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15/10/2024SERVO OU SENHOR?
As Escrituras mostram como o dinheiro pode afetar a comunhão do crente com Deus
Por Daniele Vieira
O ditado popular que diz: “o dinheiro é a mola que move o mundo” parece fazer sentido, considerando que vivemos em uma sociedade capitalista. A frase expressa, com crueza, a importância das finanças e sua influência em quase todos os aspectos do cotidiano, seja na economia global, seja na conta bancária pessoal. Entretanto, ela também levanta questões profundas a respeito da função desempenhada pelos recursos financeiros na vida humana, especialmente acerca das prioridades e dos valores de cada pessoa.
As Escrituras Sagradas registram importantes orientações sobre como administrar a renda com sabedoria, ética e integridade, fornecendo princípios que podem ser aplicados para uma gestão financeira saudável e alinhada aos preceitos cristãos. A Palavra de Deus enfatiza que a relação do crente em Jesus com o dinheiro impacta diretamente na vida espiritual dele. Porém, evidencia que o problema não está no dinheiro em si, e sim no amor excessivo pelos bens e na busca desenfreada pela riqueza – postura que desvia o foco do cristão do que realmente importa: a salvação em Cristo. O apóstolo Paulo, ao escrever a Timóteo, advertiu o jovem sobre os perigos da cobiça: Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores (1 Tm 6.10).
Por isso, a Bíblia ensina que é fundamental gerenciar bem os recursos financeiros. No evangelho de Lucas, Jesus questiona: Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? (Lc 16.11). No texto, Cristo sugere que a relação financeira do cristão pode refletir na sua capacidade de assumir outras responsabilidades.
Sagrado e profano – O teólogo Mateus Freitas observa: “O dinheiro, como qualquer outra coisa, deve ser utilizado com sabedoria [1 Co 10.31], como um meio, e não um fim”. Segundo ele, após a conversão, o dinheiro não é visto pelo servo de Deus como sagrado e profano, e sim como um instrumento para subsistência e para expandir a obra. “Nesse caso, o dinheiro não ocupa o lugar central nas decisões da vida; transforma-se em um caminho para que o Senhor aja e abençoe pessoas. Portanto, devemos ter uma vida equilibrada e guiada pelo Espírito Santo, porque nosso tempo, nossos planos e nossas riquezas estão debaixo dos propósitos de Deus”, pontua Freitas.
O especialista em Teologia afirma que, nos dias atuais, muitos defendem a ideia de que Deus não tem nada a ver com a vida financeira. Essa visão se baseia em uma passagem bíblica que aponta uma divergência entre os tesouros da Terra e os do Céu e adverte o homem a não colocar o coração nas riquezas (Sl 62.10). “Tesouro envolve trabalho, dinheiro, sensação de segurança e expectativas. Coração se refere ao centro do querer, sentir, pensar e perceber a vida à volta e nos relacionar com ela.”
Mateus Freitas reconhece que, em um mundo consumista e egoísta, ser prudente em relação ao dinheiro é desafiador, mas não impossível. “A vida cristã deve caminhar em estreita comunhão e prudência, algo que Jesus exigiu aos discípulos ao enviá-los em missão (Mt 10.16). Frente ao egoísmo, o crente é aquele que administra seus recursos e vive de forma generosa, sendo capaz de abençoar com liberalidade, porque sabe que Deus é o dono de toda a riqueza.”
Dois senhores – O teólogo Rafael Luz pondera que o dinheiro pode assumir o papel de “servo” ou de “senhor” na vida de qualquer pessoa. Entretanto, citando o ensinamento do Mestre registrado em Mateus 6.24, ele lembra que ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Assim, se o dinheiro for elevado a uma posição de ídolo, seduzirá o coração do indivíduo e o transformará em servo. “O poder sedutor do dinheiro é tão grande que, na maioria das vezes, não percebemos o quanto de nós ele já conquistou”, alerta o estudioso, exemplificando seu pensamento com a história do jovem rico, que procurou Jesus para saber o que era preciso para herdar a vida eterna.
Após falar ao rapaz sobre a necessidade de guardar os mandamentos, Cristo o orientou a vender tudo o que tinha, distribuir aos pobres e segui-Lo. No entanto, o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades (Mt 19.22). “O texto revela uma verdade simples, profunda e necessária: aquele rapaz havia sido seduzido pelas riquezas. O dinheiro não era mais um servo obediente. Pelo contrário, assumira a sala de controle do coração dele e se transformou em um senhor ganancioso.”
Para o especialista, a Bíblia é clara ao alertar para os problemas produzidos pelo amor ao dinheiro: afastamento de Deus (Mt 26.14,15), preocupação (Lc 12.29-31) e tentação (1 Tm 6.9). “O teólogo e pastor batista John Piper, em seu livro Vivendo na Luz: dinheiro, sexo e poder (Edições Vida Nova), faz uma revelação sobre o tema: é possível usar o dinheiro para mostrar que você dá maior valor a ele que a Cristo. Ou é possível usá-lo para mostrar que você dá maior valor a Cristo que ao dinheiro”, cita Rafael Luz, explicando que o dinheiro acaba funcionando como uma espécie de instrumento de aferição capaz de revelar onde está verdadeiramente o tesouro do cristão. “A única maneira de não colocar o coração no dinheiro é submetendo-se, de forma voluntária, a Jesus Cristo, porque se Ele é o Senhor, mamom será sempre servo”, afirma.
Riqueza divina – A Pra. Juliana Viana, líder estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Goiás, acredita que a prosperidade é um dom dado por Deus, mas esclarece que algumas pessoas iludidas se perdem no caminho. “Por não saberem lidar com as riquezas e não terem estrutura emocional, acabam corrompidas”, ressalta.
Por sua vez, a Pra. Silvana Veiga, da Igreja da Graça em Itaguaí (RJ), na região metropolitana do Rio de Janeiro, lembra os inúmeros problemas gerados pelo dinheiro nos dias de hoje, como mortes, separações, contendas, doenças, inveja e inimizade. “Infelizmente, o cristão que não vigia acaba desviando-se dos princípios bíblicos.”
O Pr. Cláudio Santana, da Primeira Igreja Batista (PIB) de Belford Roxo (RJ), na Baixada Fluminense, chama a atenção para as palavras do Salvador registradas em Mateus 19.24: E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus. “Jesus não estava combatendo as riquezas em si, e sim o comportamento das pessoas da época com relação às propriedades delas”, explica o pregador, assinalando que havia, entre os judeus, a crença de que a prosperidade era reflexo das bênçãos divinas. Desse modo, afirma Santana, o Messias adverte sobre o risco de o ser humano estar tão comprometido com os bens terrenos a ponto de não atentar para as riquezas do Céu. “Na Bíblia, há exemplos de homens abastados, como Abraão e Zaqueu, que não permitiram que o dinheiro interferisse na intimidade deles com Deus, pois priorizavam o Senhor.”
Dádiva de Deus – Na opinião do Pr. Daniel de Jesus Bahiano, líder regional da IIGD em Sorocaba (SP), é lícito desejar ter recursos financeiros para suprir as necessidades básicas e realizar sonhos. Entretanto, ele alerta para o fato de muitos elegerem a riqueza como objetivo de vida. “Alguns, na ânsia de ganhar mais dinheiro, sacrificam a saúde, a família e até mesmo a salvação. Agir dessa forma é esquecer que a bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores (Pv 10.22)”, enfatiza o pastor.
Daniel Bahiano esclarece que, segundo as Sagradas Escrituras, a riqueza é uma dádiva do Senhor, mas o pecado da avareza é condenado (Dt 8.18). De acordo com ele, para evitar cair nessa armadilha, é necessário que o crente em Jesus siga a orientação bíblica: Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg 4.7). “O cristão deve rejeitar a mesquinharia, a ganância e tudo o que fomenta a avareza. Desse modo, compreenderá que a vida não se resume aos bens adquiridos. A receita para se livrar da avareza é colocar a esperança em Deus, e não nas riquezas.”
O segredo da verdadeira prosperidade, afirma Bahiano, reside em manter uma vida equilibrada, conforme o Senhor espera de cada cristão. “Jesus ensinou que o Reino de Deus e Sua justiça devem ser buscados em primeiro lugar, deixando claro que priorizar a vivência de Seus ensinamentos é o que gera abundância”, conclui.
2 Comments
Por favor, como faço para saber qual é a chave pix para ofertas e doações?
Caríssima, a chave pix da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) é: 30.902.803/0001-00. [INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES — Nome: Igreja Internacional da Graça de Deus | CNPJ: 30.902.803/0001-00 | Instituição: Itaú Unibanco S.A.]. Que Deus te abençoe!