Medicina e Saúde – 259
01/02/2021Sociedade
01/04/2021Perseguição em alta
Em 2020, o número de cristãos assassinados em razão de sua fé cresceu 60% em relação ao ano anterior. É o que mostra a Lista Mundial da Perseguição, ranking elaborado pela Missão Portas Abertas (MPA), o qual elenca os 50 países mais intolerantes à fé cristã. Segundo o relatório, atualizado anualmente, 340 milhões de crentes em Jesus estão hoje sob altos níveis de perseguição e de discriminação. Os dez países mais perigosos para um cristão viver, de acordo com o documento, são nesta ordem: Coreia do Norte (foto), Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão, Eritreia, Iêmen, Irã, Nigéria e Índia.
De acordo com a MPA, a pandemia do novo coronavírus mostrou um lado ainda mais cruel da intolerância religiosa: devido à suspensão de inúmeras atividades econômicas, muitas pessoas passaram a depender de ajuda estatal ou de líderes comunitários para ter acesso a alimentos. Não por acaso, cerca de 80% dos cristãos perseguidos disseram ter sofrido algum tipo de discriminação quando tentaram receber itens básicos de sobrevivência. Na Índia, governos locais estão negando comida e assistência médica aos cristãos como forma de pressioná-los a abandonar a fé, informou David Curry, diretor-executivo de Portas Abertas nos Estados Unidos.Histórias semelhantes foram reportadas em nações, como Nepal, Vietnã, Bangladesh, Paquistão, Iêmen e Sudão. (Élidi Miranda, com informações de Portas Abertas, Faithwire e Christian News)
Meninas esposas
O casamento infantil é um problema recorrente no Zimbábue, nação de 15 milhões de habitantes do Sul da África. Estima-se que um terço das meninas de lá sejam unidas a alguém antes de completar 18 anos. Famílias economicamente vulneráveis encontram nos matrimônios precoces a oportunidade de ter uma “boca” a menos para alimentar. Eles acontecem, de modo geral, entre adultos e meninas muito jovens, de 10 ou 11 anos.
País de maioria cristã – nominal e bastante sincrética (crença misturada à feitiçaria) –, o Zimbábue está (desde 2000) mergulhado em profunda crise econômica, agravada pela pandemia. Ao longo das últimas duas décadas, chegou a ter quase 100% de inflação diária (em 2009) e fechou 2020 com uma taxa inflacionária estimada de 622,78%. (Élidi Miranda, com informações de Mission Network News – MNN)
Balões proibidos
Um missionário evangélico na Coreia do Sul, país asiático de 52 milhões de habitantes, está sendo processado por liderar um ministério que atua lançando balões a gás na fronteira com a Coreia do Norte. As aeronaves carregam porções da Bíblia, livro proibido pela ditadura norte-coreana. Os lançamentos acontecem há 15 anos, e Eric Foley (foto), ligado à missão Voz dos Mártires, sempre contou com o apoio das autoridades para fazê-los. Recentemente, entretanto, a reaproximação dos dois governos fez tudo mudar. Segundo as autoridades sul-coreanas, pesam sobre o missionário as seguintes acusações: violação do acordo comercial entre os dois países por enviar material não autorizado pela fronteira, ameaça à segurança nacional do vizinho norte-coreano e uso de gás de alta pressão para encher os balões. A Coreia do Norte, nação de 26 milhões de pessoas, ocupa o topo da Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas. (Élidi Miranda, com informações de The Christian Post)
Assassinatos brutais
Duas mulheres cristãs foram sequestradas e assassinadas em Lahore, cidade do Nordeste do Paquistão, país asiático de 238 milhões de habitantes. Sajida Mushtaq e sua irmã, Abida Qaiser, estavam desaparecidas desde o fim de novembro. Seus corpos foram encontrados dentro de sacos na rede de esgoto da cidade, em janeiro.
Os responsáveis pelo assassinato, Muhammad Mumtaz e Naeem Butt, ambos muçulmanos, trabalhavam no mesmo local das vítimas: em uma indústria farmacêutica. Eles eram seus supervisores e, segundo testemunhas, além de assediá-las, costumavam pressioná-las a se converterem ao Islã para se casarem com eles. Em depoimento, a dupla confessou que praticou o sequestro e estuprou as vítimas por dias antes de assassiná-las. Sajida era casada e deixou três filhos pequenos. Abida também deixou o esposo e uma menina de nove anos. As duas são as mais recentes vítimas de uma série de sequestros e matrimônios forçados de mulheres e meninas cristãs ocorridos no Paquistão. (Élidi Miranda, com informações de Morning Star News)
Ataques de extremistas
Cristãos têm sido alvos de ataques brutais na Índia, nação asiática de 1,3 bilhão de habitantes. Recentemente, um grupo de 20 extremistas hindus interrompeu o culto da Igreja Missão Evangélica Celestial, no distrito de Shahjahanpur, no Norte do país. Eles agrediram homens, mulheres (foto) e até crianças usando bastões e as próprias cadeiras da congregação. Vamos continuar a bater em vocês até que xinguem e amaldiçoem Jesus, diziam os agressores.
A sessão de violência continuou do lado de fora da igreja, para onde os invasores levaram quatro cristãos, com o dono do imóvel alugado pela denominação. Ali, ameaçaram matá-los e deram continuidade às agressões físicas. Policiais que estavam em uma viatura assistiram a tudo e, apenas no final dos ataques, intervieram e levaram os cristãos para a delegacia, onde estes igualmente foram agredidos. Os membros da igreja somente foram liberados horas mais tarde. (Élidi Miranda, com informações de Morning Star News)
Violência doméstica
Um muçulmano do Leste de Uganda, país africano de 45 milhões de habitantes, bateu na esposa e a obrigou a tomar pesticida depois de descobrir que ela estava lendo a Bíblia. Ao encontrar os livros, Umar Kyakulaga questionou a mulher, Zubeda Nabirye (foto), 38 anos, se ela havia se convertido à fé cristã. Diante da resposta afirmativa, ele passou a ler trechos do Alcorão que autorizam o marido a bater em suas esposas, caso elas lhe desobedeçam. Em seguida, agrediu-a com tapas e um pedaço de madeira, forçando-a a engolir a substância.
Zubeda tinha as Escrituras em inglês e outro exemplar na língua local, e é cristã desde agosto. Ela foi deixada pelo cônjuge desacordada no quintal da casa. Vizinhos a encontraram quando a mulher estava recobrando os sentidos e a conduziram a um hospital. Depois de ter alta, ela foi acolhida na casa de uma família cristã e não prestou queixa contra o marido por temer retaliação. (Élidi Miranda, com informações de The Christian Post e Morning Star News)