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01/06/2022Medicina e Saúde – 277
01/08/2022Dupla vitória
Pela fé, casal de patrocinadores supera sequência de doenças
Por Evandro Teixeira
Em março de 2020, no início da pandemia, pouco se sabia sobre a covid-19. O mundo havia sido pego de surpresa pela propagação do vírus, que se espalhou rápido, inclusive no Brasil. Foi nesse momento que a auxiliar de Recursos Humanos Karen Miyuki Yonamine da Silva, 44 anos, começou a sentir falta de ar e a ter febre, decorrente de uma gripe. A suspeita de que pudesse ser covid a fez buscar atendimento de urgência. Após a avaliação e diante dos sintomas característicos de infecção pelo novo coronavírus, o médico optou por interná-la na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Mais tarde, um teste comprovaria o diagnóstico positivo da enfermidade.
O que se sabia naquele período sobre a doença era que ela apresentava alto índice de letalidade. Por isso, o marido de Karen, o auxiliar de controle de produção Gilson da Silva, 51 anos, ficou extremamente preocupado com o estado de saúde de sua esposa. Desse modo, logo que a deixou no hospital, buscou quem pudesse ajudá-lo a interceder pela mulher. O casal – residente no bairro Jardim Vila Mariana, na região central de São Paulo (SP) – é membro da sede estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) na Avenida São João, 791, na capital paulista.
Os cultos presenciais estavam suspensos devido à pandemia. Porém, a Igreja mantinha as portas abertas com a Clínica da Fé, uma espécie de pronto socorro espiritual. Obreiros e pastores prestavam assistência às pessoas que iam até lá, respeitando as normas de distanciamento social. Ao conversar com um dos pastores sobre a situação de Karen, Gilson recebeu uma palavra de fé: Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá? (Isaías 43.13). O pregador o convidou também para assistir a um culto on-line que seria transmitido para um número reduzido de pessoas, na própria IIGD.
Karen permaneceu internada por 15 dias. Antes da confirmação de que se tratava de covid (o que aconteceu no terceiro dia de internação), o marido ia diariamente ao hospital. Embora não pudesse ter contato direto com a esposa, ficava na sala de espera, onde falava com ela por videochamada. Quando saía dali, dirigia-se à casa de Deus e pedia aos obreiros que orasse com ele.
Karen Miyuki Yonamine da Silva, com o marido Gilson da Silva e a filha Mylena na Igreja: família unida servindo ao Senhor
Gilson se lembra de que, segundo os médicos, a evolução do quadro dependeria das respostas do organismo da Karen às medicações utilizadas. “No início, fiquei sem chão, mas entendi que era o momento de intensificar a oração”, comenta ele, assinalando que, após o resultado positivo para covid, precisou entrar em quarentena, a pedido dos especialistas, pois também poderia estar infectado. Antes que fosse afastado do hospital, ungiu a porta da UTI onde sua esposa estava, em um ato de fé. “Declarei que ninguém atrás daquela porta iria morrer.” E, de fato, até a alta de Karen, não houve sequer um óbito naquela Unidade de Tratamento Intensivo.
Apesar da falta de ar, Karen não necessitou ser intubada: utilizou apenas um respirador mecânico. Dia após dia, ela foi se recuperando, até que recebeu alta. No entanto, em decorrência do problema, desenvolveu cálculos renais e precisou retirar aquelas massas sólidas cristalizadas em janeiro de 2021. Outra sequela foi uma forte queda de cabelo, revertida com o tratamento prescrito por um dermatologista.
Doença grave – Contudo, superado o drama de Karen, o casal enfrentou outro desafio: Gilson se sentiu mal em abril de 2021, apresentando, a princípio, sintomas de gripe. Temendo tratar-se de covid-19, procurou atendimento médico e fez o teste, porém o resultado deu negativo.
O auxiliar de controle de produção Gilson da Silva e sua esposa, a auxiliar de Recursos Humanos Karen Miyuki Yonamine da Silva, quando estavam hospitalizados: testemunhas do “agir de Deus”
Entretanto, seu estado clínico se agravava à medida que os dias transcorriam. Voltou a procurar auxílio médico, mas, desta vez, os exames revelaram que ele estava com broncopneumonia [causada por infecção bacteriana] gravíssima. Os papéis, então, foram invertidos: Gilson teve de ficar na UTI. Durante esse período, a esposa buscou amparo na Igreja da Graça. Na sede da IIGD, encontrou o pastor que atendera seu esposo quando ela estava internada. O ministro leu o mesmo texto bíblico que havia citado para seu marido (Is 43.13) e disse: “Assim como Deus operou na sua vida, acontecerá com seu esposo”.
Gilson ficou internado por 13 dias. Sentindo dores no peito e falta de ar, recebeu tratamento com respirador facial, todos os dias, por quatro horas, divididas em dois períodos iguais. No entanto, não houve melhora. Se continuasse daquele jeito, teria de ser intubado. Ele, porém, pediu ao médico que ficasse com o equipamento por uma noite inteira e disse que, se no dia seguinte não houvesse evolução, poderia realizar a intubação.
Clamando pela intervenção de Deus e determinando que sairia do leito hospitalar curado, Gilson teve uma melhora repentina naquela noite. Na manhã seguinte, acordou respirando sozinho, sem auxílio mecânico. Seu parecer clínico mudou rapidamente e logo recebeu alta. Hoje, não tem qualquer problema respiratório. “Meus pulmões foram restaurados”, testemunha.
O casal tem uma filha (Mylena, de 14 anos), e toda a família serve ao Senhor, sendo fiel nos dízimos, nas ofertas e no patrocínio da obra. Karen e Gilson frequentam a Igreja da Graça desde o ano 2000, e, para eles, essa comunidade de fé desempenha um papel fundamental no enfrentamento de todas as dificuldades. “Temos visto o agir de Deus sempre que passamos por adversidades e sabemos que nunca estamos sozinhos”, conclui Gilson.