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Foto: E. E. Hille Wellcome

Pioneiro na saúde pública

Médico britânico foi o criador da vacina contra a varíola, o primeiro imunizante da História

Por Élidi Miranda*

A pandemia da covid-19 vem perdendo força no planeta, em parte, graças à ação das vacinas. Poderosas armas na prevenção de diversas enfermidades, elas já foram capazes de erradicar algumas delas. No passado, a poliomielite [doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes] matava ou deixava sequelas graves em crianças. Hoje, por meio da imunização maciça, essa mazela está eliminada no Brasil e na maior parte do globo terrestre.

Outro mal extinto graças a um amplo esforço de imunização mundial foi a varíola. Altamente contagiosa, era uma praga terrível, a qual assolava a humanidade havia séculos. Acredita-se que ela tenha causado a morte de um terço da população de Atenas, na Grécia, em 430 a.C., e muitas outras, nos dois milênios seguintes, em mais partes da Terra.

No século 18, a população da Europa sofria por causa da pandemia de varíola que varria todo o continente. A doença, que causa febre e erupções na pele, pode levar à cegueira e à morte. Segundo os historiadores, quando chegava a algum vilarejo, o surto de varíola era capaz de dizimar entre 20% e 50% da população local. Estima-se que a moléstia fazia cerca de 400 mil vítimas fatais por ano apenas no continente europeu na época.

Até que um médico cristão do interior da Inglaterra, hábil e perspicaz, entrou em cena: Edward Jenner (1749-1823), criador da primeira vacina contra a varíola. Nascido em Berkeley, cidade do condado de Gloucestershire, a 148km da capital, Londres, Jenner era cristão e filho de um ministro anglicano. Aos 14 anos, era aprendiz de um conhecido cirurgião. Em 1770, com apenas 21 anos, foi para Londres a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos. Ali, estudou cirurgia e anatomia com outro famoso especialista, John Hunter (1728-1793).

Contudo, a vida na cidade grande não lhe era tão agradável quanto os ares do campo. Por isso, em 1773, retornou ao interior, onde logo se tornou um conhecido médico e cirurgião. Entretanto, dividia seu amor pela Medicina com a paixão pela natureza. Viver no interior lhe proporcionava oportunidades únicas de observar a criação, a qual ele considerava um dom maravilhoso concedido por Deus à humanidade. Assim, também escolheu ser naturalista. Publicou um artigo singular sobre o processo de desenvolvimento dos filhotes de cuco, uma ave comum em certas regiões da Europa, rendendo-lhe uma das maiores honrarias científicas da época: o ingresso na renomada Sociedade Real de Londres, em 1788.

Representação pictórica de Edward Jenner, criador da primeira vacina contra a varíola, vacinando um menino Foto: E. E. Hille Wellcome

Varíola bovina” – Porém, Jenner não entraria para a História por seu ofício como ornitólogo. No século 18, as pessoas estavam tão desesperadas para escapar da varíola que muitas procuravam se contaminar deliberadamente com o vírus. Alguns médicos começaram a inocular em cidadãos saudáveis o material retirado das feridas daqueles que tinham uma versão mais branda da doença. Era um procedimento pouco seguro, sem qualquer garantia de sucesso. O afamado pregador norte-americano Jonathan Edwards (1703-1758) foi um dos que não resistiram a esse método, vindo a falecer.

Mas, certo dia, nos anos de 1790, Jenner estava conversando com uma mulher cuja ocupação principal era ordenhar vacas. Ela disse: “Jamais terei varíola, pois já tive varíola bovina”. Sempre sagaz, o médico observou que os vetores animais transmitiam aos humanos uma forma mais branda da doença, quase assintomática, e passou a ponderar se aquela mulher teria razão. Haveria, então, algum meio seguro de inocular o vírus da varíola bovina em humanos a fim de prevenir a manifestação grave da doença? Ele começou a estudar a possibilidade e fez o primeiro teste em um jovem cavalariço. O rapaz teve sintomas leves da moléstia e, meses mais tarde, foi inoculado com o vírus da varíola humana, e não apresentou sintomas graves. Jenner continuou fazendo testes, e os resultados eram empolgantes.

Em 1797, o médico Edward Jenner enviou um trabalho sobre sua descoberta à Real Sociedade, que o rejeitou por ter apenas 13 amostras. Ele não se deu por vencido: reuniu mais dados e publicou o resultado da pesquisa à própria custa. Ele batizara o procedimento usado de vacinação edeu ao produto de sua sondagem o nome de vacina (termo que vem do latim vaccinus, ou seja, derivado da vaca).

Enquanto os acadêmicos de Londres se debatiam sobre o rigor científico do experimento, sua vacina estava se espalhando por toda a Grã-Bretanha. Como cristão, Edward Jenner achava que tinha obrigação de usar aquela descoberta para salvar vidas, e não para ganhar dinheiro. Portanto, vacinava os menos favorecidos sem lhes cobrar nada, e isso o levou à falência.

Jenner jamais exercera a função de pregador ou ocupara os púlpitos das igrejas da Inglaterra. No entanto, demonstrava sua fé com seu testemunho diário, como médico empenhado e humilde. Sua maior preocupação era dedicar a Deus toda a honra e a glória por seu serviço. Considerava-se apenas alguém que havia sido usado por Ele.

Sua técnica inovadora e bem-sucedida de prevenção da varíola se espalhou pelo mundo nos dois séculos seguintes, tornando possível a elaboração de outros imunizantes. Devido à dedicação desse servo de Cristo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu, em 1980, que a varíola havia sido erradicada em todo o planeta. (*Com informações de Wikipedia e Keep The Faith)


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