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13/09/2023“Sou outra mulher”
Depois de quase perder por completo os movimentos das pernas, professora é curada e volta a andar normalmente
Por Evandro Teixeira
Quando tinha apenas sete meses de vida, a professora aposentada Cheilia Vivia Pereira da Silva, hoje com 47 anos, foi diagnosticada com poliomielite (paralisia infantil). Apesar de ter convivido com algumas sequelas, passou a infância e a juventude sem muitas limitações. Até que, em 2012, aos 36 anos, começou a sentir fortes dores no pescoço, insônia e uma sensação excessiva de frio. Na sequência, veio a falta de vigor físico e um grande cansaço. A situação ficou mais preocupante quando, certo dia, Cheilia perdeu a força nas pernas e caiu.
Por meio de um eletroneuromiografia, exame que testa a função do sistema nervoso periférico (nervos, músculos e junção neuromuscular), o médico constatou que ela sofria de síndrome pós-pólio, doença degenerativa que compromete a musculatura e causa fadiga, dores e mal-estar. “Só conseguia ficar em pé, no máximo, por 30 minutos”, lembra-se Cheilia. Caso não respeitasse esse limite de tempo, a docente corria o risco de sofrer uma queda. Para piorar, as mãos e os pés dela começaram a se deformar.
Em 2016, Cheilia se casou com o locutor Felipe Ferreira da Silva, 35 anos. No ano seguinte, nasceu a pequena Vivian. No entanto, o simples ato de pegar a filha no colo teve de ser interrompido assim que a bebê completou oito meses de vida, pois a mãe não tinha mais forças para segurá-la por muito tempo. Na época, Cheilia também já havia perdido a capacidade de cozinhar e cuidar da casa.
O marido ajudava no que podia, e, até quando foi financeiramente possível, o casal contou com o auxílio de uma faxineira. Mas a situação piorou quando Cheilia passou a ter dificuldade para trocar de roupa e se alimentar, pois se engasgava até com a saliva. “Um dia, meu esposo achou que eu tivesse morrido, porque fiquei sufocada enquanto dormia e parei de respirar por alguns instantes.”
Membro da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em São José dos Campos (SP), Cheilia era muito ativa na Igreja e participava do ministério de louvor. No entanto, teve de abandonar as atividades devido ao problema de saúde. Além disso, trancou o curso de fisioterapia na faculdade e se licenciou do trabalho. Na época, era vice-diretora escolar. “Foi muito difícil abrir mão de tudo, mas tive de focar na minha saúde.”
Em razão da limitação de movimentos, ela passava a maior parte do tempo em casa, onde acompanhava as programações da IIGD. Durante a pandemia, teve uma preocupação a mais: de acordo com os médicos, uma possível contaminação pelo coronavírus seria fatal. Porém, a professora se manteve firme na fé e entrou em todos os propósitos de oração estabelecidos pelo Missionário R. R. Soares. Um deles, em especial, foi muito marcante: por causa das dores no quadril e nas pernas, não conseguia sequer ficar sentada na cama. No entanto, ao final da campanha de oração, a dor cessou, e ela ficou novamente de pé. “Deus falava ao meu coração que eu deveria me levantar”, revela.
“Grande alegria” – Cheilia passou, então, a andar com o auxílio de muletas. Com um pouco mais de mobilidade, sentiu-se à vontade para retornar à casa de Deus, em busca de sua cura. Em nenhum momento deixou de crer que viveria um milagre. Essa esperança ficou ainda mais forte em setembro de 2022, quando soube que o Missionário estaria em um culto especial em sua Igreja. A professora decidiu que iria àquela reunião de qualquer maneira.
Porém, uma semana antes do evento, Cheilia percebeu que a sua capacidade de movimentar as pernas estava novamente comprometida. Mesmo diante daquela situação, sentiu-se ainda mais determinada a participar do culto, embora não soubesse bem como chegaria ao templo.
Perseverante e disposta a ir até mesmo carregada, ela foi andando, de muletas, até a Igreja. Durante a oração da fé, o Missionário foi específico e intercedeu por pessoas que haviam ficado incapacitadas de mover os braços e as pernas. E o milagre aconteceu: após a oração, Cheilia já não sentia dores, a força nas pernas voltou, e ela passou a andar normalmente. “Foi um momento de grande alegria, pois estava contando os dias para receber a vitória”, recorda-se.
Quando saiu da Igreja, Cheilia caminhou até sua casa sem os apoios. Já conseguia realizar as atividades do lar e cuidar de si mesma e da filha pequena. Só não pôde retornar ao trabalho porque havia sido aposentada devido ao problema. No ministério, Cheilia pretende retomar todas as atividades que ficaram para trás, como dar aulas de flauta.
Para a professora, todo o processo da doença a levou para mais perto de Deus, pois foi o período em que mais buscou o Altíssimo, orando e lendo a Palavra. Ela admite que ficou desesperada quando recebeu o diagnóstico da enfermidade, mas buscou refúgio na fé. “Com certeza, sou outra mulher. Agora, conheço o Senhor não pelo que Ele fez na vida de alguém, e sim na minha”, conclui.