Saudáveis Advertências – 258
01/01/2021Igreja
01/01/2021Um com o Pai
Pesquisa nos Estados Unidos mostrou que 30% dos evangélicos não acreditam na divindade de Cristo
As palavras de João são claras: No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus (Jo 1.1-3). A divindade de Jesus é um princípio básico da doutrina cristã, enfatizado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento [Leia, no final desta reportagem, o quadro Testemunho bíblico]. Contudo, o pensamento de que Jesus é o próprio Deus não é uma unanimidade entre cristãos evangélicos, como demonstrou o levantamento Status do estudo da teologia americana 2020 (em inglês, 2020 State of american theology study).
Fruto de uma parceria dos institutos de pesquisa Ligonier Ministries e LifeWay, a análise expôs que 30% dos protestantes entrevistados concordam com a afirmação: Jesus foi um grande mestre, mas não era Deus. Os estudiosos dizem que, felizmente, a maioria (66%) dos respondentes nesse segmento discordou da frase. Ao todo, foram entrevistados 3.002 adultos nos Estados Unidos (EUA), incluindo 630 evangélicos professos. A respeito dos resultados da sondagem, o diretor acadêmico do Ligonier Ministries, Stephen J. Nichols, declarou: Estatísticas como essas […] podem nos dar um choque, mas, também, lançam luz sobre as preocupações que muitos cristãos e igrejas americanas têm expressado por décadas. À medida que a cultura ao nosso redor abandona cada vez mais sua bússola moral, os evangélicos professos estão tristemente se afastando do padrão absoluto de Deus nas Escrituras.
Apesar de o levantamento ter sido feito nos Estados Unidos, o Pr. Washington Rodrigues Souza, 58 anos, acredita que, caso a mesma pesquisa fosse levada a efeito no Brasil, os resultados seriam parecidos. “Teríamos as mesmas respostas e podemos atribuir isso, entre outros fatores, aos discursos e influência da ciência, que, vez por outra, tenta refutar a existência do Criador”, assegura Souza, doutor em Teologia e líder da Igreja Batista Carioca, no Méier, zona norte do Rio de Janeiro (RJ). Na opinião do pregador, a divindade de Jesus e a Sua presença neste mundo têm sido questionadas. “A realidade histórica aponta para a existência dEle em um período. Esses dados são verdades e não hipóteses. A história nos dá provas de que Jesus Cristo não foi uma invenção, Ele, de fato, existiu.”
“Tempos apostólicos” – O Rev. Luiz Longuini, 63 anos, da Igreja Presbiteriana do Rio Comprido, zona norte do Rio de Janeiro (RJ), frisa que é necessário ter fé para admitir que o Messias veio em carne e é o próprio Deus. “A Bíblia deixa clara a divindade de Cristo, mas, para aceitá-la, é preciso crer. Porém, a fé cristã não está pautada no vazio, e sim na História, a qual entende Jesus perfeitamente como ser humano e divino”, analisa o ministro, que é teólogo, filósofo e doutor em Ciências da Religião.
O Pr. Marco Aurélio Clemente, 56 anos, do Ministério Assembleia de Deus de Alcântara, em São Gonçalo (RJ), afirma que os resultados da pesquisa norte-americana não são propriamente inéditos, pois existe uma tentativa milenar de tirar o crédito das Escrituras e da identidade de Jesus como Deus. “A ideia é fazer com que Ele seja reconhecido simplesmente como alguém que veio para trazer uma palavra e colocá-Lo ao nível de outros ‘mestres’. No entanto, a questão é que existem inúmeras evidências de que Ele é Deus.”
Lembrando à reportagem de Graça/Show da Fé que há diversas passagens em que o Redentor se refere a Si mesmo como Deus, o pastor ainda ressalta o aspecto mais fundamental da fé cristã, que é a ressurreição. “Algum desses ‘mestres’ ressuscitou? Não. Tentativas de desvirtuar a realidade a respeito de Jesus, como Salvador e Deus, existem desde os tempos apostólicos.”
O Pr. Jorge Alberto da Silva e Silva, 55 anos, da Igreja Batista de Jardim Guanabara, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), de igual modo, não se surpreende com os resultados da pesquisa norte-americana. “O Evangelho se tornou mais um meio do que um fim, ou seja, as pessoas veem o cristianismo como um instrumento para realizar seus sonhos”, pontua o líder, ressaltando que a base do Evangelho é o sacrifício do Senhor na cruz do Calvário. “E este só é completo e absoluto exatamente porque diz respeito ao próprio Deus encarnado, que morreu por nós”, acrescenta ele, que também é teólogo e psicólogo.
“Princípios eternos” – O sacrifício salvífico de Cristo é, de fato, o cerne da mensagem bíblica. Porém, nos tempos atuais, não faltam vozes a questionar a veracidade e a autoridade das Escrituras. A investigação mostrou que, para uma parte significativa dos entrevistados – agora incluídos também os ateus e adeptos de outras crenças –, o Texto Sagrado não é um livro inspirado, sem erros e repositório inequívoco da revelação divina para a humanidade. Quando foram perguntados se a frase (absurda): A Bíblia, como todos os escritos sagrados, contém narrativas de mitos antigos que nos ajudam, mas não é literalmente verdadeira, 41% dos entrevistados concordaram, 48% discordaram e 11% não souberam responder. Entre os evangélicos, a maioria (88%) discordou da afirmativa.
A explicação para tantas pessoas verem a Palavra como um livro de ficção pode estar no pensamento do filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), que cunhou a expressão modernidade líquida. Segundo ele, na atualidade, não cabem mais conceitos concretos, engessados, que não dão margem para outras interpretações ou adaptações. O teólogo Hugo Pereira Sampaio, 39 anos, pastor da Juventude da Primeira Igreja Batista de Cachoeiro de Itapemirim (ES), afirma que a sociedade está em um momento de transformação e, à luz do pensamento de Bauman, é possível entender por que uma parte relevante dos entrevistados não considera as Escrituras como sendo verdadeira. “É mais cômodo para essa sociedade líquida desqualificar a Bíblia e transformá-la em um livro de contos, uma vez que nela estão princípios eternos que confrontam diretamente a humanidade.” Para Sampaio, o maior problema é isso ter invadido o meio evangélico com movimentos, como o universalismo, o qual tenta tirar do Livro Sagrado sua característica principal: ser portador da Verdade e de princípios eternos imutáveis.
“Poder de Deus” – O pastor da Quarta Igreja Batista de Macaé (RJ), Aécio Pinto Duarte, 59 anos, ressalta que a relativização da Palavra de Deus pode ser refutada pelas experiências daqueles que creem nela. “Nasci e cresci em uma comunidade de alta periculosidade, onde a maldade impera ainda hoje. Sou pastor há 32 anos e, desde a infância, tenho visto pessoas terem a vida modificada por meio dos ensinos extraídos da Bíblia”, afirma, assinalando que seria capaz de citar o testemunho de diversos conhecidos que, humanamente falando, jamais teriam sido transformados se não fosse o Evangelho de Cristo. “Negar as Escrituras é negar o poder de Deus”, resume.
O Pr. Rafael Moreira Heckler, 28 anos, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Boqueirão, em Curitiba (PR), acredita que, diante da relativização dos princípios bíblicos, os cristãos precisam tomar posição, reafirmando tudo aquilo em que creem. “Acredito que estamos passando pelo período descrito pelo apóstolo Paulo em 2 Timóteo 4.3: Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”, analisa. Heckler também pensa que as pessoas estão tentando encontrar desculpas para seus pecados e, para tanto, valem-se de toda sorte de argumentos. “Não acreditam que Jesus é Deus ou que a Bíblia é uma verdade absoluta. Precisamos estar atentos, pois posições como essas mostram que algo está errado. Cabe à Igreja de Cristo não se intimidar e seguir levando a Verdade que liberta”, conclama.
Testemunho bíblico
A divindade de Jesus está expressa tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, sendo impossível negá-la. O profeta Isaías, falando sobre o nascimento de Jesus, informa que seu nome seria Emanuel, que significa Deus conosco(Is 7.14). Essa é uma das passagens mais conhecidas sobre o assunto. O rei Davi também escreveu sobre a plena divindade de Cristo. No Salmo 110, ele fala a respeito do reino e o sacerdócio do Messias. Esse salmo apresenta um diálogo entre a Trindade: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés (Sl 110.1). O profeta Malaquias também falou sobre a divindade de Jesus ao afirmar que o Messias é o Mensageiro enviado por Deus e o próprio Senhor (Ml 3.1; cf. Mc 1.2; Lc 1.76).
No Novo Testamento, não faltam passagens que confirmam a ideia de que Jesus é Deus. Além dos primeiros versículos do evangelho de João, citados no início da reportagem, o mesmo autor transcreve as seguintes palavras do Mestre: Eu e o Pai somos um (Jo 10.30). No mesmo evangelho, Ele declara: Quem me vê a mim vê o Pai (Jo 14.9b). O propósito do texto de João era justamente o de afirmar a plena divindade e humanidade de Jesus, que estavam sendo atacadas por falsos mestres no século 1 d.C..
Em outras situações, são os apóstolos que professaram explicitamente a divindade do Cristo (Cl 2.9). O apóstolo Pedro disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16b). Após a ressurreição, foi a vez de o apóstolo Tomé confessar: Senhor meu, e Deus meu! (Jo 20.28b). O apóstolo Paulo também é bastante enfático ao explicar esse aspecto basilar da fé evangélica aos filipenses: Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai (Fl 2.9-11).
(Fonte: Bíblia Sagrada)
4 Comments
Jesus é Deus sim senhor!!!
Aleluia! Fato!!!
Eu creio que Cristo é Deus, e virar um dia nus buscar !
Sim, aleluias!!!