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16/10/2024
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EDUCAÇÃO INTENCIONAL

Kids in colorful uniforms on bended knee ready to run the marathon on the stadium

Foto: Sergey Novikov / Adobe Stock

EDUCAÇÃO INTENCIONAL

Ao deixar que os filhos experimentem algumas dificuldades, os pais os ajudam a desenvolver fé, caráter e resiliência

Por Evandro Teixeira

Historicamente, cabe aos pais a tarefa de conduzir a formação moral e espiritual dos filhos. O tema, aliás, tem sido cada vez mais discutido por diferentes estudiosos. Entre eles, está a Dra. Kathy Koch, especialista em Educação e autora do livro Resilient kids: Raising them to embrace life with confidence (Crianças resilientes: educando-as para viver a vida com confiança, em tradução livre). Segundo Koch, autora também de Redes e adolescentes (Graça Editorial), as crianças precisam passar por experiências “ruins”, contratempos comuns do dia a dia, para desenvolver resistência. Ela acrescenta que os pais devem permitir que os crianças encarem contrariedades para adquirirem a capacidade de compreender o propósito de Deus na vida delas.

Para Kathy Koch, os pais devem permitir que as crianças encarem contrariedades para adquirirem a capacidade de compreender o propósito de Deus na vida delas
Foto: Divulgação

A profissional ainda defende que as vivências negativas ajudam os filhos a superar os traumas e, ao mesmo tempo, desenvolver o caráter, a fé e a saúde mental. Ao destacar o papel dos responsáveis nesse processo, Kathy Koch sinaliza que a superproteção pode favorecer uma geração mimada. Em entrevista ao canal do ministério cristão Focus on the Family, no YouTube, ao citar o texto de Romanos 5.3,4 (E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança), ela foi taxativa: As pessoas sabem que é necessário permitir que as crianças passem por momentos difíceis e, através deles, aprendam a superá-los e progredir. Caso contrário, se tornarão adultos frágeis.

O Pr. Alberi de Souza Rodrigues diz que as crianças precisam experimentar pequenas frustrações para desenvolver a capacidade de superação: “O crescimento de uma pessoa se dá a partir das vivências
Foto: Arquivo Graça / Solmar Garcia

Primeira infância – O Pr. Alberi de Souza Rodrigues, líder da Igreja do Evangelho Quadrangular de Santa Eugênia, em Nova Iguaçu (RJ), faz coro com a Dra. Kathy Koch. Para ele, os pequeninos precisam experimentar pequenas frustrações para desenvolver a capacidade de superação. Isso porque, a formação da personalidade de um indivíduo acontece na primeira infância – até os seis anos. Tal fato faz com que as experiências, nessa fase, tornem-se relevantes. “O crescimento de uma pessoa se dá a partir das vivências e escolhas”, ressalta.

Rodrigues lembra que os pais, por natureza, têm cuidados especiais com os filhos, suprindo as necessidades básicas – materiais e emocionais – a fim de que se sintam seguros. No entanto, no ponto de vista dele, é igualmente importante encorajá-los para as pelejas da vida, pois a superproteção pode gerar adultos inseguros e com baixa capacidade de lidar com as frustrações. “Pessoas com esse perfil se tornam dependentes da validação de terceiros para as suas decisões”, destaca.

A educadora Rosane Gomes de Araújo da Silva afirma que a maioria dos pais tem uma ideia equivocada de que os filhos, por parecerem frágeis, precisam ser poupados do perigo para crescerem seguros
Foto: Arquivo pessoal

Na visão da educadora Rosane Gomes de Araújo da Silva, a maioria dos pais tem uma ideia equivocada de que os filhos, por parecerem frágeis, precisam ser poupados do perigo para crescerem seguros. Nos primeiros anos de vida, ressalta ela, é um pensamento compreensível, uma vez que a garotada  ainda não tem habilidades motoras e psíquicas para avaliar situações perigosas. Entretanto, o problema começa quando isso passa a ser um comportamento automático. “Desse modo, os pais acabam atuando como um agente limitador, fazendo com que os rebentos não saibam minimamente se defender ou evitar riscos.”

A educadora salienta que os filhos vão amadurecer justamente quando encontrarem obstáculos e puderem refletir acerca dessas ocasiões. Nessa hora, alerta ela, é necessário haver um diálogo para que os pais assimilem o momento ruim pelo qual as crianças passaram e, assim, possam instruí-las sobre as melhores maneiras de solucionar o assunto. “A família é a primeira referência social e comportamental que a criança reconhece. Os filhos sempre estarão atentos ao que acontece nesse ambiente, o que, evidentemente, acaba norteando o comportamento deles.”

O Pr. Leonardo Luís Távora da Silva acredita que, pelo fato de muitos pais terem vivido uma infância complicada, adotam uma educação superprotetora
Foto: Arquivo pessoal

Perspectiva cristã – Pensamento semelhante tem o Pr. Leonardo Luís Távora da Silva, da Primeira Igreja Batista de Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ). O pregador salienta que, pelo fato de muitos pais terem vivido uma infância complicada, adotam uma educação superprotetora. O pastor explica que essa atitude é ruim, pois as frustrações fazem parte da vida. “Por meio delas, ficará claro que nem sempre os filhos terão tudo o que desejam, porque o ‘não’ também é resposta”, assevera Silva, reconhecendo que poucos sabem receber uma negativa.

Foto: Pahis / Adobe Stock

Analisando o texto de Romanos 5.3,4, citado pela Dra. Kathy Koch, o ministro batista recorda que, durante a história bíblica, em diferentes episódios, Deus usou o sofrimento como instrumento para forjar o caráter das pessoas, como ocorreu na saída dos hebreus do Egito: Ora, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não o conduziu pelo caminho da terra dos filisteus, se bem que fosse mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte para o Egito (Êx 13.17) – JFA offline. “Assim como aconteceu com o povo de Israel, ao passar por situações difíceis, aprendemos que Deus é um Pai que nos molda e trata nossa personalidade também diante da dor.”

O teólogo Reinaldo Vieira Lima afirma que os desafios da vida podem servir para o crescimento pessoal e espiritual
Foto: Arquivo pessoal

O teólogo Reinaldo Vieira Lima afirma que os desafios da vida podem servir para o crescimento pessoal e espiritual. Contudo, chama a atenção para um aprendizado mais profundo. “Em meio aos percalços, muitas vezes é possível experimentar de maneira mais impactante o amor, a misericórdia e a graça do Senhor.”

Líder da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Rio Verde (GO), o Pr. João Florêncio de Oliveira Alves Júnior assinala que os pais devem orientar os filhos a fim de que enfrentem toda e qualquer situação tendo em mente a orientação bíblica. Para tanto, ratifica Alves, valerá sempre a lei da semeadura. “Os pais precisam mostrar aos filhos que obterão os resultados das próprias escolhas. Por isso, devem ser os primeiros a apontar os erros deles, alertando-os que o salário do pecado é a morte.”

O Pr. João Florêncio de Oliveira Alves Júnior assinala: “Os pais precisam mostrar aos filhos que obterão os resultados das próprias escolhas”
Foto: Arquivo pessoal

Missão divina – A lojista Rosana Reis de Souza Silva, 37 anos, tem procurado fazer uma boa semeadura, ao lado do marido, o pintor Maykon Henrique Silva, 35, na vida dos filhos – Maria Cecília, oito anos, e João Pedro Henrique, dois. Ela reconhece que, por mais que tentem proteger os pequeninos, os pais nunca terão controle de tudo. Assim, a comerciante frisa: é preciso ensinar-lhes que, em qualquer circunstância, o fundamental é estar alicerçado em Deus e buscar a direção dEle por meio da Palavra. “É muito desafiador educar nos dias de hoje. À medida que os filhos crescem e se tornam jovens, o cenário parece ainda mais preocupante”, pondera Rosana, membro da sede regional da IIGD em Lavras (MG).

A lojista Rosana Reis de Souza Silva, [ao lado do marido, o pintor Maykon Henrique Silva, e dos filhos, Maria Cecília e João Pedro Henrique], pondera: “É muito desafiador educar nos dias de hoje”
Foto: Arquivo pessoal

Opinião semelhante tem o Pr. Alandro Pereira Silva, 35 anos, auxiliar na sede estadual da Igreja da Graça em Teresina (PI). Casado com a técnica de enfermagem Francilene Furtado Franco Silva, 34 anos, o casal tem três filhos: Júlia, seis anos, Laura, três, e Cristian, de apenas quatro meses. Para ele, o maior desafio da paternidade é encontrar o equilíbrio na hora de educar. Na prática, o ministro tem a consciência de que a suposta superproteção não garante que os filhos passarão ilesos pelas fases difíceis. Além disso, Silva entende que, ao prepararem suas crianças para as adversidades, os pais não estão cortando o vínculo com elas. “Mesmo depois de se tornarem adultos e independentes, nós sempre nos colocaremos à disposição quando precisarem de ajuda.”

O Pr. Alandro Pereira Silva [com a esposa e os filhos] avalia: o maior desafio da paternidade é encontrar o equilíbrio na hora de educar
Foto: Arquivo pessoal

Por sua vez, o Pr. Guilherme Teixeira Moreira, líder da IIGD em Perdões (MG), crê que os pais cristãos devem seguir o padrão estabelecido pelo Altíssimo para lidar com a garotada. “O Pai celestial permite que enfrentemos barreiras. Ele sabe que as dificuldades tendem a gerar filhos mais maduros”, acentua Moreira, deixando nítido que, para aplicar esse exemplo nos lares, é fundamental oferecer uma boa estrutura emocional e espiritual para os meninos e as meninas.

O Pr. Guilherme Teixeira Moreira acentua: “O Pai celestial permite que enfrentemos desafios. Ele sabe que as dificuldades tendem a gerar filhos mais maduros”
Foto: Arquivo pessoal

O pastor reconhece que, para os pais, é difícil permitir que os filhos passem por alguma provação, mesmo encarando-a como uma forma de aprendizado, mas observa ser esse o caminho correto. Ao tomar como modelo a comunhão de Deus e Jesus, Guilherme Moreira lembra que, apesar de ter um imenso amor, o Todo-Poderoso não poupou Seu Filho da missão de morrer na cruz. “O Criador permitiu que o próprio Filho viesse à Terra e enfrentasse os mais diversos tipos de situações. Porém, só assim, Cristo cumpriu o Seu propósito terreno”, pontua, esclarecendo que ninguém precisa sacrificar seus filhos. “O Senhor sempre estará à frente, conduzindo experiências boas e ensinando-lhes a lidar com as situações ruins. No entanto, caberá a cada um aprender com elas.”

Foto: Divulgação

O Missionário R. R. Soares enfatiza em seu livro A criação dos filhos (Graça Editorial) a importante missão delegada pelo Onipotente aos pais: educar com base na Palavra. Ele ressalta que os filhos possuem características individuais, e, por isso, somente nas Escrituras Sagradas, pai e mãe serão capazes de não só encontrar os meios de suprir as necessidades das crianças, como também de instrui-las. Além disso, Soares ensina qual é a real dimensão da relação entre pai e filho: Ao sermos informados pela Palavra de Deus de que os filhos são herança do Senhor, percebemos nossa responsabilidade na criação deles, pois estamos cuidando não somente dos nossos filhos, mas também da herança de Deus.


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