rodrigo Di Castro

Há cinco anos, venho sonhando com determinadas coisas boas e ruins que, tempos depois, acabo vivenciando sozinho, com familiares ou com pessoas distantes. Esses sonhos são normais? Seriam predições vindas de Deus? 

R. P. C., via internet

R.: É preciso cautela e sabedoria quando lidamos com as chamadas revelações divinas. Logo no início da carta aos Hebreus, a Bíblia Sagrada ensina que, atualmente, Deus nos fala por intermédio do Senhor Jesus, a Palavra encarnada (Hb 1.1,2; Jo 1.1-14). Isso não significa, necessariamente, que o Todo-Poderoso não possa mais falar por meio de profecias ou sonhos, pois Ele age como quer (Sl 115.3). Entretanto, a maneira mais usual e eficaz que Ele mesmo escolheu para comunicar Sua vontade é pelas Escrituras (1 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.20,21). Nelas, verificamos que, em todas as ocasiões nas quais o Senhor usou sonhos para revelar algo, Ele providenciou alguém que os interpretasse sem deixar qualquer margem para dúvida. Dois exemplos ilustram isso à exaustão: os casos dos sonhos de Faraó e de Nabucodonosor, em que José e Daniel foram os servos do Altíssimo usados para elucidar o sentido das mensagens (Gn 41.1-36; Dn 2.1-45). Portanto, o irmão deve orar ao Senhor, pedindo esclarecimento quanto ao que lhe acontece. As revelações genuínas do Pai celestial visam sempre à Sua glorificação e à salvação das pessoas, mas as que têm origem nas perturbações da mente instigada por Satanás só trazem ilusão, ansiedade e angústia. Veja Eclesiastes 5.3. Há casos que não passam de operações do inimigo (2 Co 11.14).


Mantive relações sexuais com meu namorado mais de uma vez, mas me arrependi. Tenho tentado não cair mais nesse pecado, porém sempre volto a errar. Deus me amaldiçoará por isso? O Senhor me abandonará, apesar de eu me arrepender do mal que tenho feito?

G. N. E., sem identificação da cidade

R.: É importante que você atente bem para a resposta completa, pois existe muito engano diabólico nessa questão. Deus não amaldiçoa ninguém, pois Ele é vida e luz (Jo 1.4; 8.12). Tanto é assim que o Senhor enviou Seu Filho não para condenar o pecador, e sim para salvar o perdido (Lc 19.10; Jo 3.17). Quem traz maldição é o pecado, a desobediência, deliberada ou não, àquilo que o Senhor Deus determinou em Sua Palavra (Dt 28.15; Rm 6.23). Esse sentimento que você tem no coração é a voz do Espírito Santo alertando-a do grave perigo que está correndo, enquanto permanecer nesse pecado. Caso não o abandone e venha a perder a vida, será condenada ao lago de fogo e enxofre (1 Co 6.9,10; Ap 21.8). Infelizmente, o mundo ignora tudo isso e julga normal pessoas não casadas entre si praticarem sexo como se casadas fossem, no entanto isso é uma mentira diabólica (Hb 13.4). A solução é o arrependimento e o abandono imediato dessa prática (Pv 28.13). É provável que você tenha de pôr fim a esse namoro para conseguir alcançar essa meta, até porque seu namorado não parece ter o mesmo temor a Deus que você, pois, do contrário, seria o primeiro a querer evitar o pecado que o condenará também. O Senhor Jesus ensinou que, em determinadas situações, é preciso tomar atitudes que doem na carne, a fim de vencê-la e obter a santidade requerida pelo Pai (Mc 9.43-48). O autor do livro No altar da idolatria sexual, publicado pela Graça Editorial, vivenciou a mesma luta que você trava, de sorte que essa leitura, aliada aos exercícios espirituais da oração e meditação nas Escrituras, servirá de grande ajuda para você. Conte com as minhas orações.


Missionário, poderia explicar o texto de Êxodo 34.6,7? É verdade que meus filhos pagarão pelos erros dos meus avós?

Y. R. V., sem identificação da cidade

R.: Isso não acontecerá de jeito nenhum. O Senhor Deus é justiça perfeita em tudo, como já indiquei nas respostas anteriores. Ele faz com que cada um arque com as consequências dos próprios erros (Gl 6.7,8). Essa verdade fica clara em várias passagens bíblicas, entre as quais destaco apenas uma que resume definitivamente a questão: A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai, a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este (Ez 18.20 –ARA). No versículo que você mencionou, Moisés está adorando a Deus, usando um trecho dos Dez Mandamentos que ele recebera diretamente do Senhor, antes de quebrar as tábuas de pedra em que foram entalhados. A citação completa apresenta uma figura de linguagem chamada contraste (Êx 20.5,6). Enquanto o juízo divino alcança apenas a terceira ou quarta geração dos ímpios, Sua bênção se estende a mil gerações dos que O temem. A mensagem que isso transmite é a de que o amor e a misericórdia de Deus são infinitamente mais importantes do que Sua ira, ainda que esta não deva ser desprezada de modo algum. Portanto, não se trata de maldição hereditária nem de ficar contando gerações, e sim de entender o que o Altíssimo está revelando acerca de Si mesmo em textos como esse, e tratar de se garantir no grupo dos abençoados, por meio da fé em Cristo Jesus.


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