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ARMA ESPIRITUAL

Table setting with Holy Bible on white background. Great Lent season

Foto: New Africa / Adobe Stock

ARMA ESPIRITUAL

O jejum aproxima o cristão do Senhor, deixando-o mais fortalecido na fé e suscetível à voz do Espírito Santo

Por Daniele Vieira

As Sagradas Escrituras ensinam acerca da importância de algumas disciplinas espirituais: uma delas é o jejum. De acordo com teólogos, pastores e outros estudiosos do tema, essa prática fortalece a fé e aproxima o cristão de Deus. Além disso, afirmam eles, a abstinência de alimentos, por determinado período, mortifica a carne, tornando o seguidor de Jesus mais sensível para ouvir o Todo-Poderoso e mais preparado para viver em santidade.

O teólogo Valtair Afonso Miranda explica: “Como disciplina espiritual, o jejum vai além da abstinência alimentar”
Foto: Arquivo pessoal

Em seu livro Guia para o jejum equilibrado (Graça Editorial), o evangelista norte-americano Kenneth E. Hagin (1917-2003) escreveu: Jejuar não muda o Senhor, pois Ele é o mesmo antes, durante e depois do seu jejum, mas transformará você e irá ajudá-lo a se manter mais suscetível ao Espírito de Deus. Na obra, Hagin lembra que, segundo o Novo Testamento, as pessoas jejuavam para servir ao Senhor, ordenar homens ao ministério ou para buscar a Deus em momentos de extrema aflição. Por isso, o autor aconselha o seguidor de Jesus a jejuar sempre com um propósito e, não, porque alguém disse para fazê-lo e esclarece que esse ato de renúncia deve ser realizado em segredo.

Na Bíblia, há registros de homens e mulheres que jejuaram em situações específicas ao necessitarem da intervenção de Deus, como Daniel (Dn 10.2,3), Jonas (Jn 3.5-9), Ester (Et 4.15-17), Moisés, Esdras, Josafá, Acabe, Elias, Davi, Neemias, e o próprio Cristo: Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome (Mt 4.1,2).

O Pr. Douglas Baptista aponta: “Toda conexão com Deus é espiritual. Desse modo, a oração e a leitura bíblica devem estar atreladas ao ato de jejuar, a fim de a fé se desenvolver”
Foto: Arquivo pessoal

Embora na Lei de Deus não haja nenhuma ordenança ao jejum, no Antigo Testamento, em algumas ocasiões, essa prática é recomendada. Entre elas, estão: o Dia da Expiação e quando o Senhor conclama Israel para jejuar em sinal de arrependerimento.

Já no Novo Testamento, o assunto é mais visto. O Salvador ratifica que o jejum é fundamental para expulsar uma casta de demônios (Mt 17.21). A profetisa Ana, uma viúva de quase 84 anos, servia e adorava a Deus no templo com jejuns (Lc 2.36,37). Em meio ao jejum e à adoração na igreja de Antioquia, o Espírito Santo ordenou que fossem separados Barnabé e Saulo para a obra (At 13.2) e, assim, ocorreu (v. 3). Esses servos, por sua vez, designaram presbíteros em cada igrejae, com oração e jejum, os encomendaram ao Senhor, em quem haviam confiado (At 14.23 – NVI). “Como disciplina espiritual, o jejum vai além da abstinência alimentar. Simultaneamente, deve-se enfatizar a oração e o louvor para que haja mais proximidade com o Altíssimo”, explica o teólogo Valtair Afonso Miranda, pós-doutor em Ciências da Religião e mestre em Teologia. Ele acrescenta que tal prática é um ato de adoração, assim como a súplica e a intercessão. “Quanto ao tempo [de jejum], dependerá da capacidade de cada pessoa de suportar a carência alimentar”, adverte.

O Pr. Samuel Loredo da Silva Júnior observa que o cristão precisa avaliar com cuidado qual é a motivação do jejum: “A restrição alimentar deve ser focada no espiritual”
Foto: Arquivo pessoal
O teólogo e pastor Rogério Pereira assevera: “Muitos cristãos acreditam que, por jejuarem, o Senhor agirá. Mas a verdade é que o jejum é uma expressão de fé, mortificação da carne e humilhação perante o Criador”
Foto: Arquivo pessoal

Para o ministro do Evangelho, ao fazer uso desse recurso divino, ocorre um mover espiritual. Ele cita a passagem de Daniel 10.2,3, na qual o profeta conta sua experiência: Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas. Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas. “Uma intensa batalha espiritual foi travada. Isso é uma realidade. Essa guerra é demonstrada em Efésios 6.12 (porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais), e só pode ser vencida pela oração e pelo jejum”, afirma o pastor.

Baptista aconselha os cristãos a definir um objetivo ao jejuarem – crescimento espiritual, orientação do Senhor ou intercessão por alguém, por exemplo – e, assim, apresentá-lo diante do Criador. Em seguida, ele sugere que o servo de Cristo estipule o tempo e o tipo de jejum a ser praticado. “Durante esse período, é imprescindível usar todas as oportunidades para orar, louvar e meditar na Palavra”, salienta.

O Pr. Elder Cavalcante afirma que, quando a pessoa jejua com o intuito de abençoar vidas, ela é recompensada: “A bênção retorna para o abençoador”
Foto: Arquivo pessoal

Motivação correta – O Pr. Samuel Loredo da Silva Júnior, da Assembleia de Deus Centro Missionário, em Teresópolis (RJ), na região serrana, observa que o cristão precisa avaliar com cuidado qual é a motivação do jejum: “Se abster de refrigerante para emagrecer e aproveitar para jejuar está errado. Assim como, deixar de comer doce a fim de controlar a diabetes. A restrição alimentar deve ser focada no espiritual”, revela.

Outro ponto a considerar é que essa ação não pode se tornar uma mera formalidade exibicionista e hipócrita, o que o Messias condenava nos fariseus (Mt 6.16), ressalta o teólogo e pastor Rogério Pereira, da Assembleia de Deus Coluna Betel, em Búzios (RJ), na Região dos Lagos: “Muitos cristãos acreditam que, por jejuarem, o Senhor agirá. Mas a verdade é que o jejum é uma expressão de fé, mortificação da carne e humilhação perante o Criador”, defende.

A dona de casa e obreira Ezilene Gomes Félix testemunha as vitórias recebidas por jejuar: “Faz diferença na minha vida. É o período de clamar a Deus e estabelecer metas”
Foto: Arquivo pessoal

O ministro assembleiano explica ainda a passagem de Isaías 58.3: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu o não sabes? Eis que, no dia em que jejuais, achais o vosso próprio contentamento e requereis todo o vosso trabalho. “Nesse texto, o Senhor não condena o jejum, e sim o coração do povo, que estava no lugar errado, pois não se trata de uma moeda de troca para barganhar com Ele”, ensina, sublinhando que “ao jejuar, o crente remove o entulho da carne, da alma e dos sentimentos, ficando, assim, sensível às realidades espirituais e à Palavra de Deus”.

O Pr. Elder Cavalcante, líder estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) no Rio Grande do Norte (RN), acredita que o ato de jejuar reveste o cristão de poder e autoridade do Alto para libertar os cativos e os oprimidos (Mt 17.21). Além disso, o pregador realça que, quando a pessoa jejua com o intuito de abençoar vidas, ela é recompensada: “A bênção retorna para o abençoador”, assegura.

O empresário Leandro Whitefield testemunha: “O jejum me tirou da incredulidade e me fez viver da fé. A carne morre, e o espírito fica fortalecido. Minha vida nunca mais foi a mesma”
Foto: Arquivo pessoal

Bênçãos do jejum – A dona de casa Ezilene Gomes Félix, 49 anos, testemunha as vitórias recebidas por jejuar: fortalecimento da fé e maior intimidade com o Senhor. “Faz diferença na minha vida. É o período de clamar a Deus e estabelecer metas”, diz a obreira na sede regional da IIGD em Itaguaí (RJ), município da região metropolitana do Rio de Janeiro. “Meu irmão capotou com a moto e não sofreu nenhum arranhão. Naquele momento, senti o mover de Cristo e vi as mãos do Todo-Poderoso na vida dele”, recorda-se. Ezilene frisa que, ao jejuar, ela busca mais entendimento e direcionamento do Pai celestial para interceder por seu lar.

A obreira Bárbara Maria dos Santos Rosa diz que, depois que despertou para o jejum, a vida dela mudou: “Tornou-se um hábito frequente porque me sinto fortalecida espiritualmente, em especial, quando preciso lidar com as dificuldades”
Foto: Arquivo pessoal

O empresário Leandro Whitefield, 37 anos, também desfruta dos benefícios do jejum. Por perceber que algo o incomodava em relação ao modo que conduzia sua vida espiritual, criou o hábito de se consagrar mais. “Vivia na religiosidade: ia à igreja às quintas-feiras, aos sábados e aos domingos, mas nada havia mudado no meu chamado e ministério”, relata o membro da Igreja Batista Lagoinha na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ). “O jejum me tirou da incredulidade e me fez viver da fé. A carne morre, e o espírito fica fortalecido. Minha vida nunca mais foi a mesma.”

Foto: Ijeab / Adobe Stock

A obreira Bárbara Maria dos Santos Rosa, 58 anos, da sede regional da IIGD em Itaguaí (RJ), declara que, depois que despertou para o jejum, a vida dela mudou. “Tornou-se um hábito frequente, porque me sinto fortalecida espiritualmente, em especial, quando preciso lidar com as dificuldades”, conta. A serva de Cristo menciona um fato ocorrido enquanto estava em um período de jejum: “O Senhor me direcionou a clamar por uma pessoa específica da minha família e, por meio da oração e do propósito que fiz com o Pai, ela teve um livramento de morte”, recorda-se, provando que jejuar é uma arma espiritual, um ato de fé e de dependência do Criador.


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