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Jovem supera a depressão ao se dedicar às atividades da Igreja e se torna um instrumento nas mãos do Senhor
Por Evandro Teixeira
A advogada Joice Rasquinha Machado da Silveira, 46 anos, começou a frequentar a Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Sapucaia do Sul (RS), região metropolitana de Porto Alegre, em 2008. Casada com o motorista Márcio José Santos da Silveira, 47, ela conheceu o ministério por intermédio de uma amiga. No início, suas idas aos cultos eram esporádicas. Contudo, com a morte do pai, Luiz Carlos Ferreira Machado, aos 57 anos, dois meses após suas primeiras visitas à congregação, Joice adotou uma nova postura e passou a buscar Jesus de modo genuíno.
Segundo ela, aquela perda abalou toda a família, especialmente sua filha, Bruna Kathyussa Machado da Silveira, 22 anos, na época com apenas seis. “Morávamos praticamente juntos. Não na mesma casa, mas compartilhávamos o quintal. Ela cresceu convivendo com os avós, então era muito apegada ao meu pai”, explica.
Preocupados com a mudança no comportamento da pequena, os familiares decidiram levá-la a um psicólogo para auxiliá-la no processo de luto, já que a criança, antes alegre e extrovertida, havia se tornado introspectiva e tímida. No entanto, o tratamento foi interrompido após seis meses, pois a avó, Cilda Rasquinha Machado, atualmente com 75 anos, responsável por levar a neta às consultas, também se sentia abalada emocionalmente com a perda do marido e estava sem condições de se deslocar.
Quadro depressivo – Aos 11 anos, a menina precisou retomar o tratamento. Após um ano de acompanhamento, o psicólogo disse que ela estava bem, mas, alguns meses depois, Bruna teve uma recaída, e a situação se agravou. Assim, seguindo a orientação da escola, com 12 anos ela foi encaminhada ao neurologista a fim de passar por algumas avaliações. Após a realização de um eletroencefalograma, o especialista descartou outras possibilidades clínicas e diagnosticou um quadro depressivo.
Antes do parecer médico, Joice já havia notado alguns comportamentos preocupantes na filha. A pré-adolescente não conseguia falar sobre o avô nem olhar para as fotos dele, chegando até a cortá-las. Além disso, quando mencionavam algum fato envolvendo os dois, a garota ignorava a participação dele no acontecimento. “Esses foram os primeiros sinais de que ela precisava de ajuda especializada”, destaca a mãe, acrescentando que, durante dois anos, Bruna teve de tomar antidepressivos.
Sem perceber melhoras significativas na filha, então com 14 anos, Joice decidiu interromper o uso dos remédios industrializados e optou por medicações naturais. Aliado a isso, a mãe sugeriu algumas opções de atividades físicas, e, apesar de a menina não demonstrar interesse por nenhuma, o balé foi a que mais atraiu a atenção dela. “Ciente do problema, a professora a convidou para ser monitora das alunas menores, como forma de estimular sua socialização”, conta a advogada, revelando que, após algumas situações ocorridas nas aulas, Bruna desistiu da dança.
Naquela época, ela frequentava as programações do grupo jovem da Igreja da Graça. Durante dois anos, Joice acompanhou a filha nos eventos porque, devido à timidez e à dificuldade de interagir com as pessoas, a adolescente acabava isolada. “A Igreja foi o melhor lugar que encontrei para ajudá-la a enfrentar seus medos. Fiz um grande esforço indo com ela aos encontros, às vigílias e a outros eventos da juventude.”
Agir do Senhor – Aos poucos, Deus foi trabalhando na vida de Bruna. Quando ela passou a ir sozinha às reuniões, começou a ficar mais enturmada. Aos 17 anos, conseguiu uma vaga de jovem aprendiz em um estúdio de fotografia, e, posteriormente, fez cursos de capacitação na área. Nesse período, os líderes jovens ajudaram-na bastante, inserindo-a gradativamente nas atividades e convidando-a, inclusive, para ser a fotógrafa do grupo.
Após a chegada de um novo líder na IIGD, o Pr. Ederson Pinto, Bruna recebeu a incumbência de fazer os registros fotográficos dos cultos. Mesmo tímida, ela não hesitou em assumir a tarefa. Com o tempo, ao notar que a jovem estava mais desinibida, o pastor a convidou para ocupar uma nova função: liderar os adolescentes. “Ela ficou assustada com o convite, pois nunca imaginou que teria tamanha responsabilidade”, lembra-se a mãe. Em um primeiro momento, Bruna disse que não daria conta de assumir a atribuição, mas o pastor insistiu, e ela aceitou o desafio. “Foi quando tive a certeza de que Deus havia trabalhado na vida dela.”
Joice esteve em oração durante todo o processo de cura da filha e colocou essa conquista no Projeto de Vida, campanha anual da Igreja da Graça na qual as pessoas fazem pedidos ao Altíssimo com vistas ao ano vindouro. “Sempre pedi a Deus que a livrasse daquele mal. Eu sabia que, ao se aproximar mais do Senhor, ela obteria a vitória.”
Hoje, Bruna trabalha com fotografia e se tornou uma mulher madura, responsável e temente ao Pai. “Aquela menina tímida, que não gostava de nada e de ninguém, agora é um grande instrumento de Deus na vida de muitos adolescentes”, declara a mãe, emocionada. A mudança na vida da jovem foi tão marcante que ela compartilhou seu testemunho na Comissão de Enfrentamento à Depressão e ao Suicídio na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS).